RECEBA NOVIDADES ROCK E METAL DO WHIPLASH.NET NO WHATSAPP

Matérias Mais Lidas


Outras Matérias em Destaque

Nikki Sixx (Mötley Crüe) anuncia estar passando por terapia EMDR

A habilidade de Ozzy na música que espanta Zakk Wylde; "ele domina como ninguém"

"Era um pecado mortal você dizer que gostava de Led Zeppelin nos anos oitenta", diz Lobão

O que mapa astral de Eloy Casagrande pode dizer sobre ida ao Slipknot, segundo astróloga

A participação do Barão Vermelho na campanha de vacinação contra o sarampo

Robert Trujillo, do Metallica, descreve a "coisa mais importante" para tocar em uma banda.

A banda de hard rock que nos anos 80 disputou quem ficava mais tempo sem tomar banho

Como era conviver com o precoce Eloy Casagrande na época da escola, segundo astróloga

O elemento que fez a diferença no álbum mais bem-sucedido no Mötley Crüe

Como era trabalhar com Dave Mustaine no Megadeth, segundo o lendário Chris Poland

O gênero onde Ellefson teria ganho muito dinheiro; "Dane-se. Eu toco Rock 'N' Roll de graça"

O melhor solo do saudoso Dimebag Darrell no Pantera, segundo Rex Brown

Regis Tadeu explica os erros na ida de Eloy Casagrande do Sepultura para o Slipknot

O clássico álbum dos Beatles que teve seu lado B rejeitado por John Lennon; "lixo"

Por que Barão Vermelho fez mais sucesso que Skid Row no Hollywood Rock, segundo Frejat


Big Big Train: Um Clássico do Rock Progressivo Contemporâneo

Resenha - English Electric Pt1 & 2 - Big Big Train

Por Roberto Rillo Bíscaro
Postado em 09 de março de 2017

Nota: 10 starstarstarstarstarstarstarstarstarstar

A maior parte do tempo, desde sua fundação, em 1990, o Big Big Train (BBT) percorreu trilho independente no prog rock, o que significa que tendia a ser ainda menos conhecido do que as já pouquíssimo divulgadas bandas atreladas às pequenas gravadoras que atendem o subgênero. Sorte que há a fiel comunidade progressiva ao redor do globo – cheia de blogs, newsletters, fanzines – mas quem não assina mailing lists ou visita sites especializados regularmente, corre o risco de não os conhecer.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Em 2016, a banda lançou Folklore (link para resenha ao fim desta matéria), que com canções estupendas como The Transit Of Venus Across The Sun e Brooklands constou de várias listas de melhores álbuns prog e garantiu-lhes prêmio de melhor grupo do ano, no equivalente ao Grammy do mundo do rock progressivo.

Imediatamente antes de Folklore há os dois volumes de English Electric, lançados, respectivamente, em 2012-3. Experimente digitar o nome no Google para ver como o Big Big Train é minusculamente reconhecido. Aparece muita matéria sobre o LP homônimo de 2013, do OMD. Nada contra os synth-poppers oitentistas - Enola Gay e Electricity são deliciosas – mas não há quase nada sobre seus conterrâneos progressivos. E olha que o par de álbuns mereceria muito mais atenção, porque é irretocável.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

O núcleo-duro da parte 1 do English Electric do Big Big Train foi gerado pelo Genesis, mais especificamente por Trespass (1970) e Nursery Cryme (1971) (links para resenha ao final desta matéria). Tamanha minúcia mostra como os ingleses dominam bem o subgênero em que atuam e a perícia para operar dentro de escopo bem definido e reduzido de escolhas e mesmo assim não soar caricato ou repetitivo. A abertura, The First Rebreather, põe todas as cartas genesianas à mesa: depois de solo de flauta gabriélico e virada de bateria típica de Collins, entra austero e certeiro solo de guitarra digno de Steve Hackett sentado, lendo partitura. É bem Trespass, mas aí entra o toque de subversão apenas possível para conhecedor profissional da tradição prog: usar maneirismos do baterista e guitarrista empregando sonoridade de um álbum em que ambos ainda não se haviam juntado ao Genesis. Harmonias vocais, muita coisa lembra o Genesis, só falta na na na na na ao final (ouça Upton Heath, que há!). Mas, como English Electric é para quem tem paciência para detalhes de fone de ouvido, o ouvinte também fluente em idioma prog notará arpejos e barulhitos tomados de outros quadrantes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Quem ama aqueles preciosos anos do início dos 70’s, quando o prog folk gestou pérolas infelizmente quase esquecidas como Amazing Blondel e Gryphon, não deixará de sorrir com a doçura dos banjos de Uncle Jack. Seu tamanho reduzido, lembra banda prog da época tentando fazer single para encravar no Top Ten.

Britânico, adjetivo inseparável de English Electric. Não é à toa esse título. A sonoridade e as letras recheadas de referências a sebes (o álbum termina com Hedgerow...Sebe!), campinas, ravinas, igrejas, sinos, remetem àquela sonoridade imagética típica do prog lá produzido. Peter Gabriel conta que durante as gravações de Selling England By The Pound (link para resenha ao fim desta matéria) – em uma propriedade rural no interior da Inglaterra – a banda parava para tomar chá. Como não reconhecer esses estereótipos pelo passeio paisagístico de Winchester From St. Giles’ Hill? É nela que está o melancólico madrigal trançado por flauta árcade e piano gotejante, que precede momento mais rock de guitarra e teclado. Feche os olhos e imagine caminhada colina acima, o atingir o cume e a descida.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Outro estratagema comum para o Genesis eram as historietas sobre gente estranha. O BBT tem falsificadores de obras de arte e garotos na escuridão, além do bucolismo pastoril. A vigorosa e viciante Judas Unrepentant encaixa-se nas categorias de historinha e de grande canção prog de todos os tempos.

Em um álbum repleto de tubas, bandolins, pistões, violinos e trombones – além dos teclados da sonoridade do prog clássico – não se corre perigo de cair no marasmo. Em Summoned By Bells, quando parece que a coisa vai ficar repetitiva, o clima muda, meio que prevendo o caminho de algumas canções mais Genesis anos 90 de Folklore, tudo ganha musculatura, o piano adota tons jazzy e David Longdon canta pelas estranhas, o que se repete em A Boy In Darkness. Aqui, o BBT prova vez mais que não é mera cópia neo prog do Genesis; a orquestração épica tem flautas iradas à Jethro Tull, mas os contemporâneos proggers ingleses não são amadores: usam elementos da tradição pra criar um som só deles.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

São 8 faixas de qualidade técnica e artística irretocável:

A parte 1 de English Electric saiu em setembro, de 2012 e a 2, em março do seguinte ano. A homonímia e o reduzido intervalo entre os lançamentos qualificam-nos como álbum duplo, projeto do qual muitos artistas saem chamuscados. Manter a criatividade num LP simples já é barra, imagine preencher dois. Foi nessa brincadeira que o Yes despencou do favor da crítica, com Tales From Topographic Oceans (1973). Mas, o BBT estava num frenesi de ideias, porque as 7 canções mantêm o alto nível da parte 1

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Quintessencialmente britânico outra vez, o folk por vezes evoca hinos religiosas em igrejas anglicanas rurais, como em Swan Hunter, mesmo que as letras dessa parte invoquem mais uma Inglaterra pós-Revolução industrial, com suas minas de carvão, estaleiros e ferrovias. Mas, não se preocupem que há agricultores e sebes! Os músicos estavam transbordando de melodias lindas na cabeça, a ponto de rechearem Keeper Of Abbeys com fragmentos de música viciantes, além de um duelo sensacional de cítara, flauta, guitarra e violino. Um dos pontos altos, para se ouvir repetidamente. E quer coisa mais British que abadia? Downton Abbey gritando, Jane Austen e sua Northanger Abbey imperando. A derradeira Curator of Butterflies é pra não dizer que BBT é clone de Genesis. Sua emocionante garota que talvez tenha se jogado do penhasco é prog contemporâneo da melhor qualidade, com DNA próprio.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Tudo muito bom, mas exceto por Keeper Of Abbeys, tudo é ultrapassado pela monumental East Coast Racer, que abre English Electric Pt 2 com seus quase 15 minutos e meio e é uma das grandes canções progressivas da história. Sobre um lorde que bateu um recorde de velocidade em Maria-Fumaça – quer mais britânico do que trem, na terra do Trainspotting? – a canção tem dinâmica e estrutura irretocáveis. Os trechos que representam o ganhar de velocidade do trem são levados por percussão e pianos fluidos; dá para sentir o movimento, e vez mais o BBT prova que tem seu próprio estilo de prog rock. Conhecedores sabem que estamos na tradição corrediça de The Cinema Show, mas reprogramada por uma geração contemporânea ao Radiohead.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Invisível para a grande mídia, o rock progressivo vive período fecundo e as duas partes de English Electric engrossam a considerável lista de obras-primas do subgênero sinfônico.

Felizmente, para nós bem-informados, o acesso não é tão difícil,, porque a discografia do Big Big Train está no Bandcamp.

https://bigbigtrain.bandcamp.com/

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Tracklisting:

Part 1:
1. The First Rebreather (8.32)
2. Uncle Jack (3.49)
3. Winchester From St Giles' Hill (7.16)
4. Judas Unrepentant (7.18)
5. Summoned By Bells (9.17)
6. Upton Heath (5.39)
7. A Boy In Darkness (8.03)
8. Hedgerow (8.52)

[an error occurred while processing this directive]

Part 2:
1. East Coast Racer (15:43)
2. Swan Hunter (6:20)
3. Worked Out (7:30)
4. Leopards (3:54)
5. Keeper of Abbeys (6:58)
6. The Permanent Way (8:29)
7. Curator of Butterflies (8:44)

Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Stamp


publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Andre Magalhaes de Araujo | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Geraldo Fonseca | Geraldo Magela Fernandes | Gustavo Anunciação Lenza | Herderson Nascimento da Silva | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luis Jose Geraldes | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcelo Vicente Pimenta | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Roberto Rillo Bíscaro

Roberto Rillo Bíscaro é professor universitário e edita o Blog do Albino Incoerente desde 2009.
Mais matérias de Roberto Rillo Bíscaro.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIE NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS