A pequena jóia dos Rolling Stones que, para tristeza de Keith Richards, "nunca funcionou"
Por Bruce William
Postado em 14 de setembro de 2025
É difícil imaginar os Rolling Stones tropeçando ao levar qualquer música para o palco. A banda construiu uma reputação justamente pelo contrário: transformar cada apresentação em uma celebração elétrica, onde até os deslizes viram charme. Mas Keith Richards admite que existe uma exceção - uma canção que, segundo ele, nunca conseguiu se encaixar nos shows.
O repertório ao vivo dos Stones sempre foi montado com precisão. Desde os anos 1960, Mick Jagger assume a função de arquiteto das setlists, equilibrando clássicos como "Jumpin' Jack Flash", "Brown Sugar", "Satisfaction" e "Sympathy for the Devil" com surpresas ocasionais. O objetivo é claro: manter a energia em alta e fazer com que cada faixa dialogue com a seguinte, criando uma experiência que vai além da soma das partes. Essa combinação de energia e inteligência musical fez dos concertos um espetáculo à parte, reverenciado até por quem já ouviu os discos milhares de vezes.
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Dentro desse contexto, Richards revelou que "Sweet Black Angel", faixa do álbum "Exile on Main St." (1972) inspirada na ativista Angela Davis, foi a única que nunca funcionou ao vivo. "Mick e eu fizemos a gravação e pensamos: 'Está muito boa'. Mas nunca pareceu se encaixar em um show dos Stones", disse à Harper's Bazaar. O guitarrista contou que chegaram a tocá-la apenas uma vez, mas o resultado ficou deslocado: "Parecia um ponto fora da curva". A música, com clima acústico e percussão mais contida, soava distante da força bruta que a plateia esperava quando os Stones pisavam no palco.
Isso não significa, porém, que a faixa tenha perdido relevância. Pelo contrário: Richards reconhece que sua mensagem política continua atual, mesmo meio século depois. "É uma pena, mas esse assunto ainda está conosco há tempo demais", comentou, em referência ao contexto racial e social que inspirou a letra. O próprio fato de a canção destoar tanto ao vivo ajuda a reforçar o quanto "Exile on Main St." foi um disco ousado, repleto de experimentações que iam além do rock de arena que sustentava a popularidade do grupo.
Ainda hoje, fãs e críticos veem o álbum como um dos mais importantes da carreira do Stones, justamente por ter mesclado rock, blues, gospel e até country em uma mesma obra. Dentro desse caldeirão, "Sweet Black Angel" aparece quase como uma anomalia: pequena, acústica e engajada. Talvez seja por isso que nunca tenha encontrado lugar natural em um setlist pensado para multidões, mas continua sendo um lembrete de que até a maior banda de rock do planeta tinha espaço para momentos intimistas e de protesto.
Assim, mesmo que "nunca tenha funcionado" ao vivo, como diz Keith Richards, a canção permanece como parte essencial da história do grupo. Nos discos, ela segue lá, resistindo ao tempo, como um fragmento do espírito experimental que fez do "Exile on Main St." um clássico absoluto. No fim das contas, talvez não seja preciso ouvi-la em estádios lotados: basta colocar a agulha no vinil para entender por que essa pequena joia segue sendo tão comentada cinco décadas depois.
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