Billie Eilish: soturna e sombria, adolescente é a grande revelação do pop em 2019
Resenha - When We All Fall Asleep, Where Do We Go? - Billie Eilish
Por Ricardo Seelig
Postado em 02 de outubro de 2019
Billie Eilish nasceu em Los Angeles no final de 2001 e tem 17 anos. Adolescente, é um dos maiores fenômenos do pop atual. E não faz isso apelando para fórmulas fáceis ou já testadas e usadas à exaustão por outros artistas. Atingiu esse status apresentando uma sonoridade densa e sombria, que vem acompanhada por uma estética soturna e chocante – a capa do álbum já traz a lembrança de Linda Blair no clássico O Exorcista, que apavorou audiências em 1974.
O primeiro álbum de Billie, "When We All Fall Asleep, Where Do We Go?", foi lançado em março e desde então vem chamando a atenção mundo afora. O disco traz quatorze faixas e pouco mais de 40 minutos, todas compostas por Eilish ao lado de seu irmão, o ator e produtor Finneas O’Connell. Musicalmente trata-se de um pop com elementos lúgubres, até mesmo funéreos, mas que constrói a sua escuridão e amplifica essa característica através das letras, que tratam dos anseios e medos de Billie e resultam em uma sonoridade própria e forte. Traduzindo de outra maneira: Billie Eilish traz algumas características em comum com nomes como Lana Del Rey, porém sem as orquestrações, que aqui são trocadas por instrumentações eletrônicas, e passei pelo lado mais gótico da música. E faz tudo isso com um apelo pop acachapante.
"All the Good Girls Go to Hell", por exemplo, atualiza o legado de Amy Winehouse. O single "Bad Guy" é uma delícia. "You Should See in a Crown" é uma pérola. O uso constante de timbres e elementos pouco habituais a quem não está acostumado com os artifícios atuais da música pop (e sei que escrevo para um público mais conservador, focado no rock e pouco avesso a tudo que não se enquadre no estilo) pode causar uma certa estranheza, mas o ouvido logo se acostuma. E o que resta, após isso, é a qualidade das músicas. "Wish You Were Gay" é belíssima, "8" usa o ukulele e traz uma das grandes vocalizações do disco, enquanto o pop bate de maneira certeira em "My Strange Addiction", "Bury a Friend" e "Ilomilo".
É difícil dizer para onde a carreira de Billie Eilish irá. Sua ascensão me lembra o surgimento da neo-zelandesa Lorde, que conquistou o mundo em 2013 com "Pure Heroine" e voltou apenas quatro anos depois, bem mais madura, com "Melodrama" (2017). Independente disso, chama a atenção a criatividade nas idéias, a bela voz e a coragem em expor a vida em letras extremamente pessoais, tudo isso embalado por boa música.
Uma das belas surpresas do ano.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
9 bandas de rock e heavy metal que tiraram suas músicas do Spotify em 2025
A lenda do rock nacional que não gosta de Iron Maiden; "fazem música para criança!"
Iron Maiden bate Linkin Park entre turnês de rock mais lucrativas de 2025; veja o top 10
Justin Hawkins (The Darkness) considera história do Iron Maiden mais relevante que a do Oasis
Show do Slipknot no Resurrection Fest 2025 é disponibilizado online
A dificuldade de Canisso no estúdio que acabou virando música dos Raimundos
Cinco bandas de heavy metal que possuem líderes incontestáveis
Ian Gillan atualiza status do próximo álbum do Deep Purple
A banda de rock nacional que nunca foi gigante: "Se foi grande, cadê meu Honda Civic?"
A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
Os 10 melhores discos de metal progressivo lançados em 2025, segundo a Metal Hammer
O músico que atropelou o Aerosmith no palco; "Ele acabou com a gente"
Ian Gillan nem fazia ideia da coisa do Deep Purple no Stranger Things; "Eu nem tenho TV"
Show do System of a Down em São Paulo entre os maiores momentos do ano para revista inglesa
Luis Mariutti comenta saída da banda Andre Matos; "quase 5 anos trabalhando de graça"
Experiente, Tobias Forge do Ghost dá sua opinião sincera sobre Crypta e Fernanda Lira
A canção de Renato Russo que dialoga com Racionais MC's para dar voz a um jovem da periferia

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional



