Lacrimosa: "Einsamkeit", a obra prima da tristeza
Resenha - Einsamkeit - Lacrimosa
Por Rafael Lemos
Postado em 31 de maio de 2017
Nota: 10
Após o lançamento do fantástico debut "Angst", Tilo Wolf lança seu segundo trabalho, "Einsamkeit", na minha opinião o melhor de toda a carreira da banda. Pode-se dizer que é uma continuação natural do trabalho anterior, pois a sonoridade sombria é muito parecida entre eles, assim como a produção, estética musical e letras, desta vez conduzidas pelo tema que intitula o álbum, a solidão. Se trata de uma verdadeira obra prima da arte gótica e darkwave alemã, um trabalho que cheguei a viciar a ponto de ouvir repetidamente todos os dias por horas a fio.
Pela primeira vez, o Lacrimosa se tornou uma banda de verdade, pois no álbum anterior Tilo Wolff era quem tocava todos os instrumentos. As composições melancólicas, no entanto, continuaram sendo totalmente de sua autoria. A banda contava, além dele, com Philippe Alioth no piano e teclado (função que dividia com Tilo), Roland Thaler na guitarra, Stelio Diamantopoulos no baixo e Eric the Phantom no violino, além do uso de sintetizadores e bateria eletrônica programados por Tilo. Data da época desse álbum as primeiras apresentações da banda.
Um piano triste e muito bem executado inicia o disco com "Tränen der Sehnsucht - Part I and II", assemelhando ao som de uma caixinha de música, que abruptamente é substituído por ruídos e por um baixo marcante. A voz assombrosa de Tilo vem em seguida, elevando a música a um desespero aterrorizante.
"Reißende Bircke" é a melhor música do disco, com um som grave de teclado que preenche o cômodo no qual se ouve a música. A bateria é hipnótica, em ritmo constante. Tilo tem uma das mais brilhantes interpretações nesta música, abrindo sua alma à canção com sua voz cavernosa.
Uma música de um circo decadente inicia a faixa título, uma das melhores letras da banda, abordando de maneira poética poética solidão. Em relação à letra, "Diener eines Geistes" não fica muito atrás, abordando o conflito maniqueísta entre o bem e o mal que existe no interior de cada um de nós. Musicalmente, esta música é aquele gótico mais dançante, típico do final dos anos 80 na Alemanha, com um baixo tocado em volume alto e com andamento muito bem marcado.
Ruídos e sussurrose lamentos compõem "Loblied auf die Zweisamkeit", uma música de ritmo lento que segue com sombrias preces próximas ao seu final.
A última música é a belíssima"Bresso", que narra a despedida amorosa em um leito de morte. Embalada por um piano, encerra com um choro de Tilo Wolff.
A edição em cd de 2002 conta com a bônus "Ruin", que segue o estilo decadente do disco. A edição em cd, em digipack, possui encarte com desenhos, fotos, letras e informações técnicas.
Se você nunca ouviu o início do Lacrimosa, este trabalho se faz obrigatório, pois ele sintetizou todo o desespero que Tilo Wolff sentia e quis passar com a sua arte.
Faixas:
1- Tränen der Sehnsucht - Part I and II
2- Reißende Bircke
3- Einsamkeit
4- Diener eines Geistes
5- Loblied auf die Zweisamkeit
6- Bresso
7- Ruin (bônus)
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