Zaum: A arte de fazer doom metal complexo
Resenha - Divination - Zaum
Por Marcelo Hissa
Postado em 16 de fevereiro de 2020
Nota: 8
A terceira chance de conhecer uma das melhores bandas de Doom psicodélico se chama Divination, e é a mais recente obra do trio canadense Zaum. Continuação do que já vinha sendo feito em Eidolon, Divination mantém a mesma fórmula de músicas gigantes, cadenciadas que evoluem em um Doom violento seletivamente enxertado de sons exóticos.
Relic abre o álbum com um clima inquietante, cânticos que uivam como ventos suaves amparados por instrumentos de sopro indígenas. Sustentando o clima, um vibrar arraigado prepara terreno para o Doom que surge em todo fulgor. Vocais ecoados se misturam a cadência lenta de forma orgânica e assim segue até acelerar no ritmo dando passagem a berros mais opressores. A experiência pacifica-se perto do final para concluir de forma serena. Pathenon subsequente é curta, mas se impõe na corpulência. Como tem menor tempo de para se desenvolver o pulsar doom martela o ouvinte precocemente dando uma aura que se aproxima ligeramente do doom tradicional. O fim vem com Procession que investe em um padrão mais caótico, onde o leve-sublime alternar com o pesado-aterrador no hoscilar de alguns riff súbitos. Vale salientar a capa do disco que mantém o padrão de encanto figurativo já visto em outro trabalho de Zaum. Novamente esta consegue por meio da arte visual apresentar fielmente a arte sonora.
Zaum não é só aquela banda que alfabeticamente fica no final da sua prateleira, Zaum é a banda que fica no top 10 doom de 2019. Para quem gosta de complexidade dentro de uma estrutura pesada, Divination fica mesmo é no disc player (ou pelo menos até que alguma outra banda consiga fazer algo remotamente parecido).
Tracklist
1.Relic 20:30
2.Pantheon 09:15
3.Procession 14:23
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