Perverse: entrevista com a banda no Blog Louco Motor
Por Blog Louco Motor
Fonte: bloloucomotor.blospot.com
Postado em 05 de maio de 2012
Louco Motor: A Perverse ainda é uma banda recente, por isso, seria legal descrever um pouco sobre ela. Então, vamos eliminar os clichês nesta primeira pergunta , rs. Como surgiu a Perverse? O nome tem algum motivo especial? Rolou mudança entre os integrantes? Participaram de muitos festivais? Quais as influências? Enfim, a intenção é montarmos um currículo de vocês aqui, rs.
Murilo 240: O Perverse surgiu com o intuito de dominarmos o mundo. A história é basicamente assim: eu e o Silver (guitarrista) nos conhecemos num bar e resolvemos montar uma banda pra salvar o Rock n’ Roll da frescura que tá hoje em dia, injetando uma boa dose de atitude, adrenalina e masculinidade. Chegamos à conclusão que, pra conseguirmos isso precisaríamos dominar o mundo, e pra dominar o mundo precisaríamos da ajuda dos caras mais tretas do mundo.
Recorremos então ao submundo, onde achamos o Demir (baterista). O filho do Demônio, Demir, se juntou ao grupo e citou que o Mestre (guitarrista) seria um cara perfeito para se juntar a "crew", pois seu nome estava no topo da lista dos mais procurados no inferno. Ele era dono de um cabaret e tocava guitarra também. Depois de contatarmos o Mestre e ele topar, achamos o Piau (vocalista) em uma festa. Ele foi o escolhido porque sua voz é tão potente que praticamente dispensa microfones. Juntando a banda e nosso objetivo, o nome Perverse apareceu como a melhor maneira de nos descrever. Essa é uma versão bem reduzida da história, que você pode conferir no nosso site: www.PerverseRock.com.
Mestre: Os integrantes do Perverse possuem influências individuais bem diferentes, e isso faz com que as músicas resultem em algo que não se parece com absolutamente nenhum estilo, então tivemos que nomear o nosso próprio estilo, intitulado de Rock Doido. Porém, a banda possui algumas influências em comum, como: Kiss, AC/DC, Motörhead, Metallica entre outras.
Silver: Nós já participamos de diversos festivais pela cidade e região, além de tocarmos em diversos motoclubes. Inclusive nosso EP "Too Much Is Never Enough" foi lançado em um evento ao lado da banda Motorocker, reconhecida pelo AC/DC como o melhor cover do mundo.
Louco Motor: A banda é mineira, terra que ficou conhecida musicalmente por muitos estilos, o rock também está presente, por exemplo, o Sepultura é conterrâneo de vocês. Como é a cena rock de Minas, tem espaço para as bandas? O Hard é bem cotado ou isso é uma das dificuldades que enfrentam?
Murilo 240: Cara, o estilo rock n' roll/metal é um dos mais fortes que existem. Ele ultrapassou a barreira da música e passou a ser um estilo de vida. O que torna o rock "menos popular" do que os outros estilos é que seus apreciadores não são tão unidos. Os apreciadores dos outros estilos não querem disputar quem sabe mais ou quem sabe menos, quem é melhor ou pior, eles apenas querem apreciar a música e pronto e é exatamente isso que fazemos. Não queremos ser melhores nem piores, queremos apenas fazer música boa, como achamos que tem que ser.
Agora respondendo a pergunta com um olhar diferente de músico de rock n' roll, se existir PÚBLICO existe música. Se a banda não tiver público, seja o estilo que for, ela não vai tocar em nenhum lugar. Ela tem que abrir pra outras bandas até conseguir seu público. Mas uma banda de rock não abre pra uma banda de sertanejo, somente pra outra de rock. Se a galera não cola no show de rock, não conhece os materiais da banda, ela nunca vai ter publico e assim vai morrer uma banda que poderia ser a próxima explosão mundial. Não estou falando pra colar nos shows de estilos e bandas de rock que vocês não curtem, apenas estou falando pra apreciar o que realmente é bom e, se possível, ajudar a banda a divulgar nem que seja mostrando para UM colega de classe/trabalho seu, isso já é um começo.
Em resumo é isso, o dono do pub/evento não vai colocar uma banda que não vai dar pra, pelo menos, bancar seus custos da criação do evento, o que todos nós sabemos que não são baixos.
Silver: Por conta disso, os organizadores preferem investir naquilo que já tem retorno garantido do que investir em algo novo. O rock acaba perdendo espaço para o sertanejo universitário, por exemplo.
Mestre: O fato da banda ser mineira não interfere na dificuldade de conseguir espaço na cena brasileira. Como disse o Murilo, em todo o Brasil os organizadores preferem investir em eventos que possuem retorno certo, e quando algum produtor resolve fazer algum evento de rock ou metal, as bandas e fãs brasileiros acabam se surpreendendo com o amadorismo de alguns produtores, e tenho certeza que todos os fãs já presenciaram em vários eventos a falta de preparo de vários shows, inclusive de bandas estrangeiras.
Louco Motor: É comum ver em entrevista, que as bandas e artistas que desejam prosperar no Brasil, devem ir pra São Paulo (capital), vocês concordam com isso? Se sim, já têm planos pensando na possibilidade?
Silver: Antigamente até poderia ser, mas hoje em dia não. Com a facilidade da Internet, há bandas muito conhecidas em outros pontos do Brasil. Claro que estar em uma capital torna tudo isso mais fácil, mas não precisa ser necessariamente São Paulo. Há bandas de Goiânia e Brasília, por exemplo, que representam. E há bandas em cidades interioranas que são conhecidas e marcam presença em eventos de capital também.
Murilo 240: Claro que no interior tem um prestigiozinho quando a banda vem da capital ou quando já tocou lá. Não deveria ser assim, porque de onde a banda vem não interfere na qualidade do som, mas acontece. Mas isso também não é um problemão. Se você tiver persistência e competência, você vai pra onde quiser. No mais, eu assino embaixo em tudo o que o Silver disse.
Mestre: O que a banda precisa de fato é uma cidade ou região onde o público compareça aos shows. Não precisa ser especificamente São Paulo. Assim, a banda fica conhecida na região e também em todo o Brasil, desde que essa banda tenha realmente bons shows.
Louco Motor: Agora sobre o EP "Too Much Is Never Enough" (se não conhece, dá uma procurada no blog que tem resenha, moçada!), o trabalho é composto por musicas em inglês. Isso foi certo desde o início? Ficou estabelecido que as músicas seriam compostas na língua inglesa, ou não é necessariamente uma condição?
Silver: Isso ficou estabelecido desde o começo. Como o nosso objetivo é dominar o mundo, seria mais fácil executar isso com músicas em inglês. Em português, dominaríamos apenas o Brasil e Portugal.
Mestre: E a Angola.
Murilo 240: Fato!
Louco Motor: Ainda sobre as letras em inglês, vocês sentem que a aceitação do público é maior quando se canta em outra língua, ou não, o português é uma cobrança de quem escuta?
Mestre: A aceitação do público no Brasil não se dá especificamente quanto ao idioma da letra, o que importa mesmo para o público é se a música tem o "algo a mais", se a música tem energia e principalmente se a banda consegue fazer um show para animar o público, tanto que temos grandes bandas no Brasil que têm letras tanto em inglês (como Sepultura, Angra etc) como em português (como Matanza, Velhas Virgens etc). Porém, se a banda pretende ter uma carreira internacional, o peso do idioma das letras se torna maior, tendo assim uma maior aceitação pelas letras em inglês.
Silver: A letra tem papel essencial para transmitir a nossa mensagem, que caminha entrelaçada com a melodia. A questão é o público que vamos atingir: enxergamos que podemos atingir mais gente com o inglês. Não chega a ser uma cobrança, tanto é que muitos estão acostumados com músicas em inglês.
Murilo 240: Eu também acho que atingimos mais gente em inglês. Primeiro porque vamos dominar o mundo, e isso tem que ser em inglês. Segundo porque tem sempre os "tr00zões" que, mesmo sendo brasileiros, só escutam coisas em inglês. Já quem curte uma música em português também curte em inglês.
Louco Motor: Vocês também gravaram um videoclipe. Como foi a gravação?
Murilo 240: Foi super divertido. Nós gravamos o clipe em dois dias, num sábado e no domingo seguinte. No primeiro dia gravamos a parte do escritório no trabalho do Silver, foi bem simples, calmo e sem pressa. No segundo dia gravamos no mesmo lugar que fizemos um show um mês antes, numa casa cultural chamada Veredas. Nesse dia começamos cedinho e fomos para o local arrumar tudo, limpamos o lugar, arrumamos a "decoração" e preparamos tudo para as pessoas que iam fazer parte do videoclipe. Esse dia foi mais corrido e trabalhoso, mas também foi bem divertido.
Tínhamos começado no domingo de manhãzinha e fomos sair depois das 23h do local, estávamos quebrados no final do dia. Mas eu confesso que faria tudo novamente, sem pensar duas vezes. Uma curiosidade sobre o local que eu aposto que nem o antigo dono do lugar (o Veredas fechou) sabe: o lugar antigamente era um puteiro e o local azul onde o Silver faz seu solo era a sala onde as garotas ficavam fazendo strip para os clientes escolherem quem eles queriam "hahahaha"!
Silver: Tudo que é feito com diversão, se torna agradável. Por conta disso, eu também faria tudo de novo. O processo de gravação foi demais e a aceitação tem sido muito bacana também, visto que o YouTube se tornou uma ótima ferramenta de divulgação.
Mestre: A gravação do clipe foi um dia que tenho certeza que a banda esquecerá jamais, foi uma experiência muito boa, divertida e, claro, muito cansativa com muito trabalho duro, toda a gravação durou 2 dias e contamos com apoio de vários amigos da banda para gravação e produção do vídeo, no final o trabalho foi muito gratificante, visto que o vídeo foi produzido com ótima qualidade e também que este material é um diferencial da banda.
Louco Motor: Além disso, a Perverse participou de um programa Global, o Caldeirão do Hulk. Como a participação no programa refletiu na banda?
Silver: Apesar de não termos "chegado" até o Caldeirão, lideramos a votação durante várias semanas, assim como outras bandas que também não foram para o programa. Acabaram pegando bandas que nem marcaram presença nos Tops de votação. Mas valeu como uma grande experiência, porque conquistamos novos fãs graças à divulgação que tínhamos ao estarmos entre as mais votadas.
Murilo 240: Nós tiramos duas lições com essa história do Caldeirão do Huck. A primeira é que essa história de votação é a maior furada. A segunda é que a divulgação deve sempre ser pesada, isso traz resultados e novos fãs.
Mestre: Na verdade todos nós já sabemos que processos globais são pré-arrumados.
Louco Motor: E agora, os trabalhos mais novos? O que a gente pode esperar da Perverse, quando vai sair um CD novo?
Mestre: O Perverse só está começando em sua trajetória que, com certeza, será repleta de sucesso, então, em breve podem esperar por mais trabalhos do Perverse, tanto em músicas novas quanto novos vídeos, e claro, muito show de qualidade extra pra todos nós. Não temos uma data definida para quando vai sair estas novidades, mas já estamos trabalhando nisso.
Murilo 240: Estamos trabalhando em novas músicas agora, adquirindo novas experiências e estamos iniciando uma bateria de testes que vamos fazer em shows. O processo de dominação global é muito árduo, mas a gente da conta.
Silver: A experiência que tivemos gravando "Too Much Is Never Enough" com certeza vai se refletir em nossos futuros trabalhos. Queremos ser cada vez mais uma banda única e com identidade.
Louco Motor: Na opinião e vocês, o que falta para o rock no Brasil, é mais consciência dos músicos, da mídia ou do público? Sintam-se à vontade para opinar.
Murilo 240: Falta mais profissionalismo e respeito de todas as partes. O dia que isso acontecer, a mídia vai olhar para o rock com olhos de ouro.
Mestre: A atual cena do rock no Brasil não foi resultado de apenas um dos lados, mas sim uma soma da falta de interesse de grande parte do público em comparecer aos eventos (nós sabemos que ainda tem muita gente que comparece), um amadorismo impressionante de certos empresários que só querem ganhar dinheiro a qualquer custo, a mídia que dá preferência para coisas que dão retorno financeiro e também por parte dos músicos, que muitos aceitam tocar nos eventos desses produtores "mal preparados" em troca de cerveja, e às vezes nem isso.
Louco Motor: Bom, agradeço a participação da Perverse para o Louco Motor, espero que futuramente possamos fazer mais realizações juntos, quem sabe nós dois não estaremos alçando voos mais altos, não é? Enfim, este espaço final fica a disposição da banda, escrevam o que quiserem, aquilo que têm vontade de falar para o pessoal do rock brasileiro, para a população tupiniquim, qualquer coisa.
Murilo 240: Curtam Perverse, mostrem para seus amigos, façam o download do nosso EP e ganhe uma entrada vip pro apocalipse ao nosso lado. Tudo em nosso site www.perverserock.com!
Mestre: Aos que quiserem saber mais sobre a banda, sintam-se a vontade para adicionar a página do Facebook da banda www.facebook.com/PerverseOfficial e também fazer perguntas direcionadas aos integrantes. Todos nós somos extremamente humildes e sabemos que sem publico não vamos a lugar nenhum, podem mandar mention no nosso Face/Twitter que sempre vamos responder vocês. O Twitter é www.twitter.com/PerverseOficial.
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