O respeitado integrante dos Rolling Stones que Keith Richards considera superestimado
Por Bruce William
Postado em 07 de junho de 2025
Ao contrário de outras bandas que se desintegraram em meio a egos inflados e brigas internas, os Rolling Stones conseguiram atravessar décadas lidando com suas tensões da única forma possível: fingindo que elas não existem. Ainda assim, isso nunca impediu Keith Richards de deixar claro o que pensa, especialmente quando o assunto é Brian Jones, um dos fundadores do grupo.
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Para muitos fãs, Jones foi o gênio criativo por trás da fase inicial da banda, responsável por impulsionar o som mais blueseiro e experimental com seu uso de slide guitar e instrumentos exóticos. Mas Richards tem outra leitura. Em uma entrevista resgatada pela Far Out, ele rebate essa aura de genialidade: "Porque ele está morto, eu posso dizer: 'Ah, Brian era um músico fantástico', mas isso não é verdade. Brian não era um grande músico. Ele tinha um certo feeling para algumas coisas, mas todos na banda também tinham. Houve uma boa química por um tempo, que infelizmente não durou."

Essa visão crítica também aparece em sua autobiografia Life (Amazon), onde Richards narra com ironia o quanto conviver com certos membros da banda exigia criatividade. Para se referir a Mick Jagger sem que ele percebesse, Richards e os outros o apelidaram de "Brenda" ou "Sua Majestade", o que lhes permitia fazer piadas com o vocalista mesmo na presença dele.
Mas, apesar das rusgas com Jagger, o guitarrista reserva suas palavras mais duras para Jones. Segundo ele, o colega precisava sempre de um inimigo, real ou imaginário. "Ele sempre tinha que ter um inimigo. Sempre tinha um inimigo imaginário", relembrou. O comportamento paranoico, somado ao uso cada vez mais pesado de drogas, acabou tornando Jones um peso para o grupo, que optou por demiti-lo pouco antes de sua morte.

Brian Jones foi encontrado morto na piscina de sua casa em julho de 1969, aos 27 anos. A tragédia abalou os fãs, mas Richards não ficou surpreso. O ciclo de autodestruição já estava avançado e, na visão dele, era questão de tempo. Embora sua contribuição ao som dos Stones seja inegável, o retrato que Keith faz do antigo parceiro é de alguém que não conseguiu acompanhar o crescimento da banda — nem física, nem criativamente.

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