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Fleshgod Apocalypse: Atmosfera, sinfonia, técnica, Death Metal...

Resenha - King - Fleshgod Apocalypse

Por David Torres
Postado em 22 de janeiro de 2016

Fleshgod Apocalypse: Atmosfera, sinfonia, técnica, Death Metal... E perfeição!

Quanto mais escutamos Metal, mais descobrimos bandas com sonoridades peculiares e diversificadas e falando sobre músicos cuja sonoridade é extremamente peculiar – e original! –, não há como deixar de mencionar os italianos do Fleshgod Apocalypse. Desde o lançamento de seu primeiro álbum de estúdio, "Oracles" (2009), a banda realiza uma interessante, competente e fantástica mistura de Technical Death Metal com música clássica e a cada novo trabalho, parecem empenhados em se aperfeiçoar mais e mais e devo dizer que até o momento estão fazendo isso com maestria.

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Três anos após o lançamento de seu último trabalho, o ótimo "Labyrinth", a banda retorna com fôlego total com "King", o seu quarto álbum de estúdio. Com lançamento previsto para 05 de Fevereiro, através da Nuclear Blast Records, "King" poderia ser resumido como mais uma obra prima do quinteto, entretanto, creio que tal palavra não resuma completamente o que esse registro significa, portanto, vamos adentrar dentro do universo musical e fantasioso aqui presente.

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O álbum se inicia progressivamente com o épico instrumental "Marche Royale", uma marcha climática que conduz o ouvinte a faixa sucessora, "In Aeternum". A banda se demonstra ainda mais entrosada, concebendo "riffs" afiados, passagens formidáveis de piano, além de um desempenho preciso e impecável de bateria. A orquestração é surreal, como sempre, proporcionando todo o clima atmosférico que caracteriza as composições da banda desde o seu surgimento. As vocalizações são outro espetáculo a parte. A voz rasgada do "frontmen" Tommaso Riccardi é brilhantemente intercalada pelos vocais limpos e melódicos do baixista Paolo Rossi, tornando a audição bastante prazerosa.

O clima épico e sinfônico prossegue com "Healing Through War". A composição possui um andamento fragmentado e cadenciado, marcado por palhetadas sujas e potentes, bem como um trabalho minucioso da "cozinha" de bateria e baixo, encabeçada respectivamente por Francesco Paoli e o já mencionado Paolo Rossi. Uma orquestração magistral dá início a "The Fool", uma faixa mais agressiva e ainda mais interessante. As variações rítmicas são construídas sabiamente e jamais deixam o ouvinte entediado, muito pelo contrário. Tudo é executado com maestria e não faltam momentos marcantes. Temos um refrão melódico de fácil assimilação e os arranjos são novamente espetaculares.

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Creio que perfeição seja uma palavra bastante adequada para definir "Cold as Perfection", a quinta faixa do trabalho. Seu início épico e climático rapidamente ruma para um ritmo arrastado e grotesco, proporcionando uma atmosfera fúnebre e ao mesmo tempo bela. Os vocais sopranos de Veronica "ValchiRea" Bordacchini (In Tenebra, Wisteria) agregam ainda mais valor a composição e o solo de guitarra próximo ao fim da música exala um "feeling" indescritível. Há momentos que nos faz sentir dentro de um cenário de algum conto gótico de horror, tamanha a atmosfera proporcionada pelos músicos. Como disse antes, pura perfeição!

O quinteto jamais deixa a criatividade de lado e retorna com "Mitra", uma faixa mais "direta ao ponto", que se inicia vagarosamente e não demora muito para eclodir em uma experiência musical caótica, brutal e... Magnífica! Os "riffs", a "cozinha", as mudanças de andamento, tudo permanece perfeito. Por alguns breves minutos, a banda decide pisar nos freios e entrega "Paramour (Die Leidenschaft Bringt Leiden)", uma composição completamente sinfônica e que novamente conta com os vocais de Veronica "ValchiRea", que também faz outra aparição na 11ª faixa do disco.

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"And the Vulture Beholds" resgata o clima das faixas anteriores, trazendo momentos ainda mais monumentais e extremamente notáveis. A facilidade que a banda consegue variar o andamento de suas composições é mais uma vez fascinante, surpreendendo o ouvinte a todo instante. É impressionante ver como conseguem ir de trechos muito agressivos para outros que são repletos de harmonias estonteantes. Um peso estarrecedor dá início a "Gravity", outra música recheada de técnica e "feeling" que também não desaponta por um segundo sequer.

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As faixas seguintes, "A Million Deaths" e "Syphilis", apresentam o mesmo nível de entusiasmo e versatilidade em cada nota. O clima atmosférico também jamais cessa, estando presente todo o tempo, através de cada arranjo tocado. O ritmo arrastado de "Syphilis", uma de minhas faixas prediletas desse quarto registro, é totalmente envolvente e os versos cantados por Veronica "ValchiRea" são hipnóticos e grudentos. As variações de ritmo ocorrem naturalmente, é claro, e como sempre, propiciam uma ambientação sobrenatural e única. Acredito que poderia tecer inúmeros argumentos e ainda seria muito pouco para descrever o que os músicos executam aqui. Tal qual em seus registros álbuns anteriores, o trabalho se encerra com uma faixa belíssima instrumental que nomeia o registro, "King".

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"King" registra o mais novo capítulo triunfal na carreira do Fleshgod Apocalypse, uma carreira que se depender do talento de seus músicos irá muito longe. Os integrantes permanecem em uma sintonia formidável e as composições estão ainda mais elaboradas e surpreendentes. Se você é um apreciador de música extrema e também aprecia boas doses de atmosfera, técnica e sinfonia surreal, não deixe de conferir esse grande trabalho, pois ele certamente poderá agradá-lo (a) completamente.

01. Marche Royale
02. In Aeternum
03. Healing Through War
04. The Fool
05. Cold as Perfection
06. Mitra
07. Paramour (Die Leidenschaft Bringt Leiden)
08. And the Vulture Beholds
09. Gravity
10. A Million Deaths
11. Syphilis
12. King

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Tommaso Riccardi (Vocais Principais/Guitarra)
Paolo Rossi (Baixo/Vocais Limpos)
Francesco Paoli (Bateria/Guitarra/"Backing Vocals")
Cristiano Trionfera (Guitarra/"Backing Vocals"/Orquestração)
Francesco Ferrini (Piano/Orquestração)

Convidada Especial:
Veronica "ValchiRea" Bordacchini (Soprano) (Faixas 5, 7, 11)

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Sobre David Torres

Formado em Propaganda & Marketing, se autodenomina "Fanfarrão" graças ao seu senso de humor e modo de enxergar o mundo à sua volta. Apaixonado por filmes de terror, quadrinhos e bandas como D.R.I., Faith No More e Napalm Death, escreve também para o blog Blasting Noise Fanzine. Possui muitos sonhos, dentre eles dar início a um projeto de grindcore.
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