Santana: Guitarrista foi feliz ao se reunir com ex-companheiros
Resenha - Santana IV - Santana
Por Victor de Andrade Lopes
Fonte: Sinfonia de Ideias
Postado em 22 de abril de 2016
Nota: 9
Os álbuns recentes do Santana são irregulares em termos de sonoridade: a brilhante tríade Shaman, Supernatural e All that I am, cheia de participações especiais e toques latinos, foi sucedida por um álbum de covers, depois um álbum de volta às raízes e por fim um álbum nos moldes da supracitada sequência.
E foi aí que fomos surpreendidos novamente com o anúncio da volta da formação clássica do Santana, aquela que lançou os primeiros discos do músico mexicano-estadunidense. Reuniram-se o guitarrista Neal Schon, o tecladista e vocalista Gregg Rolie, o percussionista Michael Carabello e o baterista Michael Shrieve. Todos eles participaram dos primeiros três lançamentos da banda (Santana, Abraxas e Santana III), exceto Neal, que só esteve no terceiro. Só faltou o baixista David Brown voltar dos mortos para completar o time, mas as quatro cordas ficaram a cargo do menos conhecido e competente Benny Rietveld. Karl Perazzo também mostra suas credenciais aqui, na ausência do segundo percussionista da formação clássica José Areas.
O resultado é um impecável trabalho de rock, blues e salsa. A química afinadíssima dos sete músicos é a marca deste álbum cujos ensaios resultaram em nada menos que 16 faixas, que intercalam atmosferas, velocidades e direcionamentos musicais. É verdade que algumas podem levar mais tempo para cair no gosto do fã, especialmente os instrumentais mais serenos.
A abertura "Yambu" é pomposa, firme e marcante, como um lento descortinar de um espetáculo. O que vem a seguir é uma maratona de música fina. Há faixas bem típicas da era clássica do Santana, como os longos instrumentais "Fillmore East" e "Forgiveness" e a bela "Blues Magic".
Outras já fazem referência aos discos mais populares do guitarrista, como "Anywhere You Want to Go", "Choo Choo" e sua continuação "All Aboard", além de "Freedom in Your Mind", esta última com a participação de Ronald Isley - sim, aquele do The Isley Brothers. O estadunidense dá as caras (ou melhor, as vozes) também em "Love Makes the World Go Round".
Por mais que Santana IV tente fazer referência a quatro décadas e meia atrás, não foi possível esquecer a quantidade de tempo de carreira que decorreu desde os anos 1970. A maturação dos músicos é evidente e foi determinante para a qualidade do som produzido aqui - justamente por isso não seria possível recuperar os sons de quando eles eram jovens de 20 e poucos anos com bem menos experiência. E olha que eles já arrebentavam na época. Santana IV é menos um trabalho de aventura do que um trabalho de celebração.
Não importa quantos discos dele tenham saído, quem aprecia Carlos Santana nunca ouvirá o suficiente. É muito gratificante ver que um artista que começou no final dos anos 1960, junto com a maioria das bandas definitivas do rock clássico, continua fazendo boa música, sem nunca ter parado, sem nunca ter sentado numa zona de conforto - e ainda assim, você o reconhece na primeira nota.
Abaixo, a faixa "Anywhere You Want to Go":
Track-list:
1. "Yambu"
2. "Shake It"
3. "Anywhere You Want to Go"
4. "Fillmore East"
5. "Love Makes the World Go Round"
6. "Freedom in Your Mind"
7. "Choo Choo"
8. "All Aboard"
9. "Sueños"
10. "Caminando"
11. "Blues Magic"
12. "Echizo"
13. "Leave Me Alone"
14. "You and I"
15. "Come as You Are"
16. "Forgiveness"
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