Scorpions: O álbum mais sombrio lançado pela banda
Resenha - Humanity: Hour 1 - Scorpions
Por Gustavo Debastiani
Postado em 17 de dezembro de 2013
Nota: 9 ![]()
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Em 2007, Humanity: Hour 1 seria lançado, sendo o álbum mais sombrio (digamos assim) já lançado pela banda em mais de 40 anos de estrada. Humanity: Hour 1 aborda um simples e objetivo tema: refere-se a humanidade e suas complicações terrestres, como um futuro não muito distante dominado por androides e máquinas. Humanity também é o segundo álbum lançado pelo baixista polonês Pawel Maciwoda com o Scorpions, marca também a presença de Desmond Child nas composições, sendo o mesmo produtor do disco. O álbum ganhou uma extensa turnê de 3 anos, intitulada "Humanity World Tour", com uma passagem pelo Brasil ganhando um DVD, chamado de Amazônia - Live In The Jungle em conjunto com o Greenpeace para alertar o mundo e proteger a floresta Amazônica. E o que muitos perguntaram é que, após a volta ao Hard Rock que a consagrou nos anos 80 com Unbreakable, este som teria continuidade? A resposta é não! Humanity: Hour 1 é muito diferente de Unbreakable, tem solos mais trabalhados, riffs mais pesados, mais distorções e um trabalho melhor e mais participativo da cozinha, puxando mais para um álbum Heavy Metal.
O disco abre com uma música pesada, mostrando ao ouvinte o que o disco tem do começo ao fim: um estilo mais voltado ao Heavy Metal. Uma voz robótica fala "Welcome to Humanity, this is Hour 1, preparando o terreno para um excelente trabalho de Kottak na intro, com um riff pesado onde as guitarras estão com muita entrosação. A letra fala do político e social futuro da humanidade. É uma das melhores músicas do álbum, dando ao fã mais vontade de prosseguir (para aquele fã que também curte um Heavy Metal, pois precisa curtir este estilo para curtir Humanity). O vocal é preciso, o refrão no começo parece enjoativo, mas na verdade é empolgador. O solo da música é muito bom, ganhando grande destaque ao vivo. Está é minha música preferida dos alemães.
Na sequência vem The Game of Life, que abre com um riff bom, e um curto e rápido solo de Matthias Jabs. Depois do solo, Meine entra cantando e a música acalma. Mas no refrão, a música ganha um outro modo, ficando mais bruta e com um refrão provocador.
A próxima música e do mesmo estilo de The Game of Life. We Were Born to Fly começa pesada com e um bom trabalho de Kottak. Quando Klaus começa a cantar, a música, de mesmo modo, "esfria", digamos assim. Mas no refrão, a música da uma virada brusca: Fica surpreendidamente mais pesada. O refrão é grudento, com uma letra linda. Um dos destaques do disco.
The Future Never Dies é uma balada pesada, uma power-ballad. Com uma boa introdução de teclados, a música também começa lenta, um dueto de teclado/vocal. Depois de um certo tempo, ela ganha força, a bateria entra e a música fica mais interessante. Como na maioria das baladas Scorpianas, o destaque vai para o vocal de Meine, incrível, mas não podemos desmerecer o trabalho de Kottak na batera. O solo é um dos momentos altos da música, onde ela domina o ouvinte. O final é da mesma maneira, o riff de teclado feito no começo, é feito no fim, dando ao término um jeito especial.
You're Loving Me to Death, também uma power-ballad, tem a letra pouco parecida com o sucesso dos anos 90 Don't Believe Her. Pra mim é uma música boa, com um refrão legal mas com um solinho meia boca, e nesta música, pra mim, Klaus Meine não está tão afiado.
321 vem depois, como uma grande música. Ela é do estilo de Hour 1, um riff pesado, um belo trabalho de Kottak e um refrão grudento, mas um pouco enjoativo. Klaus Meine, desta vez, é sublime. A música ganha mais velocidade no refrão, e o solo é um dos mais elaborados do álbum, onde na sequência, a música acalma, e lá vem a voz robótica, que conta de 10 a 4 em inglês, para Klaus Meine entrar com Three, Two, One e a música explodir novamente, simplesmente fantástico.
Love Will Keep Us Alive, a balada que não poderia faltar num álbum do Scorpions. Novamente, o destque é de Klaus Meine, com sua voz magnífica. O refrão é bom e pegajoso, fica na cabeça te cutucando até do nada, você o cantar em, qualquer lugar. O riff não é tão pesado e se diferencia dos demais, dando um toque de perfeição a esta música. O solo não é muito bom, pois é curto e Matthias não aparece muito, mas nada que atrapalhe o brilho da música.
Após uma balada, vem uma pauleira, We Will Rise Again é do mesmo estilo de The Game of Life e We Were Born To Fly, começa pesada, quando Klaus entra ela fica calma e no refrão explode de forma absurda. Além disso, o refrão é um dos melhores do álbum. We Will Rise Again tem um ótimo riff e letra, uma das letras mais elaboradas do álbum. O que não é legal é que a música não tem solo, apenas poucos arranjos no meio.
Your Last Song é outra balada, parecida com I'm Leaving You em sua letra. É uma boa música, Kottak de novo tem uma boa participação e abrilhanta as guitarras dos líderes das seis cordas. Klaus Meine está impecável e a música ganha destaque para mim, estando entre uma das melhores do álbum. Além disso, o solo é rápido muito trabalhado. Excelente!
Love Is War é uma música excelente, que começa calma e acelera a chegada do refrão. Pena que esta música não tenha ganhado tanto destaque. A letra parece com Believe In Love, Meine destrói e o riff e lento mas preciso. Mas o melhor desta música é o solo, simplesmente fantástico.
The Cross é uma outra com o principal deste álbum, começo lento, refrão explosivo. O começo tem um bom riff e trabalho de KOttak, quando Klaus entra, a música acalma. Mas no refrão, ela tem a explosão. Nesta música há a participação de Billy Corgan (Smashing Pumpkins). É uma música boa? Sim, é uma música boa, mão tão grande quanto as outras ao meu ver, mas não decepciona.
O disco tem seu "Grande Finale" com Humanity, uma das músicas título. Ela é perfeita, tem uma letra quase apocalíptica sobre o rumo futuro humanitário. O trabalho das guitarras é perfeito, o refrão é grudento, principalmente na parte de "Humanity... humanity... goodbye. Kottak também faz uma boa participação. O solo é bom, parecido com o ritmo inicial. No final da faixa, parece vir uma música no rádio, uma música de campo, parecido também com o início da canção, e termina com a sempre presente voz robótica dizendo: "It's time", uma das melhores do disco.
Pena que o Scorpions não utiliza nenhuma destas músicas nos seus shows atuais, então desperdiçando um bom material.
Curiosidades:
- De acordo com Rudolf Schenker, guitarrista do Scorpions, o álbum traria uma mensagem muito negativa e pesadas, por isso teve a escolha de serem incluídas Love Will Keep Us Alive e The Future Never Dies.
Fonte da curiosidade: Wikipédia
Lançamento: 2007
Gravação: Outubro de 2006 à fevereiro de 2007
Gênero: Hard Rock/Heavy Metal
Duração: 47 minutos
Gravadora: Sony Music/BMG
Produção: Desmond Child e James Michael
Faixas:
1. Hour 1 - 3:26
(Schenker/James Michael/Desmond)
2. The Game Of Life - 4:04
(Meine/Desmond/Andersson/Hansen
3. We Were Born To Fly - 3:59
(Jabs/Bazilian/Marti Frederiksen)
4. The Future Never Dies - 4:03
(Meine/Desmond/Bazilian/Jason Paige/Russ Irwin)
5. You're Loving Me To Death - 3:15
(Schenker/Desmond/Carlsson/Bazilian)
6. 321 - 3:53
(Schenker/Desmond/Marti Frederiksen/Jason Paige)
7. Love Will Keep Us Alive - 4:32
(Meine/Desmond/Bazilian/Marti Frederiksen)
8. We Will Rise Again - 3:49
(Jabs/James Michael/Desmond/James Paige)
9. Your Last Song - 3:44
(Schenker/Desmond/Bazilian)
10. Love Is War - 4:20
(Jabs/James Michael/Desmond/Marti Frederiksen)
11. The Cross - 4:28
(Jabs/James Michael/Desmond/Marti Frederiksen)
12. Humanity - 5:26
(Meine/Desmond/Bazilian/Marti Frederiksen)
Créditos:
Vocal: Klaus Meine
Guitarra Rítmica: Rudolf Schenker
Guitarra Solo: Matthias Jabs
Baixo: Pawel Maciwoda
Bateria: James Kottak
Convidados:
- Billy Corgan: Vocais em "The Cross"
- Eric Bazilian: Guitarras em "Love Will Keep Us Alive"
- John 5: Guitarras em "Hour I"
- Russ Irwin: Piano em "The Future Never Dies"
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