Terra Prima: Riffs pesados, metal tradicional e sons nordestinos
Resenha - Second - Terra Prima
Por Felipe Holanda
Postado em 24 de abril de 2016
Nota: 9
Com inovações em sua sonoridade, o TERRA PRIMA traz um novo álbum repleto de boas faixas, misturando riffs pesados com uma pegada de metal tradicional e sons nordestinos. O "Second" tem potencial para ser uma das melhores revelações do metal nacional em 2016.
O álbum foi gravado em abril de 2014 no Estúdio Mr. Som em São Paulo e tem produção de Heroes Trench e Marcelo Pompeu do Korzus, além da arte que foi feita por Kin Noise. É o segundo trabalho da carreira do quinteto pernambucano e já vem rendendo bons frutos à banda, que está em turnê de divulgação, com shows marcados em vários Estados do Brasil.
Tudo começa com excelência logo nos primeiros acordes de "Once Upon A Time", que aparece com muito peso e diretriz nas guitarras e na bateria. A faixa também conta com belas estrofes na voz de Daniel Pinho, além de uma letra muito bem encaixada. No refrão, vem o ápice. Repleto de boas linhas vocais enquanto o baixo de Gabriel Carvalho sola dando corpo ao que é cantado. Destaque também para o solo destruidor do guitarrista Otávio Mazer, que deixa o ouvinte ansioso para o que ainda está por vir no decorrer do disco.
O nível continua alto na segunda música, com o início mostrando frases muito concisas nas baquetas de Tiago Guimma, seguidas por um grande riff de guitarra. O refrão é destaque mais uma vez, com melodias precisas. No final, a banda apresenta um som com pitadas eletrônicas, mudando totalmente o andar da carruagem. "You Won’t Stop Me" é, sem dúvidas, uma das melhores de todo o álbum.
Já "Wheels Of Time" traz um heavy metal tradicional que lembra um Gamma Ray mais moderno. Nas seis cordas, uma melodia excelente e sem ser cansativa. Após os solos de guitarra, a banda alterna para um som progressivo, provando toda a sua versatilidade e qualidade de técnica musical dos integrantes.
Em seguida, a maior prova de qualidade produtiva do álbum. Com refrões cantados por Fábio Lione, o quinteto mostra que pode ser um dos mais promissores do país. E qualidade é o que não falta, com mais uma melodia extasiante e arpejos de cordas que fazem jus ao astral apresentado pelo TERRA PRIMA, colocando "Coming Home" como um dos maiores clássicos do grupo.
A quinta faixa aparece como um Power Metal clássico, com frases imponentes na voz e linhas de baixo e bateria postas com precisão. Outro grande refrão surge seguido de sintetizadores e descompassos rítmicos, enquanto as guitarras solam cortejando toda a base. "S.O.S" é uma grande prova da diversidade dos músicos.
O ritmo começa a mudar em "Thomas", com um riff que tem pegada grunge e é mais cadenciado que os anteriores. Eis que o solo de guitarra chega para dar o gás que faltava ao som, com muita pegada e precisão aliadas aos bumbos da bateria. Na volta para o refrão, os vocais dobram, deixando evidente a temática do som apresentado.
Chega a hora do TERRA PRIMA apresentar toda sua versatilidade com "A Stranger In Town", que é a mais trabalhada de todo o álbum. Um início com guitarras impecáveis e o baixo solando perfeitamente encaixado. No refrão, o tempo muda novamente e ganha em peso. Na parte final, um verdadeiro show na bateria. A faixa conta com mais instrumentos que as demais, como trombone, sax, trompete e um teclado gravado por João Nogueira.
Após alguns segundos de riffs de peso, "Fever" tem início como a faixa anterior, com dedilhados de guitarra e um ritmo, digamos, ameno. Um fator que chama atenção é a percussão, capaz de quebrar o ritmo com extrema facilidade. Os solos de guitarra também trazem qualidade: precisos, bem arranjados e sem exageros, enquanto a faixa se encerra num fade out.
Já em "Last Minute", o grupo mostra que o andamento do álbum, de fato, mudou. A faixa começa com um som percussivo e com vertentes de música pernambucana. Mas não demora para que o peso das guitarras venha à tona. No momento do solo, o ritmo quebra mais uma vez, em compassos desconcertantes, finalizando em grande estilo.
"Blame" também começa cadenciada, com uma levada de caixa inconfundível. Em seguida, o tom de voz vai ficando cada vez mais alto. Após o chorus, uma ponte com muita melodia. Em seguida, o segundo verso surge com muito peso, seguido de um riff que flerta com o Thrash Metal alemão moderno. No final, a banda traz novamente alguns elementos nordestinos e um arranjo do maculelê afro-brasileiro.
A priori, a última faixa é a que pode ser considerada a balada do álbum. A começar pelo assovio na introdução e os violões cheio de acordes abertos. O refrão vem para dar sequência à mudança de tempo, com uma pegada soul/funk destacando as linhas de contrabaixo. Da metade para o fim, "The Final Act" ganha em peso, mais ainda com o teclado fazendo a ambientação. Nos últimos minutos, a calmaria surge mais uma vez, fechando os trabalhos do "Second" com chave de ouro.
1ª Once Upon A Time
2ª You Won't Stop Me
3º Wheels Of Time
4ª Coming Home
5º SOS
6º Thomas
7ª A Stranger In Town
8ª Fever
9ª Last Minute
10ª Blame
11ª The Final Act
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