The Doors: o último registro vivo do Rei Lagarto
Resenha - L.A.Woman - Doors
Por Richely Campos
Postado em 22 de fevereiro de 2016
O ar está denso, as águas estão turvas, pessoas com expressões tristes e vazias caminhavam sem destino. Portas estavam em todos os lugares, no meio da rua, sobre os prédios, suspensas no céu. Uma marcha fúnebre regada a um blues nebuloso segue ao um calabouço sonoro introspectivo. Nas fachadas das casas cenas do filme "Apocalypse Now" de Coppola sugere algum entendimento sobre o que está acontecendo. Poemas eram recitados na boemia enclausurada e sem pudores. Desacelerei um transeunte embebido de lágrimas, querendo explicação sobre esse cenário imaginário ou real e o mesmo respondeu assim: morreu o símbolo, o homem que vive no palco, sua vida sempre será um palco eterno, o mito, a lenda, o drama e o carisma entrelaçado entre si, cara morreu o Rei Lagarto! Neste momento minha esposa me acorda retornando a realidade e eu ainda com o efeito do sonho disse a ela segurando em seu rosto, JIM MORRISON morreu.
Esta resenha é sobre a banda THE DOORS e o último registro vivo do Rei Lagarto JIM MORRISON o espetacular "L.A.WOMAN" de 1971.
Abrindo com excelência "THE CHANGELING" a linha de baixo classifica em princípio a estrutura bluseira da canção, de modo dançante os teclados aprimoram os compassos oriundos do jazz, a guitarra verbaliza a pegada rítmica, em seguida entra em cena o ícone de uma geração, voz atípica e carregada de profundo sentimentalismo que no primeiro instante nos remete perfeitamente o seu modo de vida inconsciente, mas de uma interpretação exemplar e genuína. A canção em certo momento dispensa o blues acasalado ao jazz e sai em retirada ao encontro do rock progressivo, espetacular.
"LOVE HER MADLY" balada dançante e apaixonante se declara aos nossos ouvidos, teclados e bateria direcionam ao encanto sonoro e a carga emocional se sustenta no vocal magistral de MORRISON.
"BEEN DOWN SO LONG" o blues chega para levar a sua alma e não se preocupe deixe-a ir, a jornada será inesquecível, ela voltará indiferente e recheada de lembranças de uma terra loteada da raiz do rock. A guitarra e o vocal merecem honestos aplausos.
"CAR HISS BY MY WINDOW" se a voz de JIM MORRISON lhe causar alguma tendência perceptível ao iluminado é porque você é realmente iluminado. O baixo enfatiza a congruência legítima deste estilo.
"L.A.WOMAN" a introdução indica que iremos dar uma volta de carro, ouvindo a dançante e animada canção em direção a cidade da noite onde o clímax é o entretenimento da celeuma neural de JIM MORRISON.
"L’AMERICA" em seu primeiro ato a guitarra exprime um suspense, há sinos, chocalho de cascavel, um caminhar soturno e a bateria segue em uma marcha mercantilista regada ao som do blues, enaltecendo a sintonia vocal de JIM MORRISON.
"HYACINTH HOUSE" com instrumentos e vocais encaixados como se fosse engrenagem e daquelas que rodam sobre a complexidade de um invento igualmente como esta música é. Reparem na voz crua e reflexiva de MORRISON. Canção maravilhosa.
"CRAWLING KING SNAKE" blues atávico pronunciado por um baixo concentrado, bateria aguerrida, teclados imponentes, guitarra majestosa e vocal sagrado, que abençoa nosso espírito ao gosto musical proeminente desta surpreendente banda.
"THE WASP (TEXAS RADIO AND THE BIG BEAT)" a lisergia poética das letras e a interpretação dominante de MORRISON torna-se esta canção marcante, além de todos os músicos que contemplam a audição. Destaco o baixo e a bateria deliciosamente formidáveis.
"RIDERS ON THE STORM" o jazz carrega o clima apocalíptico neste hino sobrenatural. O ambiente chuvoso representa as lágrimas. A voz lúgubre, a permissão para se despedir. Está na hora de partir viajante, desta tempestade ácida, pegue o feixe de luz e encontre do outro lado a paz.
Este álbum simboliza catedraticamente o que foi e o que é JIM MORRISON.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Ex e atuais membros do Pantera, Pentagram, Dark Funeral e Fu Manchu unem forças no Axe Dragger
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
O vocalista que irritou James Hetfield por cantar bem demais; "ele continua me desafiando"
O álbum do rock nacional dos anos 1980 que Prince ouviu e gostou muito do trabalho
A música que era country, mas acabou virando um clássico do rock progressivo
A maior linha de baixo do rock, para Geddy Lee; "tocaria com eles? Nem a pau"
Garotos Podres são indiciados e interrogados na polícia por conta de "Papai Noel Velho Batuta"
A banda que nunca fez um álbum ruim, de acordo com Ozzy Osbourne; "grandes e profissionais"
As 10 turnês de rock mais lucrativas de 2025
Regis Tadeu explica se reunião do Barão Vermelho terá tanto sucesso como a dos Titãs
O álbum conceitual do Angra inspirado no fim do casamento de Rafael Bittencourt
A banda australiana que não vendia nada no próprio país e no Brasil fez show para 12 mil fãs
Höfner vai à falência e Paul McCartney lamenta em declaração
Iron Maiden confirma segundo show da "Run For Your Lives Tour" em São Paulo
Steve Morse diz que alguns membros do Deep Purple ficaram felizes com sua saída

A banda que gravou mais de 30 discos inspirada em uma única música do The Doors
A marcante música dos Doors que começou folk, ganhou sotaque latino e virou criação coletiva
O Jim Morrison que Roger McGuinn viu de perto, longe do mito do "Rei Lagarto"
"Estúpidos de doer"; a adorada banda que, para Lou Reed, concentrava tudo que ele odiava


