Permanent Vacation: o álbum que levou Aerosmith de volta ao topo, em 1987
Resenha - Permanent Vacation - Aerosmith
Por Yuri Apolônio
Postado em 15 de julho de 2024
O Aerosmith foi sem dúvida uma das maiores banda de hard rock dos EUA durante da década de 70. Mas os excessos, em especial dos "toxic twins", Steven Tyler e Joe Perry – que não eram irmãos, muito menos gêmeos, mas que, juntos, usavam drogas desenfreadamente –, fizeram o nome do grupo encolher consideravelmente entre o final dos anos 70 até boa parte dos anos 80.
A redenção veio em 1987, com o oitentista "Permanent Vacation", que inicia justamente o período mais pop e de maior sucesso comercial dos americanos de Boston. Não sem antes passarem por uma boa reabilitação e aceitar ajuda externa para retornar ao holofotes. Vamos entender.
O maior sucesso do início da carreira do Aerosmith foi o seu terceiro álbum, o "Toys in the Attic", de 1975, graças aos dois excelentes singles "Sweet Emotion" e "Walk This Way". O disco faz tanto sucesso que inclusive traz, com méritos, visibilidade para os dois primeiros álbuns da banda, que haviam passado despercebidos até então.
"Rocks", do ano seguinte, até mantém, o patamar, mas a maré começa a mudar com o "Draw the Line", em 1977. De acordo com Joe Perry, os excessos eram tantos que, na verdade, fazia muito mais sentido eles se considerarem viciados envolvidos com música, e não músicos envolvidos com drogas.
O guitarrista deixa o grupo durante as gravações do álbum seguinte, o "Night in the Ruts", em 1979, que acaba se tornando a obra de menor vendagem da banda desde que ela atingira o sucesso. Para piorar Steven Tyler se afunda ainda mais nas drogas, tornando a tarefa de lançar um próximo álbum quase impossível.
As dificuldades levam a saída do outro guitarrista original da banda, Brad Whitford, que acaba participando de somente uma faixa do "Rock in a Hard Place", lançado cerca de três anos após o disco anterior.
No patamar mais baixo desde o sucesso, a saída foi fazer as pazes com o próprio Brad Whitford e trazer de volta também com Joe Perry. Um novo disco, com a velha formação, deu as caras em 1985. Mas, apesar do um renovado interesse pelos shows por parte do público, "Done with Mirrors" não emplaca nenhum single e mantém os resultados comerciais no fraco patamar dos lançamentos anteriores.
O que começa a mudar a situação, primeiramente, é o acaso, ou melhor, a mente de Rick Rubin. Ele produzia, na época, o Run D.M.C., e convida o Aerosmith para regravar a canção "Walk This Way" junto do grupo de hip hop do Queens.
O crossover histórico é lançado como single e alcança uma posição mais alta que a versão original de 11 anos antes, além de representar o primeiro single de hip hop a alcançar o Top 5 nas paradas da Billboard.
A canção apresenta o Aerosmith a toda uma nova geração, contudo, para que a banda mantivesse o sucesso, seriam necessárias canções inéditas de grande repercussão. Para isso, Steven Tyler vai para o rehab, motivando todos os demais membros a fazerem o mesmo em seguida.
Visando retormar o sucesso, o Aerosmith contrata o produtor Bruce Fairbairn, que havia recém-trabalhado com o Bon Jovi. E, sim, o mesmo que produziria "Razors Edge", do AC/DC, poucos anos depois. Fairbairn traz ao Aerosmith uma sonoridade muito mais açucarada, cheia de reverbs, com muitos metais, refrões emocionados, bem de acordo com o que fazia mais sucesso no período, e ainda convence o grupo a buscar ajuda de fora para escrever as letras.
Apesar de não concordarem muito com a ideia, "Permanent Vacation" termina por representar o melhor resultado comercial da banda em mais mais de uma década, parte graças ao sucesso dos singles "Dude (Looks Like a Lady)", "Angel" e "Rag Doll", com todos alcançando o Top 20 nas paradas.
Hoje, a produção soa datada, em especial a bateria, e os metais em demasia, o que pode atrapalhar a experiência de alguns. Ainda assim, o álbum tem boas canções, e é certamente bem mais acessível do que qualquer obra da banda até então.
Apesar de não ser um estouro, o "Permanent Vacation" abriu caminho para a melhor fase, comercialmente falando, para o Aerosmith. A obra seguinte, o "Pump", de 1989, seria o disco com as maiores vendas de toda a carreira da banda, que seguiu extremamente relevante ao longo de toda a década de 90.
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