A dica sobre Led Zeppelin que Alceu Valença deu para um "menino que tinha banda de rock"
Por Gustavo Maiato
Postado em 25 de maio de 2025
No meio de um bar agitado na Cidade Baixa, em Porto Alegre, Alceu Valença foi direto ao ponto: o segredo para criar algo original está em parar de copiar o que já existe. "Uma vez eu dei uma dica para um menino que tinha um grupo de rock: ‘Deixa de ouvir tudo isso agora e começa a ouvir as coisas do Brasil!’", disse. "O cara que gosta de Led Zeppelin, se ficar ouvindo o tempo todo isso, vai virar um subproduto do Led."
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A entrevista do mestre da música nordestina foi para o Jornal Tabaré. Para Alceu, sua ligação com o rock está mais na atitude do que no estilo. "Fui fazer o Jazz Festival, nos Estados Unidos, e aí um repórter me falou que tinha ouvido o Vivo! e pirado. Aquilo é rock que não é rock, mas é rock! Manjou? É o que não é."
Ele exemplifica com uma de suas próprias composições. "Um certo dia eu perguntei à Maria / Se hoje é noite de São João... Isso é um baião, porra! Mas o arranjo é rock. Muito mais que a essência, que é brazuca total."
Alceu também contou que sempre ouviu pouca música. "Eu não tenho disco, não vi os músicos. Todo mundo fala em Beatles… Eu vi os Beatles agora com o meu filho, que tem 11 anos, e achei maravilhoso."

Segundo ele, o ambiente familiar ajudou a moldar esse distanciamento. "Quando eu era menino, meu pai não queria que eu fosse artista. Todos na família se formaram, menos os dois que tocavam. Então ele tinha posses, mas nós não tínhamos som." Antes de viver de música, Alceu foi advogado e jornalista no Jornal do Brasil. Mas fez carreira apostando no que era seu. "É um novo som que ninguém faz no mundo. Eu inventei um som."

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