O álbum solo de Ozzy Osbourne que, segundo Tony Iommi, "não precisava ter acontecido"
Por Bruce William
Postado em 15 de setembro de 2025
Ozzy Osbourne deixou o Black Sabbath no fim dos anos 1970 em meio a turbulências, e a separação não foi das mais amigáveis. Tony Iommi logo seguiu em frente ao lado de Ronnie James Dio, com o álbum "Heaven and Hell" (1980), que deu novo fôlego ao grupo. Já Ozzy iniciou sua trajetória solo ao lado do guitarrista Randy Rhoads, conquistando rapidamente um público próprio com faixas como "Crazy Train".
Ozzy Osbourne - Mais Novidades

A diferença entre os dois caminhos era clara. Enquanto o Sabbath com Dio mantinha a aura sombria e pesada, Ozzy trazia algo mais vibrante, com melodias marcantes e até certa leveza em comparação ao que havia feito na banda. Não demorou para que os dois projetos fossem vistos como complementares, em vez de concorrentes diretos.

A tragédia, no entanto, mudou o rumo da história. A morte precoce de Randy Rhoads, em 1982, deixou Ozzy sem seu grande parceiro criativo. Em vez de parar, ele decidiu lançar "Speak of the Devil", um disco ao vivo formado apenas por músicas do Black Sabbath, gravadas durante sua turnê solo.

Foi exatamente esse movimento que gerou estranhamento em Tony Iommi. Para ele, não fazia sentido Ozzy revisitar o repertório da antiga banda em um álbum oficial, já que sua carreira solo estava em ascensão. "'Speak of the Devil' foi surpreendente. Não havia necessidade de fazer aquilo. Ele já tinha se estabelecido por conta própria", comentou o guitarrista em conversa com The Tapes Archive (via Far Out).
O trabalho contou com Brad Gillis, então novo guitarrista da banda de Ozzy, que precisou encarar o desafio de reinterpretar clássicos como "Iron Man" e "Children of the Grave". Embora sua abordagem fosse diferente e em alguns pontos soasse mais "brilhante" que os originais, o álbum deixou a sensação de ser um registro transitório, não uma reinvenção.

Para os fãs, ouvir Ozzy cantando novamente sucessos do Sabbath tinha um sabor especial. Mas, do ponto de vista artístico, Iommi acreditava que o disco soava desnecessário. A história, porém, mostra que foi também um gesto de sobrevivência: em meio ao luto pela perda de Rhoads, Ozzy buscava forças no repertório que o havia transformado em ícone.
Assim, "Speak of the Devil" acabou marcado como uma obra de circunstância. Não trouxe nada de revolucionário, mas cumpriu seu papel de manter Ozzy no palco e no mercado em um dos momentos mais difíceis de sua vida. Para Iommi, poderia nunca ter existido; para Ozzy, foi uma forma de não deixar a chama se apagar.

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps