O álbum dos 60s que Ian Anderson acha que é melhor que o "Sgt. Peppers", dos Beatles
Por Bruce William
Postado em 03 de dezembro de 2024
Em 1967, os Beatles surpreenderam o mundo com "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", um álbum que redefiniu o que era possível no Rock. Repleto de experimentação e ousadia, o disco trouxe músicas que desafiavam a lógica tradicional da indústria musical. "Lucy in the Sky with Diamonds" e "A Day in the Life" exemplificam essa ousadia, incorporando arranjos orquestrais e letras enigmáticas.
Além de ser um sucesso comercial, "Sgt. Pepper's" também foi um marco cultural, sintetizando a energia criativa e a experimentação dos anos sessenta. Ele mostrou que o Rock não era apenas música para dançar - embora possa também ser usado para isto - mas também um veículo para explorar emoções e ideias mais profundas.
E olha que o álbum dos Beatles enfrentou uma concorrência impressionante, já que naquele mesmo ano saíram outros álbuns seminais da história do Rock, como por exemplo os respectivos e marcantes álbuns de estreia de bandas que se tornariam lendárias: The Jimi Hendrix Experience ("Are You Experienced?"); "The Doors", "Velvet Underground & Nico" e Pink Floyd ("The Piper At The Gates of Down").
Acontece que naquele ano a música estava em um ponto alto porque refletia a efervescência cultural da época, marcada por movimentos como a contracultura e a busca por liberdade artística. Jovens músicos, influenciados por mudanças sociais e avanços tecnológicos, estavam dispostos a experimentar e romper com padrões tradicionais, resultando em álbuns inovadores. A disponibilidade de novos estúdios e equipamentos, aliada à inspiração de outras formas de arte, como o cinema e a literatura, impulsionou a criação de obras que buscavam explorar novos caminhos sonoros e conceituais.
Então não é de se estranhar que nem sempre o "Sgt. Peppers" seja o álbum considerado o mais inovador e importante daquele ano, pois principalmente quem viveu a época tem suas diferentes referências do que estava acontecendo, caso de Ian Anderson, líder do Jethro Tull, que como relembrou a Far Out, ao ser perguntado pela Classic Rock quais os álbuns que mudaram sua vida, escolheu, dentre eles, "The Piper at the Gates of Dawn" do Pink Floyd.
Para ele, o "Piper" chega a superar o "Sgt. Peppers": "Para mim, o álbum do Pink Floyd tinha mais significado. Os Beatles eram um grupo pop, então eu achava que suas coisas eram um pouco artificiais, um pouco piegas", disse ele, explicando que algo que se destacava no álbum do Floyd era justamente a genialidade de Syd Barrett. "Gostei mais do elemento cantor-compositor do Floyd. As músicas de Syd Barrett eram estranhas e divertidas, e complementavam perfeitamente o instrumental radical e alucinógeno que a banda fazia", disse Ian, explicando o diferencial que havia ali para ele.
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