Mike Oldfield: Música requintada e de extremo bom gosto
Resenha - Return To Ommadawn - Mike Oldfield
Por Tiago Meneses
Postado em 29 de janeiro de 2017
Quantos artistas 42 anos depois de lançarem a sua obra mais grandiosa, teriam coragem de literalmente fazer um retorno a ela através de uma nova viagem musical cheia de riscos devido a comparações que poderiam sofrer caso não fossem bem sucedidos? MIKE OLDFIELD não apenas está retornando a Ommadawn, mas desfilando uma música requintada e de extremo bom gosto dividida em duas partes com mais de 20 minutos cada, onde não deixa a desejar a nenhum dos seus momentos mais inspirados de sua longa discografia.
Ainda que MIKE OLDFIELD tenha lançado bons discos durante os anos, confesso que aguardava a muito tempo algo que trouxesse a carga musical e emocional desse seu mais novo trabalho. Algo que pudesse ser colocado facilmente como um dos seus melhores álbuns. Um retorno a instrumentos especialmente acústicos todos tocados por MIKE OLDFIELD dando uma incrível sensação pastoral e celta unido a uma típica música progressiva, intensa e sentimental. Ainda que obviamente existam algumas reminiscências de canções da terra distante é inegável que se trata também de algo novo e de atmosfera própria.
Em "Return to Ommadawn Pt 1" existe uma espécie de volta ao sentimento de suas músicas dos anos 70, da música que ao mesmo tempo que é sublime acontece naturalmente pro ouvinte, o prendendo em uma sensação praticamente onírica. A impressão de estar diante de uma continuação é realmente incrível, desde as flautas às vozes no meio da faixa, grande diversidades de instrumentos sendo tocados por uma única mente que os organiza da maneira exata que deseja e obtém um resultado de beleza raramente vista em sua carreira. Só por essa parte eu já ficaria satisfeito com o disco por trazer novamente o melhor do passado de MIKE OLDFIELD e misturá-lo em algumas de suas melhores ideias contemporâneas em muitos anos.
"Return to Ommadawn Pt 2" ainda consegue ser mais bela. Traz um trabalho de guitarra acústica logo na abertura que é magnífico, ainda mais quando ajudado por um leve coro de fundo e um piano que traz uma percepção surreal de serenidade. A faixa apresenta durante toda a sua extensão um ar de viagem vívida e positiva que possui melancolia e alegria esperançosa. Um refinamento equilibrado entre os instrumentos e graça nas transições entre as partes da composição, uma energia e fluxo de harmonia que envolve o ouvinte do primeiro ao último segundo através de uma música de sonoridade única e hipnotizante.
Depois da trágica perda do seu filho em 2015, MIKE OLDFIELD através de Return to Ommadawn parece ter encontrado novamente uma felicidade. Como o próprio título do álbum implica, não se trata de um trabalho especificamente novo ou com a ideia de atingir um público diferente, mas feito principalmente para que aqueles que conhecem bem o seu universo musical, sejam levados a um ambiente já bastante conhecido.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A única banda de rock brasileira dos anos 80 que Raul Seixas gostava
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
Graham Bonnet lembra de quando Cozy Powell deu uma surra em Michael Schenker
Regis Tadeu elege os melhores discos internacionais lançados em 2025
O álbum dos Rolling Stones que é melhor do que o "Sgt. Peppers", segundo Frank Zappa
Fabio Lione anuncia turnê pelo Brasil com 25 shows
Turnê atual do Dream Theater será encerrada no Brasil, de acordo com Jordan Rudess
O músico que Ritchie Blackmore considera "entediante e muito difícil de tocar"
O clássico absoluto do Black Sabbath que o jovem Steve Harris tinha dificuldade para tocar
Mamonas Assassinas: a história das fotos dos músicos mortos, feitas para tabloide
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
Desmistificando algumas "verdades absolutas" sobre o Dream Theater - que não são tão verdadeiras
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
Os 50 melhores álbuns de 2025 segundo a Metal Hammer
A banda fenômeno do rock americano que fez história e depois todos passaram a se odiar

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional


