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AC/DC: '74 Jailbreak é um pequeno CD que anima qualquer festa

Resenha - '74 Jailbreak - AC/DC

Por Rodrigo Contrera
Postado em 28 de agosto de 2016

Eu me lembro mais ou menos bem. Estava na segunda fase de meu casamento, que já tinha a promessa de gorar, e buscava algo que me animasse, em termos de músicas, vídeos ou seja lá o que fosse. Começava a ver méritos em bandas que antes não me animavam, e já havia viajado algo no mundo para comprovar que os fãs tinham muito em comum, onde quer que eu fosse.

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Lembro-me bem de que, numa livraria do tipo popular perto do Champs Elisées, em Paris, eu vi uma caixa - bem cara, por sinal - com os vídeos do AC/DC. Naquela época, eu realmente me sentia meio desencantado, e já começava minha longa jornada de maus passos, cometidos no trabalho, no casamento, com a família, e - tentando - não com os sogros ou pessoas mais próximas. Minha mente estava meio desencaminhada, já naquela época, e eu comprei a biografia do Edward Bunker, criminoso confesso, em francês mesmo, já que não havia ainda sido lançada em português (demoraria uns meses). Vendo ao longe a caixa de pérolas do AC/DC, eu já me sentia (novamente) atraído pela banda, e minha esposa (hoje ex) até achou uma lista com todos os CDs piratas deles numa banquinha na Paulista. A gente ainda tentava se entender, achar graça em nossa vida.

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Foi na volta que, passando numa livraria similar (aqui, bem mais chique), comprei este pequeno e curto (e clássico) CD da banda. Jailbreak rememorava uma época em que ouvia a banda com meu amigo, o Carioca, no apartamento da família, perto da Paulista. E, vendo o vídeo - acho que na própria livraria -, algo me atraía pela energia contagiante do riff, assim como pela pegada da banda e do próprio Angus. O CD saiu bem caro, mas ele parecia significar bem mais do que o relançamento - estávamos naquela época em que os clássicos da banda estavam pouco a pouco sendo relançados, com encartes bem caprichados. Acho até que foi nessa época que finalmente comprei o Back in Black, orientado por um atendente fanático da livraria. E não me arrependi, apesar de o CD aparentar bastante maltrato.

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Quem me lê com alguma frequência já se acostumou ao fato de eu citar como é fácil hoje, para qualquer um, achar essas músicas no YouTube ou mesmo os vídeos em canais oficiais (porque a banda proibia até há pouco a exibição não paga). Eu digo isso de propósito, para tentar mostrar às novas gerações que antes achar qualquer coisa era algo que demandava por vezes um esforço tremendo, e que por isso o valor, quando achávamos algo legal, parecia ser bem maior. Não que haja nada errado em encontrar ao acaso uma banda boa no YouTube, ao contrário, é bastante enriquecedor. Mas ter que sairmos de algum lugar, para entrar numa loja qualquer, passar uma tarde perdida tentando encontrar algo legal, e finalmente achar era diferente. Mas o mais curioso é que essa época - em que eu achei o CD - não é tão distante assim (no máximo 8 anos).

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Nessa época, eu começava a me tocar quanto a se tinha realmente saída na relação em que havia me metido. E tinha já um olhar meio cafajeste sobre a vida, muito embora eu jamais conseguisse me ver no lugar de trair outra pessoa. Digamos que eu já me considerava no papel do protagonista de "Ride On", do AC/DC, o cara errado, fazendo só merdas, sem que nada do que eu fizesse pudesse garantir-me um lugar ao Sol. Porque trabalhava sem parar numa empresa que já não valorizava suficientemente meu posto nem meu trabalho, com pessoas com as quais me dava supremamente mal, sem nada a que eu me referisse com algum orgulho, a não ser nas leituras, no afã de capturar emails para criar o meu negócio, ou de pegar revistas sem conta para entender mais do que eu fazia para poder nadar sozinho. Eu queria uma boa distância das pessoas, e meu jeito já meio cafajeste - sem ter a menor queda para ele - mostrava meu desencanto.

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Não à toa me identifiquei com a faixa-título do CD, e com o diálogo que ela fazia com outras figuras que, digamos assim, eu estudava: criminosos, jovens sem rumo, homens sem escrúpulos, essa coisa que é narrada na música. Mas era o jeito tosco e ao mesmo tempo dançante que me pegava. O vídeo ainda me causa estranheza, confesso, com aquele canhão que faz o Bon Scott literalmente pular de susto, e com esse jeito de condenados quebrando pedras. Não me agrada muito, mas, venhamos e convenhamos, naqueles idos a indústria de vídeo estava apenas começando. Era a faixa que eu mais ouvia, e que podia estar causando impressão nela, esse negócio de escapar de prisão e tudo mais. Acho que causava, sim, admito, mas era um ato falho meu, do qual de certa forma, como posso, me arrependo - e que hoje me dói bastante, também admito.

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Já a faixa seguinte, "You ain't got a hold on me", mais lenta, com uma pegada mais blueseira, não me atraía muito, como ainda não me atrai, mas mostrava melhor do que antes - do meu conhecimento até então da banda - o que ela, a banda, era. Nada assim tão sujo ou tão simples, dado que a música não é nada tosca, e que remete a uma tradição de rock que levava várias décadas. Já "Show Business" não, esta faixa remetia ao rock mais tradicional mesmo, nem passava direito pelo blues, e remetia a uma forma de ver o mundo que era bastante livre, e que (ainda) não colava muito em mim (nos anos posteriores, já separado, iria passar muitas noites na noite, em meio a excessos alheios diversos, talvez tentando entender a pegada). E o que dizer de "Soul Stripper"? Quase o mesmo, numa outra vibração, mais lenta, mas blueseira e antenada ao mundo real, sem qualquer mitologia a conectar-se a nada. Não uma de minhas preferidas, claro, mas super bem tocada, que reacendia meu gosto pelo rigor. Não era, nessa faixa, a banda mequetrefe e simplória que eu imaginava. Não mesmo. Havia, claro, toda esse energia jovem. Mas não era algo que eu sentia como antes.

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O pequeno disco - 5 faixas apenas - terminava com "Baby, Please Don't Go", que poderia ser quase uma ironia, dado o andar da carruagem, mas que eu nem interpretava assim, só para vocês verem. Pois eu parecia não enxergar realmente um palmo na minha frente. Uma faixa clássica, tocada de forma absurdamente irônica e engraçada, que eu poderia até ter transformado numa forma de curtir a situação - embora não conseguisse. A maestria da banda ficava aqui mais do que evidente, e só não enxergava quem não queria. Por isso, considero este CD aquele que realmente me revelou quem era o AC/DC de todo sempre que até hoje tanto me agrada que virou referência.

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Um pequeno CD que anima qualquer festa - e até mesmo uma despedida (a minha).

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Sobre Rodrigo Contrera

Rodrigo Contrera, 48 anos, separado, é jornalista, estudioso de política, Filosofia, rock e religião, sendo formado em Jornalismo, Filosofia e com pós (sem defesa de tese) em Ciência Política. Nasceu no Chile, viu o golpe de 1973, começou a gostar realmente de rock e de heavy metal com o Iron Maiden, e hoje tem um gosto bastante eclético e mutante. Gosta mais de ouvir do que de falar, mas escreve muito - para se comunicar. A maioria dos seus textos no Whiplash são convites disfarçados para ler as histórias de outros fãs, assim como para ter acesso a viagens internas nesse universo chamado rock. Gosta muito ainda do Iron Maiden, mas suas preferências são o rock instrumental, o Motörhead, e coisas velhas-novas. Tem autorização do filho do Lemmy para "tocar" uma peça com base em sua autobiografia, e está aos poucos levando o projeto adiante.
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