Fleshgod Apocalypse: poder de fogo de uma banda desbravadora
Resenha - King - Fleshgod Apocalypse
Por Junior Frascá
Postado em 21 de março de 2016
Nota: 9
Que o Fleshgod Apocalypse é uma das bandas mais ousadas e criativas do metal contemporâneo, todos já sabem, assim como que a banda, a cada novo lançamento, vem evoluindo ainda mais sua sonoridade. E, como o lançamento de "King", chegam a seu ápice evolutivo até o momento, conseguindo equilibrar com excelência todos os elementos característicos de seu som.
Sim, meu caro amigo leitor, em nenhum outro trabalho antecessor o FA conseguiu equilibrar de forma tão coesa e orgânica os elementos brutais e melódicos que perfazem seu estilo. Ou seja, o que temos aqui são as raízes da banda, com aquele death metal intrincado e brutal, aliado a melodias sinfônicas e épicas cheia de grandes melodias, e uma dramaticidade de fazer cair o queixo dos mais desavisados. E com essa maior organicidade, tudo soa mais espontâneo, diversificado e belo.
Para se ter uma ideia, a impressão que tive ao ouvir o disco pela primeira vez foi a mesma que de ao ouvir "Enthrone Darkness Triumphant", do DIMMU BORGIR. Não especificamente por semelhanças em relação ao som, mas sim pela forma de unir peso e melodia na medida certa.
Mas não se engane: a banda em momento algum deixa o peso de lado, e este pode ser considerado um de seus discos mais agressivos.
"Marche Royale", que abre o trabalho, mostra bem o clima de caos que o cerca, e logo chega a "In Aeternum", uma porradaria épica sensacional, com destaque para o excelente trabalho de vozes. Alias, neste ponto a banda se destaca em todo o trabalho, com variações entre os guturais e os limpos muito bem encaixadas, sem soarem forçadas em momento algum.
A cadenciada e progressiva "Healing Through War", a brutal "The Fool", e a brilhante"Cold as Perfection" (com a participação de Veronica Bordacchini, do IN TENEBRA, nos vocais), são outros destaques do álbum. "Mitra", e a faixa mais direta (dentro dos padrões do FA, lógico), e agradará aos menos acostumados com os devaneios desses italianos.
O disco é conceitual, e trata do medo e da corrupção dos seres humanos, e como isso afeta toda a sociedade, em forma de metáforas, já que cada faixa do álbum retrata um dos membros de uma corte real.
"King" é, assim, uma verdadeira obra de arte, obscura e pomposa, e cheia de variações, fazendo o ouvinte transitar por uma experiência sensorial única e desafiadora. Imperdível, e forte candidato a disco de metal extremo do ano!
King - Fleshgod Apocalypse
(Shinigami Recods - 2015)
01. Marche Royale
02. In Aeternum
03. Healing Through War
04. The Fool
05. Cold as Perfection
06. Mitra
07. Paramour (Die Leidenschaft Bringt Leiden)
08. And the Vulture Beholds
09. Gravity
10. A Million Deaths
11. Syphilis
12. King
Outras resenhas de King - Fleshgod Apocalypse
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps