Dream Theater: A melhor sonoridade dos discos com Mike Mangini
Resenha - Astonishing - Dream Theater
Por Carlos H. Silva
Fonte: That Rock Music Blog
Postado em 29 de janeiro de 2016
Nota: 9
Resenha de fã é complicada... como diz o professor Regis Tadeu, todo fã é um idiota. Eu sou fã do Dream Theater, logo sou idiota? Tentarei não ser...
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Eis que o quinteto de metal progressivo lança seu novo álbum, The Astonishing, o terceiro consecutivo com a atual formação (James LaBrie no vocal, John Petrucci na guitarra, John Myung no baixo, Jordan Rudess nos teclados e Mike Mangini na bateria) e que foi mais uma vez produzido por John Petrucci, que desta vez além da produção cuidou das letras do trabalho, que é o primeiro disco conceitual do Dream Theater em quase quinze anos.
The Astonishing é duplo e possui uma quantidade enorme de faixas, são 20 no primeiro cd e mais 14 no segundo. Fica impossível fazer uma resenha do tipo "faixa a faixa" até mesmo porque um disco dessa magnitude merece algumas boas e focadas audições antes de qualquer coisa.
A história é interessante - apesar de um pouco clichê -, trata-se de uma distopia que se passa em 2285 onde a música não é mais praticada por seres humanos e somente por máquinas, e um grupo de rebeldes tenta derrubar o Grande Império do Norte, que controla o lugar. Ao longo das 34 faixas em pouco mais de 2 horas você escuta as aventuras de personagens como Gabriel, Evangeline, Arhys, Imperador Nafaryus, Faythe, entre outros.
Quando a lista de canções do álbum foi totalmente divulgada eu imaginei que ao menos umas 15 dessas 34 faixas seriam aqueles prelúdios e interlúdios que duram menos ou pouco mais de 1 minuto e que geralmente são passagens instrumentais climáticas ou diálogos, mas para a minha absoluta surpresa, das 34 faixas apenas umas 5 tem essas características. O restante são canções completas mesmo; nada de grandes suítes desta vez. A canção mais longa tem 7 minutos e 40 segundos.
Musicalmente tem a melhor sonoridade dos discos com Mike Mangini, o bumbo está mais nítido aqui e a timbragem dos demais instrumentos está melhor também. Ficou claro ao ouvir o disco de cabo a rabo que Jordan Rudess teve um papel importante na composição e falar da execução é chover no molhado, Rudess é de fato um dos grandes tecladistas de rock na história; John Myung dispensa maiores comentários, o cara é um monstro; o já citado Mike mangini teve uma performance absurda e está muito mais solto dentro da banda e eu já o imagino fazendo aquelas caretas engraçadas tocando alguns temas desse disco ao vivo; deixo para o final os dois destaques individuais: James LaBrie fez um disco perfeito. Além de interpretar todos os personagens (é bom lembrar que isso aqui é uma ópera rock, com diversos personagens, teoricamente parecido com o que faz o Avantasia com 10 vocalistas diferentes, por exemplo), LaBrie não exagerou nas notas altas como tem costume e gravou um disco absolutamente correto. E John Petrucci... o grande idealizador da história, do conceito, o produtor e líder fez em The Astonishing alguns dos seus riffs e solos mais marcantes da carreira.
Como eu já escrevi, impossível aqui comentar faixa a faixa, o que digo é: se você gosta da banda, gosta de rock e metal progressivo, tire um tempo e escute o disco do início ao fim.
A minha favorita? Our New World. Um hard rock melódico com um riff delicioso, as linhas de bateria são excelentes (old school, estilo Portnoy) e um refrão marcante.
Outros destaques: a instrumental Dystopian Overture é um show à parte, com seus altos e baixos e clima circense. The Gift Of Music foi uma ótima escolha para primeiro single e The Answer é tão linda que dá até pena que ela não tenha nem 2 minutos. Eu gostei dessa abordagem mais circense também em Lord Nafaryus. As melodias iniciais the A Savior in the Square são emocionantes. A New Beginning também é um dos destaques do disco 1.
No disco 2 tem a já citada Our New World, a faixa que dá nome ao álbum, o segundo single Moment of Betrayal, a pesada The Walking Shadow e a emocionante Losing Faythe.
Meu lado fã lança uma nota 9 porque, como nem tudo é perfeito, 34 faixas é MUITA coisa e uma ou outra canção sempre acaba não sendo tão empolgante assim; nada que tire os méritos da história, dos músicos ou que arruine o andamento do disco. Já o meu lado de pseudo-crítico musical também.
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