A crítica de Neil Peart no começo dos anos 90 a artistas como Bon Jovi e George Michael
Por André Garcia
Postado em 18 de março de 2024
Entre o final dos anos 80 e o começo da década seguinte, com a MTV dominando a indústria fonográfica, a imagem começou a falar mais alto que a música em si. Na época também havia o surgimento de artistas claramente fabricados para o sucesso, meramente seguindo a receita de bolo da indústria, tanto musicalmente quando em termos comportamentais, estéticos e dialéticos.
Rush - Mais Novidades
Neil Peart era um dos que se incomodava com os rumos do mundo da música em 1991, como deixou claro em entrevista por telefone para o jornalista musical Marc Allan, compartilhada pelo The Tapes Archive. Em uma arena em Hamilton, Ontário, ensaiando às vésperas da turnê do "Roll the Bones", ele comentou sua reflexão sobre o papel da sorte do sucesso e no fracasso na faixa-título.
"É uma questão que levantei no primeiro verso da música 'Roll the Bones': que se as pessoas dão sorte e fazem sucesso, não é por causa da sorte; mas, se elas derem azar e não fizerem sucesso, [aí sim] é por causa da sorte. [...] 'Quanto mais eu trabalho, mais sorte eu tenho' é uma tendência, mas certamente não uma lei."
"[...]Tentei usar essa dicotomia na música. [...] Isso explica muitos por aí, Milli Vanilli… como você justifica qualquer um deles? E fico ainda mais irritado com os pretensiosos calculistas. Quero dizer, para mim, Vanilla Ice não é tão ofensivo porque ele não está fingindo ser outra coisa; [o problema] são os que têm a mesma fórmula que eles, mas se fazem de rebeldes e fingem ser foras-da-lei do rock n roll com jaquetas de couro e tudo mais. Só que eles são tão padronizados quanto o Vanilla Ice, por isso tendem a me irritar muito mais do que os verdadeiros grupos pop. Isso não me ofende, porque é assim mesmo, é simplesmente o que é.
Quando questionado sobre a quem ele se referia, o baterista acrescentou: "Me refiro a toda a síndrome do light metal. Sabem tudo aquilo foi muito bem calculado para criar uma imagem de rebeldia, quando, ao mesmo tempo, a gravadora estava puxando as cordas e dizendo a eles quais músicas gravar e como gravá-las. Era totalmente fabricado, mas disfarçado de rebelião. E George Michael também é outro exemplo. Ele não se contenta em ser apenas um astro pop. Ele precisa fingir ser algo mais."
Quando questionado se falava de bandas como Poison e Warrant, ele concordou: "Sim, Bon Jovi para mim é um belo exemplo."
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Kerry King coloca uma pá de cal no assunto e define quem é melhor, Metallica ou Megadeth
Divulgados os valores dos ingressos para o Monsters of Rock 2026
Robert Plant tem show anunciado no Brasil para 2026
Por que o Kid Abelha não deve voltar como os Titãs, segundo Paula Toller
A mensagem de Donald Trump para a família de Ozzy, e a reação de Sharon
Dave Mustaine lamenta o estado atual do metal e do rock
Lynyrd Skynyrd é confirmado como uma das atrações do Monsters of Rock
O guitarrista que, segundo Slash, "ninguém mais chegou perto de igualar"
O desabafo dos Osbourne contra Roger Waters; "Merda faz flores crescerem"
Raven grava versão de "Metal Militia", do Metallica
A banda lendária que apresentou Tom Morello ao "Espírito Santo do rock and roll"
Ozzy Osbourne foi secretamente hospitalizado duas semanas antes do último show
A capa do Iron Maiden que traz nove bandeiras de países envolvidos na Guerra Fria
Os 3 álbuns do Jethro Tull que Ian Anderson considera os mais importantes
"Você já trabalhou com um narcisista?": Chris Holmes lembra relação de trabalho no W.A.S.P.

A música do Rush que faz Geddy Lee ficar sem graça quando ele ouve no rádio
A banda mais inovadora para Geddy Lee; "Houve muitos imitadores, mas nada chega perto"
Os álbuns esquecidos dos anos 90 que soam melhores agora
Do que Geddy Lee ainda sente falta nas turnês, e como está se preparando para a volta do Rush
O artista que Neil Peart se orgulhava de ter inspirado
Geddy Lee admite que volta do Rush foi "uma decisão difícil"
Os dois maiores bateristas de todos os tempos para Lars Ulrich, do Metallica
O álbum do Rush que Geddy Lee disse ser "impossível de gostar"
Geddy Lee e a banda cover do Led que só conseguiu tocar uma música; "não dava pra encarar"


