A música dos Rolling Stones que Mick Jagger morre de vergonha, mas ainda canta
Por Bruce William
Postado em 04 de maio de 2025
"Tumbling Dice", lançada pelos Rolling Stones em 1972, não foi exatamente um estouro nas paradas — chegou ao quinto lugar no Reino Unido e ao sétimo nos EUA. Ainda assim, se tornou uma das músicas mais tocadas da banda ao vivo, com mais de 1100 execuções em shows ao longo das décadas. Mas nem todo esse sucesso é suficiente para convencer Mick Jagger. O vocalista já confessou que detesta a letra e se pergunta por que o público ainda gosta tanto da canção.
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Em entrevista à Rolling Stone em 1995 (via Far Out), Jagger foi direto: "Eu não sei exatamente o que as pessoas gostam nessa música. Eu não acho que seja das nossas melhores coisas", disse. "Não acho que tenha uma boa letra. Mas as pessoas parecem gostar, então... bom pra elas." Mais recentemente, ele voltou a comentar o assunto e resumiu o incômodo: "Não é só por causa das drogas — eu apenas tenho vergonha, ponto final."
Parte do motivo talvez esteja no fato de que "Tumbling Dice" pertence ao repertório de canções dos Stones que exaltavam o estilo de vida regado a excessos. A letra fala de vício em apostas, infidelidade e drogas, com versos como "I'm the lone crap shooter / Playin' the field ev'ry night". Traduzido livremente, seria algo como "sou um apostador solitário, vivendo de forma solta, ficando com uma diferente a cada noite", uma metáfora que resume o espírito inconsequente de quem se arrisca em tudo, seja no jogo ou no amor. Hoje, aos 81 anos, Jagger já não se vê mais nesse papel, e isso contribui para o desconforto ao cantar a música.

Mesmo assim, ele continua cantando. Parte da rotina de viver o próprio passado — algo que parece inevitável para músicos com carreiras tão longas. "Você acaba tendo que reviver sua juventude todas as noites", comentou, se referindo à obrigação de subir no palco e entoar letras que já não fazem mais sentido pessoal.
"Tumbling Dice" pode não ser a favorita de Jagger, mas virou uma daquelas músicas que escaparam do controle do próprio autor. Hoje, ela pertence mais ao público do que à banda — e o vocalista parece ter aceitado isso com um certo constrangimento resignado.

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