Stone Sour: direto e eclético, "Hydrograd" agrada de primeira
Resenha - Hydrograd - Stone Sour
Por Igor Miranda
Postado em 29 de junho de 2017
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
A recente declaração de Chad Kroeger, frontman do Nickelback, sobre o Stone Sour - "um Nickelback amaciado", nas palavras do próprio - fará com que muitos desavisados se deparem com o projeto paralelo do vocalista Corey Taylor, que está lançando "Hydrograd", seu sexto disco de estúdio. Será mesmo que dá para fazer esse tipo de comparação?
Tretas à parte, a expectativa em torno de "Hydrograd" já era grande antes mesmo dessa polêmica. O grupo vem em uma crescente a cada lançamento divulgado. Apesar da declaração manjada, Corey Taylor tem dito em entrevistas que o novo trabalho é o melhor da carreira do grupo.
O bom momento criativo foi colocado em cheque após o guitarrista Jim Root ter deixado o Stone Sour. O guitarrista, que também integra o Slipknot, disse que havia tirado um breve hiato para poder trabalhar ".5: The Gray Chapter" (2014), com o Slipknot. Depois, Root afirmou que foi demitido por diferenças criativas - ele não queria que o grupo se tornasse comercial demais, o que, supostamente, estaria em desacordo com os objetivos dos demais integrantes.
Polêmicas à parte, o Stone Sour passou quatro anos sem lançar um disco - "House of Gold & Bones: Part 2" é de 2013 - até agora. Nesse ínterim, dois EPs com covers foram lançados, sob os títulos "Meanwhile In Burbank..." (2015) e "Straight Outta Burbank..." (2015). Os ânimos internos se acalmaram, Corey Taylor cumpriu sua agenda de compromissos com o Slipknot e, enfim, foi possível juntar o quinteto - já com Christian Martucci no lugar de Jim Root - para conceber "Hydrograd".
Enquanto o ambicioso álbum duplo "House Of Gold & Bones" seguiu um conceito prévio e apresentou características mais grandiosas, "Hydrograd" se destaca por uma considerável simplicidade. Trata-se de um álbum menos planejado e mais direto, ainda que o repertório apresente suaves características do trabalho anterior.
Apesar das diferenças concretas com relação ao seu antecessor mais direto, "Hydrograd" não é tão distinto dos outros trabalhos do Stone Sour. É um registro mais maduro e melhor produzido - créditos para Jay Ruston, que assumiu a função -, mas ainda tem a função de servir como uma válvula de escape mais melódica para as composições de Corey Taylor.
O que mais me chamou a atenção em "Hydrograd" é a proposta eclética do repertório. Há, por exemplo, momentos de peso considerável, como na trinca de abertura "Taipei Person/Allah Tea", "Knievel Has Landed" e a ótima faixa título, bem como na intensa "Whiplash Pants", enquanto outras faixas exploram caminhos mais óbvios, como a pop rock "Song #3", a melódica "The Witness Trees", a hard rock "Mercy" e a fácil "Fabuless", com direito a momentos vocais ao estilo Slipknot e referências a Led Zeppelin e Rolling Stones na letra.
Há, ainda, espaço para experimentos, como "Rose Red Violent Blue (This Song Is Dumb & So Am I)" e seus versos dark-reggae, a balada country "St. Marie" e a soturna "When The Fever Broke". Dos momentos óbvios aos mais ousados, das canções mais leves às mais pesadas, tudo é muito bem feito. As faixas mais melódicas e arrastadas não seguram a peteca como as mais agitadas, mas nada que comprometa o resultado final.
Quem apertar o play em "Hydrograd" na expectativa de encontrar um "Nickelback amaciado", vai se dar mal. O Stone Sour, definitivamente, vai muito além disso - e mostra isso em seu novo álbum, tão diverso e bem tocado.
Corey Taylor (vocal, guitarra, teclados)
Josh Rand (guitarra rítmica)
Christian Martucci (guitarra solo)
Johny Chow (baixo)
Roy Mayorga (bateria)
1. YSIF
2. Taipei Person / Allah Tea
3. Knievel Has Landed
4. Hydrograd
5. Song #3
6. Fabuless
7. The Witness Trees
8. Rose Red Violent Blue (This Song Is Dumb & So Am I)
9. Thank God It's Over
10. St. Marie
11. Mercy
12. Whiplash Pants
13. Friday Knights
14. Somebody Stole My Eyes
15. When The Fever Broke
Comente: Já ouviu? O que achou?
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
Regis Tadeu indica disco "perfeito" para uma road trip: "Todo mundo detesta, mas é bom"
O melhor disco de Raul Seixas, apurado de acordo com votação popular
Youtuber que estava no backstage do último show de Alissa com o Arch Enemy conta tudo
Irmãos Cavalera não querem participar de último show do Sepultura, segundo Andreas Kisser
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
Robert Plant acrescenta o Rio de Janeiro à turnê brasileira em 2026
Após negócio de 600 milhões, Slipknot adia álbum experimental prometido para esse ano
A banda clássica que poderia ter sido maior: "Influenciamos Led Zeppelin e Deep Purple"
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
Por que a presença dos irmãos Cavalera no último show do Sepultura não faz sentido
Fender lança linha de instrumentos em comemoração aos 50 anos do Iron Maiden
O maior compositor do rock'n'roll de todos os tempos, segundo Paul Simon
A obra-prima do Dream Theater que mescla influências de Radiohead a Pantera
A lendária guitarra inspirada em Jimmy Page, Jeff Beck e Eric Clapton que sumiu por 44 anos


Os álbuns pelos quais Corey Taylor quer ser lembrado; "orgulho" em dois extremos
Trilha de "Freddy vs. Jason" ganha primeiro lançamento em vinil
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Clássicos imortais: os 30 anos de Rust In Peace, uma das poucas unanimidades do metal


