Aeon Prime: Mais um nome promissor que desponta na cena nacional
Resenha - Future Into Dust - Aeon Prime
Por Fabio Reis
Postado em 15 de maio de 2016
Em 2008, na cidade de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, os guitarristas Felipe Mozini e Yuri Simões, formavam a Aeon Prime. O grupo que antes se chamou Scarioth, passou por diversas mudanças em sua formação até se estabilizar e entrar em estúdio para a gravação do seu primeiro EP. "The Poet And The Wind" (2010).
O EP recebeu boas críticas por parte da mídia especializada, porém como toda banda do underground, seguiram enfrentando diversas dificuldades e por isso, apenas em 2015 lançaram seu primeiro disco de estúdio, "Future Into Dust". Tanto o álbum como o EP, foram produzidos pelo experiente guitarrista Pedro Esteves, da veterana banda de Heavy Metal, Liar Symphony.
Após diversas audições, fica evidente que a Aeon Prime possui originalidade de sobra e é tecnicamente impecável. Desde a construção das faixas até a variação rítmica imposta, demonstram um padrão musical elevado e muita versatilidade, todos os instrumentos se destacam individualmente, porém é nos vocais de Michel de Lima, que a banda conquista o ouvinte.
O disco abre com a faixa "Coliseum", que inicia com uma breve introdução acústica para depois apresentar uma sonoridade totalmente calcada no Heavy Metal mais tradicional. A canção possui um riff bem marcante e um refrão grudento, daqueles de fácil assimilação, capaz de fixar-se no subconsciente do ouvinte.
É somente quando chegamos na quarta faixa que fica evidenciado a real proposta da banda, já que nenhuma das canções seguem algum tipo de fórmula e se "Future Into Dust" é marcada pela alternância de ritmos, "Revolving Melody" é uma viagem de quase 7 minutos, iniciando despretensiosa e evoluindo até atingir seu ápice, transformando-se em uma das melhores composições do álbum e ainda servindo de ponte para a totalmente Hard Rock, "Ghost".
Esta sequência inicial funciona quase como um cartão de visitas, mas também deixa claro que o registro não é daqueles em que poucas audições são suficientes para assimilar todo o seu conteúdo. É claro que em músicas como "The Commandments", "Newborn Star" e "In The Depths Of Me", o ouvinte é fisgado de imediato por melodias mais simples, porém é na complexidade que o grupo desenvolve melhor a sua musicalidade e realmente convence.
Tal complexidade instrumental ainda é abordada na excepcional "In God We Trust", onde temos em uma única composição, um pouco de todas as principais características apresentadas no trabalho. Com a mesma competência, a Aeon Prime ainda surpreende com a faixa mais direta do disco, "Deadly Sacrifice" e com a belíssima "About Dreams And Lies", uma canção que em uma primeira audição, pode parecer um pouco perdida, mas com o tempo, se torna uma das mais interessantes do registro.
"Future Into Dust" é um debut cativante e por sua variedade rítmica, não se torna enjoativo, é daqueles que você termina de escutar e sente vontade de apertar play novamente.
Os guitarristas Yuri Simões e Felipe Mozini executam um grande trabalho, com arranjos e linhas instigantes, onde apesar da técnica, o feeling sobrepuja a virtuose. Na parte rítmica, André Fernandes (baixo) e Anderson alarça (bateira) formam uma dupla extremamente correta e precisa, executando marcações e viradas cirúrgicas.
Com um time entrosado como este, fica fácil para que Michel de Lima possa trabalhar seus vocais, que se destacam por possuir um bom alcance e um timbre muito agradável, além disso o vocalista não se assemelha a nenhuma voz consagrada do Metal, transmitindo uma aura de originalidade ao som da banda.
A Aeon Prime é certamente mais um nome promissor que desponta na cena nacional, daqueles que servem como exemplo a ser mostrado para indivíduos que insistem em dizer que no Brasil não se faz Metal de qualidade. Recomendo audições cuidadosas, material de muita qualidade.
Nota 1: Anderson alarça (baterista do Liar Symphony) gravou a bateria do álbum, Rafael Negreiros entrou na banda logo após as gravações.
Nota 2: Resenha escrita em parceria com Rafaela Souza (Mundo Metal e Roadie Metal)
Integrantes:
Yuri Simões (guitarra)
Felipe Mozini (guitarra)
André Fernandes (baixo)
Rafael Negreiros (bateira)
Michel de Lima (vocal)
Faixas:
1. Coliseum
2. Future Into Dust
3. Revolving Melody
4. Ghost
5. The Commandments
6. Deadly Sacrifice
7. About Dreams and Lies
8. Newborn Star
9. In Gold W eTrust
10. In The Depths Of Me
Outras resenhas de Future Into Dust - Aeon Prime
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Brian May escolhe os 5 maiores bateristas e inclui um nome que poucos lembram
Com shows marcados no Brasil em 2026, Nazareth anuncia novo vocalista
Cinco músicos brasileiros que integram bandas gringas
Disco do Pink Floyd atinge o topo das paradas do Reino Unido 50 anos após lançamento
A banda que John Paul Jones considerava num patamar acima do Led Zeppelin
A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
Rodolfo Abrantes lembra cachê de R$ 22 após deixar o Raimundos
O megavocalista que Axl Rose teve como seu maior professor; "eu não sei onde eu estaria"
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
O vocalista que irritou James Hetfield por cantar bem demais; "ele continua me desafiando"
Max Cavalera achou que seria substituído no Sepultura por alguém como Robb Flynn
O disco que o incansável Max Cavalera mais se divertiu gravando
O álbum do rock nacional que Rick Bonadio se recusou a lançar - e até quebrou o CD
Saída do Scorpions marcou queda irreversível de James Kottak: "Bebia o tempo todo. Dia e noite"
Esposa de Gene Simmons mostra "suspeito" levando presentes de Natal na porta de casa
A música considerada por Sammy Hagar como sendo a "Stairway to Heaven" do Van Halen
A opinião de João Barone dos Paralamas do Sucesso sobre Aquiles Priester
Humberto Gessinger adorou quando Raimundos e Chico Science tiraram um peso de suas costas

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional



