Audrey Horne: um blecaute agradável do início ao fim
Resenha - Blackout - Audrey Horne
Por Ricardo Seelig
Postado em 17 de julho de 2019
Para os aficcionados por séries e pela obra do diretor David Lynch, Audrey Horne é o nome de uma personagem do cultuado seriado Twin Peaks. Interpretada pela atriz Sherilyn Fenn, Audrey era a filha do milionário Ben, dono do hotel que marcou a primeira temporada da história sobre a misteriosa morte da jovem Laura Palmer.
Já para os fãs de rock, Audrey Horne é o nome de uma banda norueguesa formada em 2002 na cidade de Bergen. Um fato interessante sobre o grupo é que ele conta com ex-integrantes de ícones do black metal como Enslaved e Gorgoroth, apesar de produzir uma música que não passa nem perto do lado mais sombrio do metal. A pegada do Audrey Horne é muito mais ensolarada, equilibrando influências de NWOBHM com hard rock californiano. O resultado é um som grudento, repleto de melodia e cheio de refrãos cirúrgicos.
Após o mediano "Pure Heavy" (2014), o quinteto retornou com inspiração de sobra em "Blackout", disco que saiu neste início de 2018. São dez canções sólidas e mais duas faixas bônus na versão que está disponível nos serviços de streaming. E aqui é preciso deixar bem claro: o Audrey Horne não quer mudar a forma como a música é feita, não quer inserir novos conceitos e nem nada do tipo. A proposta é apenas um rock bem feito, pra cima e capaz de animar o dia. O que, convenhamos, já está de ótimo tamanho nestes tempos estranhos em que vivemos.
Em relação ao ótimo "Youngblood" (2013), percebe-se a inclusão de uma dose maior de elementos de AOR, com ecos de nomes como Boston, Journey e até mesmo Billy Squier. Esta característica coloca na mesa um gosto acentuado da década de 1980 em alguns momentos (a faixa-título é um grande exemplo deste fator), trazendo ainda mais ingredientes para a sonoridade dos noruegueses.
Porém, os elementos principais da mistura seguem sendo os mesmos: os fortes e sempre cativantes refrãos e as longas passagens instrumentais construídas com uso e abuso de guitarras gêmeas. Neste último ponto, a principal referência do Audrey Horne é o saudoso Thin Lizzy ("This One" poderia estar em um disco da banda de Phil Lynott), o que é sempre um sinal de qualidade.
Agradável do início ao fim, "Blackout" é um disco despretensioso e, talvez por isso mesmo, seja tão legal. Diversão em alto e bom som, sem a elaboração de maiores teorias ou teses musicais, longe de elocubrações malucas e insalubres.
Se tivesse que dar uma nota para o trabalho ela não seria um número, mas sim um frase: OUÇA QUE É BEM LEGAL!
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Festival Sonic Temple anuncia 140 shows em 5 palcos para 2026
O primeiro tecladista estrela do rock nacional: "A Gloria Pires ficou encantada"
Axl Rose ouviu pedido de faixa "esquecida" no show de Floripa e contou história no microfone
O único guitarrista que, para Lindsey Buckingham, "ninguém sequer chega perto"
Nicko McBrain revela se vai tocar bateria no próximo álbum do Iron Maiden
O álbum "esquecido" do Iron Maiden nascido de um período sombrio de Steve Harris
Fabio Lione e Luca Turilli anunciam reunião no Rhapsody with Choir & Orchestra
Documentário de Paul McCartney, "Man on the Run" estreia no streaming em breve
Guns N' Roses homenageia seleção brasileira de 1970 em cartaz do show de São Paulo
O álbum do Rush que Geddy Lee disse ser "impossível de gostar"
A banda de rock clássico que mudou a vida de Eddie Vedder de vez; "alma, rebeldia, agressão"
A pior música do pior disco do Kiss, segundo o Heavy Consequence
Os 11 melhores discos de rock progressivo dos anos 1970, segundo a Loudwire
O disco de prog que Ian Anderson disse que ninguém igualou; "único e original"


Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto
"Hollywood Vampires", o clássico esquecido, mas indispensável, do L.A. Guns
"Hall Of Gods" celebra os deuses da música em um álbum épico e inovador
Nirvana - 32 anos de "In Utero"
Perfect Plan - "Heart Of a Lion" é a força do AOR em sua melhor forma
Pink Floyd: O álbum que revolucionou a música ocidental


