A farsa da ideia que o punk causou o declínio do rock progressivo
Por Bruce William
Postado em 13 de fevereiro de 2025
Entre livros, documentários e artigos sobre a ascensão do punk rock, um dos argumentos mais recorrentes é a ideia de que o movimento "matou' o rock progressivo. "Quase da noite para o dia, após os Sex Pistols, o rock progressivo chegou ao fim", declarou um comentarista em um documentário da BBC. Bem colocado - mas completamente falso, diz um artigo da Classic Rock.
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A famosa camiseta de Johnny Rotten com os dizeres "I HATE" rabiscados acima do nome do Pink Floyd sempre foi usada como símbolo dessa suposta rivalidade. No entanto, o próprio Rotten, já como John Lydon, revelou ser fã de bandas como Hawkwind e Van Der Graaf Generator, que sem dúvidas pertencem ao universo progressivo. A ideia de que o punk "precisava acontecer" porque o público supostamente odiava a complexidade do King Crimson ou os espetáculos teatrais de Rick Wakeman é absurda.
Se havia um esforço para alimentar essa rivalidade, ele partia da mídia musical da época. Revistas como NME, Melody Maker e Sounds impulsionavam a narrativa de que o progressivo representava o "inimigo da classe trabalhadora", enquanto o punk seria a voz do proletariado descontente. Mas a realidade era bem diferente: as bandas progressivas tinham seu público fiel e continuavam vendendo muito bem. Em 1977, ano de maior explosão do punk, discos como "A Farewell to Kings" do Rush, "Animals" do Pink Floyd, "Going for the One" do Yes e "Wind & Wuthering" do Genesis atingiram o Top 10 e levaram seus respectivos artistas a realizar algumas das maiores turnês de suas carreiras.
Na virada para os anos 80, o rock progressivo não apenas sobreviveu como se reinventou. Bandas como Marillion, IQ e Pendragon deram início a um novo movimento progressivo, enquanto veteranos como King Crimson continuaram inovando. Ao mesmo tempo, grupos emergentes do pós-punk, como Simple Minds, Ultravox e Siouxsie & The Banshees, incorporaram elementos progressivos em suas músicas. Mesmo dentro do punk, havia quem flertasse com a complexidade do gênero - o Wire, por exemplo, gravou a faixa de 15 minutos "Crazy About Love" em 1979, algo impensável para um movimento que deveria se resumir a "três acordes e a verdade".
Este texto foi baseado em um artigo da Classic Rock, mas o autor acredita que há outro fator que impactou a presença do rock progressivo na grande mídia: a ascensão da disco music. Diferente do punk, que nunca foi um fenômeno de grandes massas, a disco dominou rádios, paradas de sucesso e até mesmo as gravadoras, que passaram a priorizar esse estilo. O progressivo, por outro lado, exigia mais tempo de audição, álbuns conceituais e composições longas, algo pouco compatível com a lógica comercial do final dos anos setenta...
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