Bon Jovi: investindo no óbvio, no padrão, no genérico
Resenha - What About Now - Bon Jovi
Por Thiago El Cid Cardim
Postado em 12 de março de 2013
"E agora?", pergunta, em tradução livre, o título do novo álbum de estúdio do Bon Jovi, "What About Now". A pergunta, sintomática, parece levar crítica, fãs e a própria banda a refletir sobre o futuro. Para fazer este tipo de análise, é preciso ser coerente: perdoem-me se pareço repetitivo, queridos maníacos das antigas, mas é praticamente impossível que o grupo volte a soar hard rock como nos discos "Slippery When Wet" (1986) e "New Jersey" (1988). Esqueçam. O quarteto parece estar muito mais confortável em sua posição de ícone da música da inspiração muito mais pop – e, sejamos sinceros, eles até que vinham desempenhando este papel de maneira bastante eficaz, com uma sortida coleção de hits empolgantes. Isso, é claro, antes dos pouco inspirados "Lost Highway" e "The Circle", seus mais recentes registros de inéditas e que não conseguiram funcionar nem como boas máquinas de hinos pop. Infelizmente, senhoras e senhores, "What About Now" se encaixa como sucessor claro desta sequência fracassada.
A bolacha abre com "Because We Can" – que, se não é sensacional como um todo, pelo menos tem um refrão empolgante, que funcionaria para sacudir a galera nos estádios que o Bon Jovi ainda costuma lotar. Vá lá. Mas o que vem depois é simplesmente decepcionante. A partir de "I'm With You", segue-se uma cansativa sucessão de canções medianas, um bando de baladas açucaradas que, nem de longe, conseguem o mesmo efeito de outras grandes baladas registradas na história do Bon Jovi. Um mínimo de animação pode ser sentido só depois da música de número 6, "That's What the Water Made Me". Mas, assim como sua correlata "Beautiful World", o que soa aos nossos ouvidos é um pop enfraquecido, pasteurizado, muito mais próximo de qualquer artista do Disney Channel do que da banda que, outrora, nos entregou "It’s My Life" – este sim, um hit pop de responsa, contagiante e envolvente como a boa música pop tem que ser. Nem mesmo uma incursão country como a de "What's Left of Me", mantendo o mergulho interiorano iniciado em "Lost Highway", consegue levantar o ouvinte, que chega a última canção, "The Fighter", quase bocejando.
"What About Now" é um disco achatado, padrão, que segue igualzinho, produzido praticamente no piloto automático, do início ao fim. Não tem auge, não tem ápice. Não tem aquele grande momento, não tem um grande destaque que possa ser pinçado e realçado. Não tem nada. Lá pelo meio da audição, o máximo de empolgação que eles conseguem atingir é com "Army of One", cuja letra do tipo autoajuda parece feita na medida certa para que a canção possa ser encaixada como música-tema das próximas Olimpíadas ou algo assim. Coloque a música para rolar, feche os olhos, e imagine um clipe de atletas das mais diferentes modalidades em momentos de superação. Vai funcionar que é uma beleza. Mas ainda é pouco, muito pouco.
A palavra mais certeira para descrever "What About Now", como um todo, é também a mais simples: chato. Total e absolutamente chato.
"E agora?", pergunta, em tradução livre, o título do novo álbum de estúdio do Bon Jovi, "What About Now". Este humilde escriba arrisca tentar responder: se continuar seguindo esta pegada, o futuro parece ser nebuloso. Este tipo de música pop, de um romantismo barato embalado por um som frouxo, sem força, tem dezenas de representantes no atual cenário musical, todos bem mais jovens. Se continuar investindo no óbvio, no padrão, no genérico, o máximo que Jon e sua turma vão conseguir é continuar encantando as agora jovens senhoras que os seguem com fidelidade cega, sempre aos gritos de "lindo!". E é melhor que se deem por satisfeitos.
Line-Up:
Jon Bon Jovi – Vocal
Richie Sambora – Guitarra
Hugh McDonald – Baixo
Tico Torres – Bateria
David Bryan – Teclado
Tracklist:
Because We Can
I'm With You
What About Now
Pictures of You
Amen
That's What the Water Made Me
What's Left of Me
Army of One
Thick as Thieves
Beautiful World
Room at the End of the World
The Fighter
Outras resenhas de What About Now - Bon Jovi
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Testament, Overkill e Destruction confirmam turnê conjunta em 2026
A banda que Slash considera o auge do heavy metal; "obrigatória em qualquer coleção"
Por que Angra escolheu Alírio Netto como vocalista, segundo Rafael Bittencourt
Rolling Stones cancelam planos de turnê europeia em 2026
Rafael Bittencourt explica atual relação com Edu Falaschi e possibilidade de novos shows
Sepultura confirma datas da última turnê europeia da carreira
A resposta de Rafael Bittencourt sobre possibilidade de Bruno Valverde deixar a banda
Sharon explica o que a fez desistir de pacto firmado com Ozzy
O dia que Rob Halford viu Ozzy Osbourne peladão e curtindo a vida adoidado
Rafael Bittencourt explica por que Fabio Lione saiu do Angra
Lynyrd Skynyrd fará shows em Curitiba, Rio de Janeiro e Porto Alegre
A primeira banda de rock dos anos 1960 que acertou em cheio, segundo Robert Plant
As duas músicas do Iron Maiden que nunca foram tocadas no Brasil - e podem estrear em 2026
Brasileira Marina La Torraca é anunciada como nova vocalista do Battle Beast
Jimmy Page faz post e comenta atual opinião sobre show do Led Zeppelin em 2007

Bon Jovi: fãs antigos certamente ficarão desapontados
Os 20 álbuns de classic rock mais vendidos em 2025, segundo a Billboard
Pollstar divulga lista dos 25 artistas que mais venderam ingressos no século atual
O Melhor Álbum de Hard Rock de Cada Ano da Década de 1980
Para George Lynch, Dokken poderia ter sido tão grande quanto Mötley Crüe e Bon Jovi
Os 3 clássicos dos anos 1980 que você não precisa sentir culpa por amar
5 melhores momentos prog de bandas do hard rock oitentista, segundo o Loudwire
Bon Jovi foi o "Nickelback dos anos 1980", segundo o Ultimate Guitar
Ex-empresário acha que o Bon Jovi não faria sucesso hoje
O megahit dos Beatles que inspirou Bon Jovi a lançar novo álbum: "Por que não?"
Legião Urbana: O discurso de tristeza e morte no álbum A Tempestade
Em 1977 o Pink Floyd convenceu-se de que poderia voltar a ousar


