"Não pratico porque não considero necessário", diz lendário guitarrista do rock progressivo
Por André Garcia
Postado em 25 de novembro de 2024
Qualquer lista que você pegar de maiores guitarristas do rock progressivo vai ter David Gilmour e Robert Fripp seguidos por Steve Hackett e Alex Lifeson. Em algum lugar entre eles é de lei estar o nome do guitarrista do Yes, Steve Howe — possivelmente o mais tecnicamente virtuoso de todos eles.
Quando se pensa em músicos de tal patamar, você logo imagina músico perfeccionistas e compulsivos que praticam sem parar para se superar. No caso de Howe, pelo menos, isso não poderia estar mais longe da realidade.
Em entrevista recente para Guitar World ele foi perguntado se praticamente muito sozinho na guitarra.
"A resposta é simples: não pratico, porque não considero que praticar em si seja necessário. A não ser que esteja sem tocar há muito tempo e queira desenferrujar, aí sim pode ser que eu faça umas escalas. Tenho até um exercício bem interessante que começa bem devagar e depois fica mais rápido, em que você percorre todo o braço da guitarra."
"Adoro fazer isso, só que não faço com muita frequência, porque geralmente estou em contato com minha guitarra. Minhas mãos já tocam guitarra faz 60 anos, então, basicamente, elas sabem onde estão os trastes."
"Ao invés de ficar praticando com exercícios e escalas, às vezes gosto de tocar algo que escrevi [na era de ouro do Yes] para ter certeza de que ainda consigo. Fazia tempo que eu não tocava 'Clap', minha faixa instrumental no 'The Yes Album', de 1971; faz uns dois meses eu parei, peguei um violão Martin e toquei ela inteira! Essa é uma confirmação que faço de tempos em tempos, se precisar, porque eu não sou de ficar tocando muito."
Me lembrou o atacante Romário quando voltou a jogar no Brasil e não gostava de treinar justificando que "já sabia o que fazer" e, portanto, preferia fazer como o carteiro Jaiminho e "evitar a fadiga".
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