O megahit de Paulo Ricardo que ele trocaria título se pudesse: "O nome é meio estranho"
Por Gustavo Maiato
Postado em 07 de outubro de 2024
Em entrevista ao MPB Bossa, Paulo Ricardo revelou detalhes sobre uma das canções mais marcantes de sua carreira solo: "Dois", lançada no álbum "O Amor Me Escolheu" (1997). Para o músico, as musas que inspiram sua música são de "domínio público", não necessariamente pessoas reais, mas representações de situações e emoções que atravessam a vida de todos.
Segundo Paulo Ricardo, a letra de "Dois" trata mais da complexidade das relações humanas do que de uma figura específica. "Essas musas são estereótipos, figuras que passam pela vida de todo mundo. São situações, mais do que pessoas", explica o cantor. Ele acredita que o grande sucesso da música se deve ao fato de que muitos ouvintes se identificam com o conflito emocional retratado: a divisão entre dois amores.
"Dois" fala sobre uma pessoa que se vê dividida entre dois relacionamentos, o que Paulo Ricardo descreve como uma situação comum e universal. "O grande drama, o grande gancho que pegou as pessoas nessa música é essa divisão: você tem um relacionamento, mas também tem outra pessoa em sua vida. Isso gera conflito, dúvida, divisão", explica.
O título da música, que já levantou curiosidades entre os fãs, também foi comentado pelo cantor. "O nome é meio estranho, se eu pudesse, eu mudaria. Mas ele surgiu justamente dessa ideia de divisão, de quando algo na sua vida gera esse conflito emocional", confessa. Para Paulo Ricardo, "Dois" não fala necessariamente sobre uma pessoa, mas sobre a situação que muitos já viveram ou ainda vão viver.
Ele destaca que o foco da música é a experiência, e não a figura do segundo parceiro. "Não se trata da pessoa em si, mas da situação. Uma situação que muita gente viveu, vive ou viverá", reflete o cantor.
Ao longo da entrevista, Paulo Ricardo também lembrou o impacto da canção em seu público. Para ele, a identificação do ouvinte com as situações retratadas na letra é o que tornou "Dois" uma música atemporal, capaz de tocar diferentes gerações. "É algo que faz parte da vida de qualquer um: o dilema, o conflito, a incerteza nos relacionamentos. E é isso que as pessoas reconhecem na música", conclui.
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