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Cracked Skull: Levante contra a besta fascista e porradaria

Resenha - Social Disruption - Cracked Skull

Por Durr Campos
Postado em 25 de março de 2019

Nota: 10 starstarstarstarstarstarstarstarstarstar

Com o tempo aprendemos a valorizar os que estão de fato do nosso lado. Ouvir e LER o que uma banda como o Cracked Skull tem a dizer é de um prazer indescritível, assim como renova a esperança em dias melhores ao nosso país tão castigado pelo golpe de Estado recente e o fantasma do fascismo à espreita.

"Social Disruption" é mais que necessário, o vejo como um tratado da música pesada sul-americana em prol do coletivo, realizado pelas mãos experientes de músicos conhecidos do underground brasileiro. Lembram de Túlio Constantin, exímio baterista responsável pelos tambores no clássico "Punishment at Dawn" [1993], da lenda Headhunter D.C.? Pois ele está aqui, assim como Clênio de Souza Faria (ex-DEADLINESS, nas vozes e baixo) e Tarciso Guimarães (ex-CALVARY DEATH, nas seis cordas). Aliás, nunca tive a chance de agradecer a este último pelo que fez em "Jesus, Intense Weeping" [1994]. Quase furei meu vinil na época.

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Creio que a segurança e confiança no material fez com que o trio já chegasse chegando, porque não há nada que requeira correção em "Social Disruption". Pegue o que há de melhor em bandas como Morbid Angel, Death, Atheist, Cynic, Nuclear Assault, adicione melodias NWOBHM e forje uma coleção de trovas repletas de bom caráter e ódio ao que há de pior na sociedade moderna.

'Dark 1964' não nos deixa esquecer dos anos de tortura sob uma das mais vis e violentas ditaduras militares que se tem notícia. Sempre importante relembrar para que não repitamos os erros do passado, ainda mais quando temos no Palácio do Planalto um ser que idolatra assassinos e prega o retorno a uma dos piores períodos de nossa História. E o que vem de uma tenebrosa era cuja extrema-direita parece querer sair do esgoto e assumir algum protagonismo? Luta e resistência! Sendo assim, coloque para tocar 'Rise Up Revolution' e inspire-se! Aliás, esta também consta na compilação "Satan Smashes Fascism".

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As riquezas sonoras e líricas de 'A Flame in the Dark Ages', assim como da longa e magnífica 'Misery of Mind' unem o começo mais, digamos, tradicional ao lado experimental do 'full-length'. Não consigo parar de ouvir, coladinhas como devem ser, as maravilhosas 'Fascism' e minha favorita 'Selfish Gene'. O que Tarciso fez nelas é para estudo, mas isso só foi possível pela cozinha absurda de Clênio e Túlio. Vou deixar o link com o álbum na íntegra ao final deste texto, mas só faço isto porque levarei o caro leitor ao canal oficial da banda no YouTube.

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O encarte merece destaque pelo esmero e bom gosto. As doze páginas foram desenhadas à mão, sendo que em cada uma delas a arte criada ilustra seu respectivo texto, isto é, a letra de cada canção. Mesmo que você não se importe com política ou não dê a mínima para o que está acontecendo lá fora, vale ouvir o que esses caras tem a dizer, ou pelo menos escutar sua música. Temos tantas bandas boas no Brasil e em toda América Latina, basta pesquisar. Comece por esta aqui, garanto que vai se impressionar.

Assistir vídeo no YouTube

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Origem: Itaúna, Minas Gerais
Anos ativa: 2014 - presente

Line-up:
Clênio de Souza Faria (ex-DEADLINESS) - Vocal e baixo
Tarciso Guimarães (ex-CALVARY DEATH) - guitarra
Túlio Constantin (ex-CALVARY DEATH, TUMÚLO DE FERRO, HEADHUNTER D.C.) - bateria

Faixas:
01 . Intro - Forge the Fury
02 . Dark 1964
03 . Rise Up Revolution
04 . A Flame in the Dark Ages
05 . Misery of Mind
06 . Fascism
07 . Selfish Gene
08 . Time of Ignorance
09 . Terrorism

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Facebook:
https://www.facebook.com/caveiraband/


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Sobre Durr Campos

Graduado em Jornalismo, o autor já atuou em diversos segmentos de sua área, mas a paixão pela música que tanto ama sempre falou mais alto e lá foi ele se aventurar pela Europa, onde reside atualmente e possui família. Lendo seus diversos artigos, reviews e traduções publicados aqui no site, pode-se ter uma ideia do leque de estilos que fazem sua cabeça. Como costuma dizer, não vê problema algum em colocar para tocar Napalm Death, seguido de algo do New Order ou Depeche Mode, daí viajar com Deep Purple, bailar com Journey, dar um tapa na Bay Area e finalizar o dia com alguma coisa do ABBA ou Impetigo.
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