RECEBA NOVIDADES ROCK E METAL DO WHIPLASH.NET NO WHATSAPP

Matérias Mais Lidas


Bangers Open Air

Ghost: casamento profano entre Heavy Metal, Pop e Hard Rock

Resenha - Infestissumam - Ghost

Por Ricardo Seelig
Fonte: Collectors Room
Postado em 24 de abril de 2013

Nota: 9 starstarstarstarstarstarstarstarstar

O heavy metal sempre foi teatral. Causa mais impacto uma melodia tétrica, um arranjo sombrio, do que uma sonoridade extremamente agressiva e violenta. Essa lição foi ensinada lá na gênese do gênero, quando o Black Sabbath lançou o seu primeiro disco na sexta-feira, 13 de fevereiro de 1970. No entanto, apesar de óbvio, este ensinamento foi se perdendo com o tempo. Com guitarras cada vez mais pesadas, vocais cada vez mais guturais (e muitas vezes inaudíveis) e andamentos que beiram a velocidade da luz, o metal aproxima-se, muitas vezes, a uma caricatura de si mesmo.

Ghost - Mais Novidades

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 1

Esse olhar para o passado, essa retomada a algo óbvio e sempre eficaz, talvez seja o grande mérito da banda sueca Ghost - agora Ghost B.C., devido a problemas sobre o nome no mercado norte-americano. O disco de estreia do grupo, "Opus Eponymous", lançado no final de 2010, chamou a atenção por apresentar um sopro de renovação na música pesada ao, por mais contraditório que isso possa parecer em um primeiro momento, buscar nas raízes do estilo a sua inspiração. E o resultado foi além do esperado, com os mascarados liderados pelo vocalista Papa Emeritus sendo aclamados pela crítica, pelos fãs e pelos próprios artistas, com ícones como James Hetfield e Phil Anselmo desfilando com camisetas da banda e dando declarações exaltando a sua música.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 2

O fato é que o Ghost é um fenômeno como há tempos não se via no heavy metal. O grupo está a beira do estrelato, a um passo de se tornar gigante, um fenômeno com imenso potencial para se tornar um ícone pop, com a sua imagem sendo estampada em milhares de produtos, de camisetas a capas para celulares (Gene Simmons que se cuide!).

Porém, independentemente disso, o que vem em primeiro lugar é a música, e ela segue sendo única. "Infestissumam", que em latim significa "hostil", é o segundo álbum da banda e foi produzido por Nick Raskulinecz (Foo Fighters, Rush, Stone Sour, Trivium). Além disso, marca a estreia do grupo pela Loma Vista, braço da Universal, que pagou US$ 750 mil pelo passe da banda. Mais sombrio e teatral que "Opus Eponymous", Infestissumam traz o Ghost explorando uma gama maior de influências e encontrando a sua personalidade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 3

Em primeiro lugar, é preciso fugir das definições simplistas que permeiam o sexteto. Não há nada de Mercyful Fate aqui, por exemplo, assim como não havia no disco de estreia - a não ser que você considere que o grupo tem influência dos dinamarqueses pelo simples fato de o timbre de voz de Papa Emeritus ser agudo como o de King Diamond. Uma das bases da música do Ghotst, como ficou claro em "Opus Eponymous", é o Blue Öyster Cult, e em "Infestissumam" essa característica permanece, porém adornada com outros elementos muito bem encaixados, que vão do psicodelismo ao hard rock, passando pelo AOR e até mesmo pelo pop.

Em relação à estreia, o aspecto melódico foi explorado com mais profundidade, expandindo a característica teatral das composições. E o contraste entre melodias agradáveis e letras repletas de menções ao satanismo continua sendo o toque de mestre, com a banda construindo embalagens atraentes para um discurso repugnante para a maioria.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 4

Outro ponto que merece destaque é a amplitude de influências que estão presentes em "Infestissumam". Um certo tempero glam pode ser sentido em "Jigolo Har Megiddo", enquanto em "Idolatrine" a sonoridade se aproxima do AOR, tornando a letra declamada ainda mais eficaz.

Três canções formam a espinha dorsal de "Infestissumam" e se destacam das demais. A impressionante "Ghuleh / Zombie Queen" é a prova definitiva do imenso talento dos mascarados, indo de uma balada atmosférica para um andamento que remete à surf music, tudo embalado por coros muito bem construídos. Ela soa como se o Goldfrapp encontrasse o Cramps - e acredite, o resultado é espetacular.

Na sequência, "Year Zero" inscreve-se fácil entre as melhores músicas já gravadas pelo grupo, iniciando com um coro macabro que transporta o ouvinte para algum ritual perdido no tempo. Com um arranjo inteligente e andamento moderado, tem batidas que nos levam à disco music e um teclado muito bem tocado. E, por último, "Monstrance Clock", faixa que encerra o disco de maneira magnífica com uma narrativa dramática e um coro antológico.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 5

No meio do caminho, surpresas como a valsa "Secular Haze" e "Body and Blood", que soa como um cântico milenar retrabalhado para o nosso tempo.

Fascinante e às vezes estranho, "Infestissumam" mostra o Ghost com uma clara visão do que quer produzir, tanto musical quanto artisticamente. A banda apurou a sua identidade, que já era única, e a tornou ainda mais singular.

Um casamento profano entre o heavy metal, o pop e o hard rock, "Infestissumam" prova que o Ghost está longe de ser obra do acaso.

Um dos discos do ano!

Faixas
1 Infestissumam
2 Per Aspera Ad Inferi
3 Secular Haze
4 Jogolo Har Megiddo
5 Ghuleh / Zombie Queen
6 Year Zero
7 Body and Blood
8 Idolatrine
9 Depth of Satan’s Eyes
10 Monstrance Clock

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 6
Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Stamp


publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Andre Magalhaes de Araujo | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Geraldo Fonseca | Geraldo Magela Fernandes | Gustavo Anunciação Lenza | Herderson Nascimento da Silva | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Gustavo Godoi Alves | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcelo Vicente Pimenta | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Ricardo Seelig

Ricardo Seelig é editor da Collectors Room e colabora com o Whiplash.Net desde 2004.
Mais matérias de Ricardo Seelig.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIAR NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS