Mutantes: Disco reinventou o conceito de rock no país.
Resenha - Mutantes E Seus Cometas No País Dos Baurets - Mutantes
Por Lucas Troglio
Postado em 14 de agosto de 2012
Nota: 10
Existem bandas que ficam na história da música, seja pela grande qualidade, ou pela revolução e influência que causaram. Podemos citar Beatles, Ramones, Black Sabbath, Sex Pistols, entre outras. No Brasil, em 1966 OS MUTANTES entravam em cena.
Com um visual diferente e um pouco teatral o grupo tinha forte influência do Tropicalismo e o Rock And Roll. Foram inovadores no uso da distorção no Brasil, e um dos grupos de mais sucesso no exterior.
"Os Mutantes E Seus Cometas No País Dos Baurets" lançado em 1972, foi um dos primeiros discos brasileiros produzidos em um estúdio de 16 canais, eles aproveitaram bem a vantagem. Com forte influência do progressivo, o disco reinventou o conceito de rock no país. Com pesadas linhas de baixo, vocais em coral e guitarras estonteantes, o álbum é de qualidade surpreendente.
A palavra "bauret" é uma citação à TIM MAIA, que usava essa gíria para designar seus cigarros de maconha. Talvez uma das inspirações para a sonoridade deste disco, que ora progressivo, ora psicodélico faz o ouvinte viajar no universo da cena musical brasileira em 1970.
Este disco é o último com RITA LEE, que deixou o grupo alegando diferenças musicais com o grupo. Vale lembrar que Rita era casada com ARNALDO BAPTISTA, os quais se divorciaram após o lançamento do disco de 1972, um possível motivo para o desligamento.
O grupo contava com uma série de músicos muito importantes para nossa música, como por exemplo Liminha, que viria a ser um dos maiores produtores do Brasil, que produziu inclusive o clássico dos TITÃS, "Cabeça Dinossauro". ARNALDO BAPTISTA, que lançou discos solos geniais como por exemplo "Lóki?". SÉRGIO DIAS que ainda dá continuidade ao grupo. E não esquecendo da rainha do rock nacional, RITA LEE.
"Posso Perder Minha Mulher, Minha Mãe, Desde Que Eu Tenha Meu Rock And Roll", é típica dos clássicos do rock, um ritmo dançante e arranjo vibrante. "Vida De Cachorro" é uma balada muito bela e bem composta. "Dune Duggy" é sensacional, uma linha de baixo genial cheia de swing. "Cantor de Mambo" é a mais psicodélica do álbum, com efeitos de percussão que dão uma pitada latina na música. "Todo Mundo Pastou" é bem no estilo CHUCK BERRY, mas claro que com muita originalidade.
"Balada Do Louco" é linda, com uma letra que lhe faz pensar, ouça com o coração. "À Hora E A Vez Do Cabelo Nascer" possui uma linha de baixo com distorção na medida certa, uma das minhas favoritas. "Rua Augusta" lembra um pouco JERRY LEE LEWIS passando por CARLOS SANTANA, acha difícil? Escute e verás. "Os Mutantes E Seus Cometas No País Dos Baurets" é cheia de efeitos alucinantes, muito boa mesmo. "Todo Mundo Pastou II", fecha o disco deixando-o bem característico, psicodélico, louco, e grandioso.
Um Disco com influências que vão de EMERSON, LAKE & PALMER à CREAM que você não pode deixar de conferir. Venha por meio deste, conhecer o fabuloso mundo mutante.
Faixas:
1- Posso Perder Minha Mulher, Minha Mãe, Desde Que Eu Tenha Meu Rock And Roll
2- Vida De Cachorro
3- Dune Duggy
4- Cantor de Mambo
5- Todo Mundo Pastou
6- Balada Do Louco
7- À Hora E A Vez Do Cabelo Nascer
8- Rua Augusta
9- Os Mutantes E Seus Cometas No País Dos Baurets
10- Todo Mundo Pastou II
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