Vocalista do Cradle of Filth explica decisão de não ter conta em plataformas de streaming
Por João Renato Alves
Postado em 18 de fevereiro de 2025
O vocalista Dani Filth (Cradle of Filth) concedeu entrevista ao Sonic Perspectives. Nela, falou sobre o declínio dos valores pagos aos músicas na era digital, a partir do processo de remuneração das plataformas de streaming. E deixou claro, conforme transcrição do Blabbermouth:
"Devo aos meus irmãos do metal e da música não ter uma conta no Spotify, porque eles não pagam as pessoas. E não são só eles — são as plataformas em geral. Aprecio o fato de que a partir disso as pessoas podem descobrir outras bandas, já ouvi isso um milhão de vezes. Mas sou da velha guarda. Eu quero CDs, eu quero vinil, eu quero que as bandas sejam pagas porque se elas não forem pagas, elas não são mais bandas. Conheço pessoas de bandas conhecidas que desde a pandemia disseram, 'Quer saber? Estou aceitando um emprego de verdade. Então vocês vão me ver com menos frequência. Nós ainda estaremos fazendo álbuns, mas provavelmente uma vez a cada cinco anos,' porque o mercado musical parece apenas um roubo à luz do dia."
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Dani prosseguiu traçando um paralelo: "Se você tivesse uma delicatessen ou um supermercado, as pessoas não poderiam simplesmente entrar e se servir de produtos gratuitos, que é o que as pessoas acham que têm o direito de fazer com a música porque é uma coisa periférica e está no ar. Você não pode tocar fisicamente a música. Mas como espera que as bandas sobrevivam sem isso? Ok, sim, claro, a música está ficando cada vez maior. Mas isso é porque as Taylor Swifts do mundo e os Ed Sheerans, com quem acabamos de fazer uma música, estão em todo lugar. Se você trabalha em uma delicatessen ou em um canteiro de obras e tem o rádio ligado, é provável que possa ouvir um desses dois ou Beyoncé ou qualquer outra coisa, ou Megan Thee Stallion em cinco minutos depois de colocá-lo para tocar. E é uma espécie de controle mental porque você se ajustou. Você se lembra dessas músicas porque é tudo o que ouve."
O cantor britânico ainda observou que produtores de conteúdo audiovisual como programas de TV e filmes também foram duramente atingidos pela pirataria online. "Obviamente, eles realmente tentam combater a pirataria e há mais dinheiro envolvido em filmes. Mas na Inglaterra costumávamos ter até bem recentemente um anúncio antes do filme começar dizendo 'pirataria de vídeo está matando a indústria cinematográfica', com uma porta de prisão batendo em som de qualidade IMAX, THX. 'Você vai para a prisão se assistir a um filme pirata.' Mas não é o mesmo para... Eu sei que antigamente eles tinham uma mensagem na parte de trás dos álbuns dizendo que 'a gravação caseira está matando a música', mas hoje em dia é como um vale-tudo."
Finalizando, Filth deixou claro entender que o fã de heavy metal possui suas diferenças em comparação a outros nesse aspecto. "Eu acho que a cena do metal é provavelmente uma das mais leais e também uma das mais agitadas. Todo mundo diz 'Oh, odeia essa banda?' 'Eu amo Arch Enemy. E você? E In Flames? Oh, não. Eles são uma merda.' A cena do metal é tão carnívora e tão canibalística, mas provavelmente a mais leal. E, sim, as pessoas ostentam, usam as bandas em suas jaquetas de batalha. E elas vão comprar o vinil manchado de sangue ou comprarão a edição especial, se houver uma."
O Cradle of Filth lança seu 14º álbum de estúdio, "Screaming of the Valkyries", dia 21 de março, via Napalm Records. O trabalho reúne 9 faixas. A formação atual da banda ainda conta com os guitarristas Marek "Ashok" Smerda e Donny Burbage, a tecladista/vocalista Zoe Federoff, o baixista Daniel Firth e o baterista Martin "Marthus" Skaroupka.
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