Metallica: em 1997, uma derrapada feia
Resenha - Reload - Metallica
Por Mateus Ribeiro
Postado em 07 de agosto de 2019
Nota: 5
Qualquer pessoa que tenha se envolvido com o heavy metal, em algum momento da vida já ouviu falar sobre o Metallica. É bem possível que tenha ouvido críticas sobre o trabalho da banda pós "...And Justice for All".
Antes de tudo, é necessário afirmar que para se criticar "Metallica" (1991), a pessoa tem que ser bem true e tapada (perdão pelo pleonasmo), já que se trata de um disco que se não é a coisa mais brutal do mundo, é metal feito com muita qualidade e personalidade. Já com "Load" (1996), a coisa foi um pouco longe demais, já que sobra espaço até para o (bom) country, que pode ser conferido em 'Mama Said". Cientes de que os fãs não estavam exatamente felizes, porém, dando um belíssimo de um "fuck off" pra tudo, em 1997 a banda lança "Reload", que nada mais é do que um terrível apanhado do que havia sobrado do disco anterior. E se a repercussão de "Load", que tinha as músicas titulares, não foi das melhores, imagine quando James, Lars e seus parceiros escalaram o time reserva em "Reload"...
É verdade que se existia um pouco de paciência dos seguidores mais resistentes, ela foi pra casa do cacete com o disco de 1997. Apesar de começar bem com "Fuel", a diferente "The Memory Remains", "Devil´s Dance" e a segunda parte de "Unforgiven" (que obviamente, não chega nos pés da primeira, mas passa). Porém, desse momento em diante o trem sai do trilho e o disco começa a se dividir entre momentos que oscilam entre o sem graça e o vergonhoso.
Alguma música ou outra se salva do desastre, caso de "Bad Seed", a tentativa do Metallica de ser o Alice In Chains em "Carpe Diem Baby" e "Better Than You". Por outro lado, "Slither" empolga tanto quanto casamento sem cerveja, "Where The Wild Things Are" dá sono, "Prince Charming" é uma música que poderia ser um hit de "St. Anger", "Attitude" é muito pretensiosa e não passa disso. Para completar a salgada receita, "Low Man's Lyric", que sem sombra de dúvidas foi a coisa mais constrangedora, ridícula, vergonhosa, desnecessária, irritante e desprezível que o Metallica fez até aquele momento. Mal sabiam os fãs que seis anos depois, a banda conseguiria fazer um disco inteiro tão insuportável quanto essa torturante música.
A sorte do Metallica é que os cinco primeiros trabalhos deram crédito suficiente para a banda fazer o que desse na telha nos anos seguintes. Ao mesmo tempo que perdeu um grande número de seguidores, o grupo fisgou grande parcela de fãs do rock talco no bumbum. Resumindo, "Reload", se lançado hoje, seria trilha sonora de rockeiro sapatênis frequentador de hamburgueria top.
Uma escorregada na carreira do Metallica, que acabaria ofuscada pela presepada colossal lançada em 2003, o glorioso "St. Anger". Se tiver paciência, ouça "Reload". Se tiver bom senso e amor próprio, fuja.
Ano de lançamento: 1997
Faixas:
"Fuel"
"The Memory Remains"
"Devil's Dance"
"The Unforgiven II"
"Better than You"
"Slither"
"Carpe Diem Baby"
"Bad Seed"
"Where The Wild Things Are"
"Prince Charming"
"Low Man's Lyric"
"Attitude"
"Fixxxer"
Formação:
James Hetfield: vocal e guitarra
Kirk Hammett: guitarra
Jason Newsted: baixo
Lars Ulrich: bateria
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