Os dois tradicionais movimentos artísticos dos EUA que Arnaldo Antunes odeia
Por Gustavo Maiato
Postado em 19 de novembro de 2025
Na cultura brasileira, Arnaldo Antunes ocupa um lugar à parte. Poeta, cantor, compositor e ex-integrante dos Titãs, ele sempre foi um artista atento aos movimentos culturais e às transformações da arte. Durante uma entrevista ao programa Provocações, apresentado por Antônio Abujamra, Arnaldo refletiu sobre a hegemonia da cultura norte-americana e a situação da música brasileira contemporânea - dois temas que, segundo ele, estão profundamente ligados.

Ao ser questionado se a indústria americana do entretenimento merecia o espaço que ocupa no mundo, Arnaldo respondeu sem rodeios: "Olha, entretenimento abrange muita coisa, né? Eu acho que a música que é feita nos Estados Unidos tem uma tradição fortíssima - assim como a brasileira, assim como, né, algumas das músicas mais importantes do mundo". Ainda assim, o músico afirmou que existem dois formatos artísticos típicos dos EUA que o desagradam profundamente: os musicais da Broadway e o cinema comercial de Hollywood.
"Eu não gosto dessa coisa do teatro da Broadway, que agora até está em moda montar aqui no Brasil, né? Trazer as peças daqueles musicais da Broadway e tal, e fazer... é o tipo de linguagem que eu acho que não tem graça nenhuma. Ninguém faz melhor do que eles", declarou. O artista criticou a tendência de importar esse modelo para o país, apontando que a estética e o formato do teatro musical americano não se encaixam na sensibilidade brasileira.
Arnaldo Antunes e o cinema americano
Na sequência, Arnaldo mirou o cinema comercial dos Estados Unidos. "Claro que o cinema americano tem uma tradição fortíssima, com John Ford, Orson Welles, Peckinpah, com milhares de coisas maravilhosas. Mas o cinema comercial que se faz nos Estados Unidos ter esse espaço que tem no mundo - eu acho um absurdo. Porque é de uma pobreza absurda, muitas vezes. O lixo acaba chegando e tomando conta", afirmou. O artista ainda relacionou essa dominação cultural à forma como os Estados Unidos impõem sua presença em outras esferas - da economia à política internacional.
Em outro momento da entrevista, Arnaldo Antunes refletiu sobre o panorama musical brasileiro e explicou por que, em sua visão, não há mais grandes movimentos culturais como a Tropicália ou a Bossa Nova. "Acabou um pouco essa necessidade de movimentos coletivos que apontassem para o futuro numa única direção. A diversidade foi se instituindo, e isso era algo que a Tropicália já trazia como proposta: a mistura de gêneros, de linguagens, de culturas", afirmou.
Para o cantor, o que antes era uma revolução hoje virou o estado natural da arte. "Essa diversidade se instituiu como uma realidade cultural com a qual a gente vive. As direções onde a novidade pode acontecer são muitas. Não tem mais uma situação cultural que necessite de uma resposta única, como os movimentos em geral apontavam. Mas pode acontecer de novo qualquer coisa que a gente não sabe o que é", completou.
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