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Lemmy: tatuagens, política, strippers e atrizes pornô

Por Leo Kreator
Fonte: Inked Magazine
Postado em 26 de novembro de 2008

O líder do MOTÖRHEAD Ian "Lemmy" Kilmister apareceu na edição de dezembro/janeiro de 2009 da revista Inked. Lemmy, depois de uma longa noite virada de festa na turnê em Las Vegas, encontra Jon Wiederhorn para uma sessão profunda de perguntas e respostas sobre suas tatuagens, política, strippers, estrelas pornô, fantasmas, OVNIs, objetos de coleção nazistas, cocaína, ácido, e outras coisas que mantêm seu mundo girando.

Inked: Quando você fez sua primeira tatuagem?

Lemmy: "Em 1973, quando eu estava no HAWKWIND. Estávamos em Dayton, Ohio, num domingo, e o estúdio de tatuagens era o único lugar aberto. Estávamos entediados pra porra, então fomos todos lá e fizemos uma tatuagem 'hippie' ridícula. A minha foi uma folha de maconha, que eu acabei cobrindo porque parecia uma pizza com asas".

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Inked: Qual é a sua tatuagem favorita?

Lemmy: "A do Ace of Spades, mas não dá mais pra ler. Está escrito 'Born to Lose, Live to Win' em volta, mas as palavras se borraram umas sobre as outras. Foi feita em 1979 na Holanda".

Inked: Você provavelmente já viu algumas tatuagens bem doidas do MOTÖRHEAD nesses anos todos.

Lemmy: "Nem fala, cara. Um amigo nosso na Alemanha cobriu as costas todas com o logo e ele fez uma tatuagem da gente do lado da cabeça e no peito. Ele tatuou também nossos rostos nas panturrilhas".

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Inked: É estranho ver sua cara tatuada em alguém?

Lemmy: "Se é uma foto bonita, eu não me importo, mas se eu pareço um porco com bócio, então não é bom. Eu já vi dos dois tipos".

Inked: Sua marca musical é "Ace os Spades". Você é um apostador?

Lemmy: "Não, na verdade não. Eu só gosto de jogar. Como se diz na música, 'o prazer é jogar, não faz diferença o que você diz'. O apostador nunca ganha, não ao longo do tempo. A maior quantia que eu perdi de uma vez foi três mil. Eu ganhei nove mil em uma jogada no caça-níqueis sete anos atrás no Venetian, em Las Vegas. Coloquei dois mil de volta no jogo e levei sete mil pra casa. Isso foi bom pra mim".

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Inked: Você vai frequentemente a clubes de strip. Você é fã de "lap dance"?

Lemmy: "Claro. É uma provocação, mas às vezes você consegue convencê-las, entende? E você só consegue convencê-las se elas fizerem uma 'lap dance' [Nota do editor: dança onde a garota provoca o cara, mas este último não pode tocá-la, se o fizer com certeza será "gentilmente convidado" a se retirar por um segurança com dois metros de altura por dois de largura]. Você não consegue convencê-las a ir pra casa com você direto do bar".

Inked: Já saiu com alguma atriz pornô?

Lemmy: "Já, com cinco delas, na verdade".

Inked: Alguém que conhecemos?

Lemmy: "Não sou de ficar contando".

Inked: Estrelas pornô são melhores na cama do que garotas normais?

Lemmy: "Não, são iguais, mas de novo, eu não sou tão bom de cama com as pessoas com quem eu transo normalmente, então eu acho que fica equilibrado".

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Inked: Tem hobbies?

Lemmy: "Pegar mulheres, suponho. Na verdade, não, isso é uma carreira. A música é o hobby".

Inked: "Você disse à Maxim [revista masculina] que já dormiu com 2.000 mulheres".

Lemmy: "Não, eu disse 1.000 e acho que eles inflacionaram um pouco. Mas não fico contando, sabe?"

Inked: "Você escreveu uma das maiores baladas de Ozzy Osbourne, 'Mama I'm Coming Home'. Como isso aconteceu?

Lemmy: "Depois de eu me mudar pros EUA, Sharon [Osbourne] me ligou e disse, 'você pode escrever quatro músicas pra mim', e me fez uma proposta que eu não podia recusar. Uma delas foi 'Mama I'm Coming Home'. Eu ganhei mais dinheiro por essas quatro músicas do que com 15 anos de MOTÖRHEAD. E então eu escrevi mais duas para o 'Ozzmosis'".

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Inked: Você parece ter uma relação de amor e ódio com Sharon.

Lemmy: "Não, o que aconteceu foi que ela assumiu como nossa empresária em 1991. E quando ela foi para o Japão, ela mandou um empresário em turnê com a gente e ele fodeu com a grana e disse que foi nossa culpa. Ela confiou na palavra dele em vez da nossa, o que é bem natural porque o cara era dela. Mas eu nunca perdoei ela até semana passada quando ela finalmente disse, 'OK, eu acredito em você'".

Inked: Você é religioso de alguma forma?

Lemmy: "Sou agnóstico, na verdade. Vou esperar e ver... e eu posso esperar. Mas não tenho medo de morrer. Qual é o motivo para ter medo do inevitável? Eu só espero que não seja num hospital cercado de imbecis e com tubos enfiados no nariz, sabe? Minha ética é, 'coma, beba e seja feliz, pois amanhã morreremos'. Você pode ser o quanto cuidadoso quiser, mas você vai morrer de qualquer jeito, então porque não se divertir?"

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Inked: O mundo está em guerra e a economia e o meio-ambiente são uma confusão. A humanidade está condenada?

Lemmy: "Não se engane. Já é tarde. Estamos no fim. Logo vamos ser extintos ou vamos viver em cavernas hermeticamente fechadas porque envenenamos o ar que respiramos, a água que bebemos e a comida que comemos. E não é como se não soubéssemos disso, mas as empresas quiseram mais o dinheiro do que a vida de seus filhos. Não é maravilhoso? Você pode sempre contar com a humanidade".

Inked: O "Motörizer" tem algumas letras bem políticas.

Lemmy: "Sim, uma delas é sobre o Iraque, 'When The Eagle Screams'. Escrevi essa porque eu sei a história da guerra. Eu estudei isso, e é um exemplo primoroso do dinheiro mandando seus garotos para suas mortes. O interesse está ganhando da lógica. Todos sabem que não havia armas de destruição em massa no Iraque porque nós vendemos para eles tudo o que eles tinham. Vou te contar uma história engraçada. Você sabe quando os britânicos invadiram o Iraque junto com vocês? Nós não tínhamos nenhum uniforme de deserto. Só tinhamos verde e cáqui porque vendemos todos os uniformes de deserto para o Iraque três anos antes. Isso não é ótimo? Eu odeio todos os políticos. São todos falsos".

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Sobre Leo Kreator

Leo é estudante de Processamento de Dados na FATEC-SP. Trabalha como programador e dedica uma parte de seu tempo livre tocando bateria na banda de thrash metal paulistana Lanasters (que está atualmente tentando voltar à ativa...). Gosta de ouvir música BOA, mas de preferência metal - dos sub-gêneros NWOBHM, thrash, death ou black.
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