Paradise Lost: Believe In Nothing é diferente, polêmico e esquecido
Resenha - Believe In Nothing - Paradise Lost
Por Mateus Ribeiro
Postado em 15 de fevereiro de 2019
Nota: 6
A maioria das bandas tem os discos que acabam queimando o filme, principalmente com os fãs mais extremistas (que normalmente, são os mais chatos e difíceis de agradar). No caso do PARADISE LOST, essa gloriosa honra caiu no colo de "Believe In Nothing", disco lançado em 2001.
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Depois de uma bela escorregada em "Host" (1999), um disco sem muito peso, com muitas influências de bandas synthpop dos anos 80, os caras tentaram consertar o estrago, escrevendo um álbum com mais peso, tentando a famigerada volta ao passado.
Bom, antes de tudo, é preciso separar um pouco as coisas: se você ouvir o disco achando que a banda deveria escrever um novo "Gothic" ou "Icon" em todo novo lançamento, passe longe. Agora, se você gosta de músicas sem se preocupar com rótulo, "Believe In Nothing" pode te reservar alguns bons momentos, e outros não tão memoráveis.
É fato que o PARADISE LOST estava querendo modernizar seu som, e não fez questão de esconder isso de ninguém. É barulhinho pra cá, coisa eletrônica pra lá, umas vozes um pouco mais viajadas, e tudo o que fez (e faz) muito headbanger ficar desgraçado das idéias. Por outro lado, a veia gótica e melancólica se faz presente em muitas músicas, apesar de aparecer com menos peso do que em álbuns anteriores.
A faixa de abertura já começa com alguns barulhos que podem assustar, mas depois que você se acostuma, fica difícil falar que "I Am Nothing" não é uma música boa. É uma grande composição, só não é pesada como as músicas eram nos discos anteriores.
Passado o susto inicial (que nem deveria aparecer, pois "Host" já deveria ter preparado os ouvidos), fica mais fácil ouvir e admirar músicas como ótimas "No Reason", "Look At Me Now" (que começa parecendo música de vídeo game), "Something Real" e "Divided", que fazem parte da caravana das criações que vão causar espanto nos desavisados.
Outro grande destaque do disco é a belíssima "Fader", que apesar de ser uma típica composição do PARADISE LOST, é uma música totalmente acessível, que poderia ser executada em qualquer "rádio rock" do Brasil.
Falando sobre as músicas mais "padrão Paradise", temos "Mouth", que talvez seja a música mais conhecida do disco, e a que menos foi espinafrada pelos fãs, a melancólica "Illumination", "Sell It To The World" e "World Pretending", que é um pouco mais arrastada, lembrando o passado mais Doom da banda.
No final das contas, "Believe In Nothing" não é um disco ruim, mas por não ser exatamente um disco de Gothic Metal, muita gente acabou torcendo o nariz. De qualquer forma, ao mesmo tempo em que os fãs mais antigos possam ter odiado o disco, uma grande parcela de pessoas um pouco mais desencanadas pode ter gostado, inclusive, esse é o caso deste que vos escreve. Fato é que independente da opinião dos fãs e das críticas, o disco é tratado como um capítulo quase esquecido na carreira do PARADISE.
Não estamos diante de um clássico do tamanho de "Draconian Times", porém, "Believe In Nothing" merece respeito. Portanto, com o perdão do trocadilho, se alguém disser que esse álbum é ótimo, não acredite em nada do que essa pessoa te falar.
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