O ex-integrante do AC/DC que a banda queria ignorar; "o cara era um babaca"
Por Bruce William
Postado em 14 de dezembro de 2024
O AC/DC construiu sua história com dois vocalistas que marcaram época: Bon Scott e Brian Johnson. Enquanto Scott trouxe a irreverência que definiu o início da banda nos anos setenta, Johnson chegou para assumir a vaga que surgiu de forma trágica, e ajudou a consolidar o legado da banda no auge dos anos oitenta.
No entanto, antes dessa trajetória brilhante, o grupo enfrentou dificuldades para encontrar a voz que refletisse sua essência, e isso ficou evidente durante o curto período de Dave Evans como vocalista. Evans tinha uma boa voz, mas seu estilo de palco não combinava com a energia do AC/DC. Ele preferia adotar uma postura mais teatral, que destoava completamente da proposta de som direto e energético dos irmãos Young.
A situação piorou quando Evans começou a tentar impor suas ideias, o que levou Malcolm Young a tomar uma decisão rápida para manter a integridade da banda. Relembrando o período, Malcolm declarou, conforme resgate da Far Out: "O cara era um babaca, para ser honesto. Quando o chutamos, ele achou que estávamos acabados. Toda vez que voltamos para a Austrália, Dave aparece nos jornais dizendo que ele era a estrela e que fez o AC/DC. Então, definitivamente não queremos promovê-lo."
A versão da história por parte de Dave é diferente, como seria de se esperar: As músicas eram fantásticas. O disco que gravamos era fantástico. Os shows ótimos e tudo que vem com isso. Mas eu não estava me entrosando com nenhum deles. E naqueles tempos, Malcolm Young estava ficando muito ciumento porque aconteceu de eu ficar popular com as garotas e Malcolm não tinha uma namorada. Então ele era muito ciumento. Daí Malcolm e eu meio que brigamos por causa disso. E tinha o empresário, nós todos pensávamos que ele estava fazendo a coisa errada, pois estávamos fazendo muitos shows - a maioria na Austrália; as vezes dois ou três shows por noite - nós estávamos absolutamente acabados e o dinheiro não estava aparecendo. Nós estávamos juntando nossos dinheiros para comprar hambúrgueres e batatas-fritas... Então eu deixei a banda."
Independente de quem está com a razão, essa mudança foi crucial para o futuro do grupo. Bon Scott trouxe a presença de palco e a atitude que faltavam, redefinindo o estilo da banda e colocando-os no radar do rock mundial. Com Brian Johnson, o AC/DC provou que era capaz de se reinventar, alcançando novos patamares com álbuns como "Back in Black". O que conta mesmo, no fim das contas, é que o AC/DC sempre foi guiado pela visão dos irmãos Young. Suas composições e riffs inconfundíveis foram a força motriz por trás do sucesso da banda, garantindo que sua essência permanecesse intacta ao longo das décadas.
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