As bandas brasileiras que aqui são underground e lá fora são sucesso, segundo Bruno Sutter
Por Gustavo Maiato
Postado em 10 de abril de 2025
O Brasil é, por muitas vezes, um país de paradoxos — e no cenário musical isso se repete com frequência. Entre elogios rasgados de artistas internacionais e o sucesso de bandas nacionais nos festivais da Europa, há uma realidade pouco confortável para quem vive da música pesada por aqui: a falta de valorização do próprio som dentro do território nacional. Essa foi uma das reflexões feitas por Bruno Sutter, músico e apresentador conhecido pelas atuações como Detonator e pelos anos no Massacration, durante sua participação no podcast Is We.

"Hoje em dia, você vê bandas como o Black Pantera arregaçando. Os caras cantam em português, com uma mensagem que chega direto. Você ouve e já entende tudo. É forte, é direto, é nosso", afirmou Bruno, ao citar o trio mineiro como um dos grandes destaques da nova geração. Segundo ele, o grupo é exemplo de como o metal nacional pode ser poderoso — e, ao mesmo tempo, mais reconhecido lá fora do que dentro do próprio país.
Sutter apontou ainda que muitas bandas brasileiras encontram no exterior o espaço que lhes falta no Brasil. "Tem banda daqui que passa seis meses em turnê pela Europa. Três meses tocando com casa cheia. Aqui, você ouve: ‘ah, é banda underground, não vou nem escutar’. Mas o underground gringo o pessoal ouve, né?", provocou.
Além do Black Pantera, ele citou nomes como o Worst — outro grupo que conquistou público no exterior com sua pegada agressiva e consistente — e criticou a cultura de idolatrar o que vem de fora enquanto se ignora o que é feito aqui. "Lá fora, o pessoal ama nosso underground. E aqui a gente ignora. É aquela coisa: santo de casa não faz milagre. Você tem que ir pra Krypton pra voltar como Superman", disse, em tom irônico.
Para Bruno, a grande dificuldade é ser valorizado dentro de casa. "Se você conquista respeito aqui, o resto do mundo é fichinha", disparou. Ele relata ter tido uma "epifania" sobre isso durante sua visita ao festival Summer Breeze, na Alemanha. "Eu vi ali que o melhor lugar do mundo pra se fazer heavy metal é o Brasil. A gente tem um território continental, uma língua comum, cultura compartilhada. É uma potência. Mas a gente não enxerga isso."
Confira a entrevista completa abaixo.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



As 5 melhores bandas de rock dos últimos 25 anos, segundo André Barcinski
O principal cantor do heavy metal, segundo o guitarrista Kiko Loureiro
Nicko McBrain admite decepção com Iron Maiden por data do anúncio de Simon Dawson
Os três álbuns mais essenciais da história, segundo Dave Grohl
O guitarrista que fundou duas bandas lendárias do rock nacional dos anos 1980
"A maior peça do rock progressivo de todos os tempos", segundo Steve Lukather, do Toto
A estrela do heavy metal que recusou a chance de cantar com Lemmy Kilmister
O guitarrista do rock nacional que é vidrado no Steve Howe: "Ele é medalha de ouro"
A música que ficou guardada por uma década e acabou virando um grande clássico de Steve Vai
Não é "Stairway" o hino que define o "Led Zeppelin IV", segundo Robert Plant
As 3 teorias sobre post enigmático do Angra, segundo especialista em Angraverso
A opinião de Tobias Sammet sobre a proliferação de tributos a Andre Matos no Brasil
Mat Sinner anuncia que o Sinner encerrará atividades em 2026
Os 11 artistas que Rita Lee alfinetou no clássico "Arrombou a Festa"
O guitarrista consagrado que Robert Fripp disse ser banal e péssimo ao vivo
Por que Sepultura é maior que o Angra lá fora, segundo Bruno Sutter
O detalhe que continuísta solicitou a Bruno Sutter que o fez ver profissionalismo da Record


