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Mostarja: A única certeza é que o Rock nunca morre

Por Ben Ami Scopinho
Postado em 03 de janeiro de 2010

O Mostarja é a prova viva de que ainda existe Rock´n´Roll brazuca da mais alta qualidade e que pode vir a ser apreciado pelo grande público. Natural de Brasília, o pessoal está estreando com "Pizza e Progresso", um dos discos mais bacanas que o circuito independente brasileiro proporcionou nos últimos anos. Sem exageros.

Com toda a naturalidade, bom humor e também uma postura bastante séria diante dos fatos que o cotidiano nos apresenta, este álbum possui todos os ingredientes que faz deste estilo algo tão deliciosamente malicioso há gerações. Assim sendo, o Whiplash! procurou o Mostarja, cuja história o leitor conhecerá na entrevista a seguir.

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Whiplash!: Olá pessoal! "Pizza e Progresso" é o debut do Mostarja... Que tal começarmos com vocês apresentando a banda ao leitor do Whiplash!?

Bulhões: Todos nós já tocamos há bastante tempo, e também já tocamos juntos em outra banda, em diferentes formações. As nossas influências sempre foram de Hard Rock e Heavy Rock. Eu (baixista) e o Guiga (batera) tocamos em bandas de Metal dos anos 80 e 90 (Fallen Angel, Dungeon e Restless). O Bóris (vocal) e o Jota R (guitarra) também tocaram em bandas de rock pesado nos anos 90, como Firewood, Peacemaker e Voyeur. O Alisson (guitarra) tem uma história musical mais recente, principalmente tocando com o Kactus-Cola, e suas influências também são menos pesadas.

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Bulhões: Mas também somos músicos e não queríamos mais ficar presos a um estilo único. Então resolvemos fazer um Rock’n´Roll que saísse naturalmente, sem ter um modelo a seguir. Acabou que o resultado saiu bem autêntico, com a gente tendo liberdade pra fazer o que der na cabeça. No entanto, nossas influências pesadas, que são claras na sonoridade das nossas músicas, acabaram por dar uma característica própria.

Whiplash!: Vocês passaram anteriormente por outra banda, o Kactus-Cola, que sofreu alguns maus bocados em São Paulo. O que rolou e que lições tiraram desta experiência em prol do Mostarja?

Bóris: A gente largou tudo e foi pra Sampa, sem dinheiro, pra comer pão com ovo. Assinamos contrato com os picaretas da Prize Records, que prometeram o mundo e acabaram dando cano na gente. A maior lição que agente tirou dessa história toda foi que não precisamos largar tudo pra correr atrás de um sonho de forma tão imatura. Hoje o lance é outro: temos a internet e outras facilidades pra divulgar o trabalho da banda.

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Whiplash!: Como não poderia deixar de ser, o Mostarja também passou por dificuldades, que inclusive quase culminou em seu fim. Quais as maiores entraves nos dois anos que antecederam o lançamento de seu debut, afinal?

Bulhões: Talvez esse comentário (que eu fiz no blog do MySpace) tenha sido mal interpretado. Na verdade o problema estava em nós mesmos e nas nossas perspectivas para o futuro da banda; chegou uma hora que começou a dar um desânimo, pois as coisas não aconteciam. Foi quando chegamos à conclusão de que, ou a gente trabalhava e se empenhava pra fazer um CD e divulgá-lo, ou não teria sentido a gente ficar ensaiando um som autoral sem nenhuma expectativa futura. Quando a gente tomou a decisão, as coisas aconteceram.

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Bulhões: Mas temos que dar crédito ao Guiga, que entrou em sociedade com o nosso amigo Cláudio Bareta, na época dono e hoje sócio do Guiga no estúdio. Isso permitiu a compra do equipamento necessário, que tornou possível a nossa gravação.

Bulhões: A despeito de nossa produção, temos que dar também os parabéns ao Jota R, que foi engenheiro de gravação, ao Maurição Vianna, guitarrista que já havia tocado na banda e que gravou a voz principal em seu estúdio em Goiânia, e ao Rodrigão Nogueira, que fez a produção de bateria. Na verdade, as pessoas gostaram tanto do nosso CD, que o Estúdio 1 está com a agenda de gravações lotada.

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Whiplash!: "Sol Vermelho", a faixa-título, "O Baile" e tantas outras canções mostram uma excelente química. O quanto o cotidiano influencia em seu processo de composição?

Bulhões: Na verdade é a nossa fonte principal, pouca coisa é ficção. O interessante nessas músicas é que "Sol Vermelho" é uma música feita por mim acerca de uma experiência do Bóris, enquanto "O Baile" é uma canção composta pelo Alisson a partir de uma história minha. Isso mostra uma grande ‘química’ entre nós, que parece ser transmitida para as músicas.

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Whiplash!: Seria equivocado dizer que, ainda que aborde diversos temas, o Mostarja procura induzir o público a curtir a vida, mas com a devida responsabilidade?

Bulhões: Pra falar a verdade, conscientemente a gente não tem essa preocupação. Mas também não queremos transmitir uma mensagem ruim. Sempre procuramos buscar o lado divertido e alegre das coisas, e queremos sempre transmitir uma boa mensagem, sempre positiva.

Whiplash!: Ainda que atualizada, sua música remete à fase de ouro do Rock Pop brasileiro, em grupos como Legião Urbana e Capital Inicial. Como vocês analisariam a atual safra que consegue espaço nas rádios?

Bulhões: Nós temos um amigo que é um empresário musical batalhador aqui em Brasília. Nós pedimos pra ele ver se podia dar uma ajuda pra gente e ele disse que o som era muito bom e que algumas música eram muito boas para o rádio, mas que ele não tinha o dinheiro para pagar o Jabá.

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Bulhões: Eu não quero generalizar, mas a maioria das bandas que consegue espaço pra tocar em rádio tem que ter algum tipo de poder econômico para poder aparecer. Esse não é o critério correto. Os programadores das rádios tinham que ter liberdade pra tocar o que quisessem, mas as rádios privadas não permitem, pois precisam lucrar com seu precioso espaço midiático. Quando nós lançamos o CD, tocamos na rádio pública de Brasília todos os dias por mais de um mês. Continuamos na programação, pois as pessoas ligam até hoje pedindo as músicas.

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Whiplash!: Então, a que vocês acham que depende a aceitação de um disco nos dias de hoje?

Bulhões: Depende se o som é bom ou não. Mas a aceitação depende de você conseguir fazer a música chegar ao ouvido de alguém que possa gostar. E aí vem toda aquela história de poder econômico de novo. Mas a tendência é a internet mudar isso, sem querer parecer clichê.

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Bóris: Sorte, competência e comprometimento.

Guiga: Tocar pras massas (rádio, TV...), e sem grana alta não dá!

Whiplash!: Considerando toda a divertida crítica da canção "Pizza e Progresso", creio que o governador do Distrito Federal, José Arruda, forneceu ainda mais munição para o próximo disco, não?

Bulhões: Eu não sei, essa música foi feita pelo Alisson. Eu não sei se a gente gostaria de repetir a mesma idéia só porque deu certo da primeira vez. Talvez, se houver um elemento novo, seja possível. Tem muita música que é inspiração, e tem música que você tem uma idéia e trabalha em cima dela. Eu acho que a gente poderia fazer uma outra música sobre corrupção se fosse uma música ‘inspirativa’, mas não uma ‘transpirativa’.

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Alisson: Nossa inspiração vem do dia-a-dia mesmo, e a gente vive perto de muita coisa que acontece na política brasileira. Isso influencia bastante. Mas a gente não deixa de estar antenado em outros assuntos, misturando tudo com bom-humor... Claro que em alguns momentos agente fala sério e mostra nossas indignações com mais veemência, como fez o Bulha na música "Olho por Olho".

Whiplash!: Certamente a população de Brasília vem dando bons exemplos ao sair às ruas protestando contra esta situação toda, mas, no geral, o brasileiro se mostra por demais complacente, como no caso do escândalo envolvendo José Sarney (porém, se manifestam contra a decisão em proibir o bronzeamento artificial no país!!!). Que tipo de motivação vocês acham que falta para o povo se pronunciar diante de tanta corrupção envolvendo empresas e políticos?

Bulhões: O problema é cultural. A corrupção faz parte da vida dos brasileiros há tanto tempo, que as pessoas acabam tratando como se fosse normal. Esse tipo de demonstração de indignação, seja através de protestos, seja pela crítica musical bem humorada, é que vai ajudar a formar a opinião e mudar a atitude do povo que ainda não se manifestou.

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Guiga: Falta às autoridades competentes darem o exemplo e botar todo político corrupto na cadeia, acabando com a impunidade... Porém o povo não se pronuncia, pois não acredita mais na punição dos corruptos, diante dos tantos maus exemplos que nos tem sido proporcionados por nossos políticos!

Whiplash!: Assim como tantas outras bandas deste Brasil, o Mostarja batalhou muito para sua estréia em disco. Considerando todos os problemas e conquistas, vale a pena tocar Rock´n´Roll no Brasil?

Guiga: Vale a pena tocar Rock’n’Roll em qualquer lugar do mundo! Ainda mais se tiver recebendo pra isso... Hehehe.

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Bulhões: Ninguém toca sem esperar nada em troca, seja pelo menos uma salva de aplausos. Mas se você for tocar somente com a condição de receber algo de volta, pode ficar bastante decepcionado. Só o reconhecimento de uma crítica boa, a molecada abrindo uma roda de slam dance no seu show e um elogio sincero, já vale à pena.

Bóris: O Rock é cíclico, vira e mexe aparecem os dinossauros de novo, AC/DC, Aerosmith e várias outras. No Brasil, Capital, Paralamas, Titãs, somem e aparecem e a única certeza é que o Rock nunca morre.

Alisson: O Rock tá na veia!!!

Whiplash!: Ok, pessoal! O Whiplash! agradece pela entrevista desejando boa sorte ao Mostarja. O espaço é de vocês para as considerações finais.

Bóris: É isso galera, estamos na estrada e em 2010 vamos bombar "Pizza e Progresso" por esse Brasil afora!!! Entrem no nosso site oficial (www.mostarja.net), lá tem novidades, todos os links para myspace, Orkut, twitter e baixem as músicas (disponíveis para baixar no myspace). Um grande abraço e Let´s Rock!

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Sobre Ben Ami Scopinho

Ben Ami é paulistano, porém reside em Florianópolis (SC) desde o início dos anos 1990, onde passou a trabalhar como técnico gráfico e ilustrador. Desde a década anterior, adolescente ainda, já vinha acompanhando o desenvolvimento do Heavy Metal e Hard Rock, e sua paixão pelos discos permitiu que passasse a colaborar com o Whiplash! a partir de 2004 com resenhas, entrevistas e na coluna "Hard Rock - Aqueles que ficaram para trás".
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