O riff do Deep Purple que impressionou Tony Iommi; "difícil de fazer algo melhor"
Por Bruce William
Postado em 14 de outubro de 2024
Tony Iommi é sempre apontado como um dos principais criadores do Heavy Metal, e esse legado por si só o coloca entre os guitarristas mais influentes da história. O acidente de trabalho que resultou na perda de parte de um de seus dedos quase comprometeu sua carreira, mas Iommi encontrou inspiração em Django Reinhardt, um guitarrista de jazz que também superou uma lesão similar. Apesar de não citar Reinhardt como uma influência direta, foi essa história que o motivou a adaptar sua forma de tocar, criando uma solução única para superar suas limitações.
A partir dessa adaptação, Iommi desenvolveu um estilo que se tornaria a base do som do Black Sabbath, com afinações mais graves que moldaram o peso do Heavy Metal. Quanto às influências musicais, ele sempre apontou Hank Marvin, do The Shadows, e Buddy Holly como figuras que impactaram sua formação como guitarrista, trazendo elementos de suas técnicas para o estilo distinto que ajudou a definir.
"The Shadows foi a única banda que realmente me atraiu no início dos anos 60. Aquilo era rock'n'roll, mas eles tinham um som meio demoníaco em alguns aspectos, e eu adorava a ideia de uma banda instrumental - 'Frightened City' e canções assim tinham uma vibração meio estranha. Eu realmente gostava do que eles faziam, e eles tinham um grande som de guitarra dentro daquilo (...) Eu e Brian May (Queen) adorávamos Hank. Uma vez estávamos em estúdio e começamos a tocar coisas do Shadows, depois Hank Marvin, Chuck Berry e um pouco de Buddy Holly."
De onde vinha a inspiração para os riffs de Tony Iommi, no Black Sabbath
Um dos diferenciais de Iommi é sua habilidade para criar riffs, sendo ele considerado um dos maiores riffmasters da história. Ele admite que, na época, não havia realmente muitas bandas que pudessem servir de inspiração, já que o Black Sabbath foi uma das pioneiras: "É exatamente isso, não existia um tipo de inspiração. A inspiração vinha de nós mesmos, de acordo com o que nós sentíamos e onde morávamos. Foi algo que surgiu e que não podíamos explicar. Não consigo explicar como eu criei aqueles riffs, pois foi algo que, naqueles tempos, soava muito diferente. Nada como aquilo existia. Éramos muito atacados por causa disso - 'que tipo de música é esta?' - pois não era muito bem-visto este tipo de música pela imprensa daquela época, estávamos fazendo algo que nem nós mesmos compreendíamos. Nós apenas gostávamos do que estávamos fazendo."
Mas há um contemporâneo que Iommi admite ter feito um trabalho que fez ele ficar bastante impressionado, conforme ele contou para a Classic Rock: "Eu sempre gostei do Deep Purple, e meu álbum favorito deles é 'In Rock', revela o guitarrista. "Tem uma clássica atrás da outra. Eles sempre criavam riffs incríveis, e 'Speed King' é difícil de superar. É uma música ótima e energética que mostra cada membro da banda fazendo o que faziam de melhor. [Os vocais de] Ian Gillan e os teclados de Jon Lord... Eles eram músicos excepcionais", conclui Iommi.
"Speed King" está no quarto álbum do Deep Purple, "In Rock", lançado em junho de 1970, e que marca a estreia da MK II, considerada a formação clássica da banda, trazendo Ritchie Blackmore na guitarra, Ian Gillan no vocal, Roger Glover no baixo, Jon Lord nos teclados e Ian Paice na bateria. Além da música citada, o disco traz outros clássicos como "Child in Time", "Into the Fire" e "Hard Lovin' Man".
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