Rush: Counterparts é um trabalho essencial em sua obra
Resenha - Counterparts - Rush
Por Doctor Robert
Postado em 27 de junho de 2012
Nota: 10 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Na década de 1990, o mundo passava por períodos turbulentos. Passada a Guerra do Golfo, que marcara o começo daquela década, o mundo da música presenciava o fim do período alto astral do rock e do pop na década de anterior que viria a ser tomado de assalto pelo som mais denso e pé-no-chão do grunge, em uma espécie de replay do que fizera o movimento punk anos antes. A AIDS era o assunto do momento e assustava a todos, principalmente após as notícias de pessoas famosas que contraíram a doença. Tudo isso e muito mais impactou o décimo quinto trabalho de estúdio do trio canadense Rush, contando ainda com o retorno de Peter Collins na produção.
Se em seus dois álbuns anteriores ("Presto" e "Roll The Bones") Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart já ensaiavam uma separação do som moldado em torno de teclados e baterias eletrônicas que marcaram suas canções na década anterior, "Counterparts" perpetuou a ruptura completa e uma guinada para uma sonoridade que passou a guiar a banda desde então e até os dias atuais: guitarras mais cruas, um som de baixo mais encorpado (Lee voltaria aqui a usar seu velho Fender Jazz), letras tratando de temas atuais, e uma bateria mais agressiva. Tudo isso, claro, sem deixar de lado a técnica dos arranjos que sempre foi a tônica do grupo, sua marca registrada. O resultado foi o melhor trabalho do Rush desde o clássico "Moving Pictures", de 1981.
A abertura com a excelente "Animate" ainda traria um discreto teclado acompanhando as linhas de baixo, mas já ficava clara a mudança. Porém, foi na faixa seguinte que tudo ficou mais escancarado: com um riff matador de Lifeson, usando a guitarra afinada em Ré, e uma letra feroz de Peart, falando sobre controlar a raiva e engolir "sapos", "Stick It Out" surpreendia pelo peso. Foi a primeira faixa de trabalho, com vídeo clipe rolando na MTV e tudo mais. E a continuação perfeita era justamente a terceira música do trabalho, "Cut To The Chase", que, como o próprio título sugere, vai direto ao assunto e nos traz um rockão de primeira.
A AIDS foi o tema do segundo single do disco, "Nobody’s Hero", que tratava da discriminação que os soropositivos enfrentavam e da tristeza da perda de entes queridos para a doença. Marcava também a colaboração do saudoso maestro Michael Kamen nas orquestrações, além de trazer um ótimo solo de guitarra de Lifeson. A sequencia matadora trazia ainda "Between Sun and Moon", com mais um grande trabalho de Peart na bateria (aliás, isso não é pleonasmo?) e a "sci-fi" "Alien Shore".
Outros pontos altos são a instrumental "Leave That Thing Alone", presença constante nos shows da banda desde então, a nervosa "Double Agent" e o enceramento em grande estilo com "Everyday Glory", onde se nota uma leve influência de U2 (em especial nos teclados da introdução).
"Counterparts" agradou em cheio não só aos seguidores de longa data da banda (em especial os que torciam o nariz para a era "new wave"), como também à molecada fã do rock cru trazido pelo grunge. Foi a partir desta turnê também que o trio passou a adotar os shows mais longos, com quase três horas de duração e sem banda de abertura, popularmente chamado de "An Evening With Rush" ("Uma noite com o Rush") – até hoje seu show é dividido em duas partes de mais de uma hora, com um intervalo de quinze a vinte minutos, e uma terceira parte por conta do bis (modelo que seria também adotado pelo Dream Theater, mas logo deixado de lado).
Um trabalho essencial em sua obra. Se você não conhece, não deixe de conferir o "disco do parafuso", como alguns fãs carinhosamente o tratavam em referência à sua capa.
Produzido por Rush e Peter Collins
1. "Animate" - 6:05
2. "Stick It Out" - 4:30
3. "Cut to the Chase" - 4:49
4. "Nobody's Hero" - 4:54
5. "Between Sun and Moon" - 4:37
6. "Alien Shore" - 5:35
7. "The Speed of Love" - 5:03
8. "Double Agent" - 4:51
9. "Leave That Thing Alone" - 4:06
10. "Cold Fire" - 4:27
11. "Everyday Glory" - 5:10
• Geddy Lee: Baixo, sintetizadores e vocal
• Alex Lifeson: Guitarra, violão e backing vocals
• Neil Peart: Bateria, dulcimer e percussão
• Teclado adicional: John Webster
• Maestro em "Nobody´s Hero": Michael Kamen
• Direção de arte: Hugh Syme
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Hellfest terá 183 bandas em 4 dias de shows na edição de 2026 do festival
AC/DC anuncia show extra no Chile e encerra adição de datas na América do Sul
O hit do Nirvana sobre Whitesnake, Guns N' Roses, Aerosmith e Led Zeppelin
Internautas protestam contra preços de ingressos para show do AC/DC no Brasil
Roxette anuncia dois shows no Brasil em 2026
O "vacilo" que levou Nicko McBrain a achar que fosse passar no RH do Iron Maiden
Katatonia se apresentará em São Paulo em 2026; ingressos estão à venda
30 clássicos do rock lançados no século XX que superaram 1 bilhão de plays no Spotify
Os 25 melhores álbuns do metal britânico, segundo o RYM
Como Angra trocou Toninho Pirani por Monika Cavalera, segundo Rafael Bittencourt
O veterano que contraiu tuberculose na Malásia e gerou clássico do Iron Maiden
Duff McKagan elege as músicas do Guns N' Roses que mais gosta de tocar ao vivo
Vegana e do metal! Ignacia Fernández vence o Miss Mundo Chile
Linkin Park compartilha fotos incríveis de show realizado no MorumBIS

A banda mais inovadora para Geddy Lee; "Houve muitos imitadores, mas nada chega perto"
Os álbuns esquecidos dos anos 90 que soam melhores agora
Do que Geddy Lee ainda sente falta nas turnês, e como está se preparando para a volta do Rush
O artista que Neil Peart se orgulhava de ter inspirado
Geddy Lee admite que volta do Rush foi "uma decisão difícil"
Os dois maiores bateristas de todos os tempos para Lars Ulrich, do Metallica
O álbum do Rush que Geddy Lee disse ser "impossível de gostar"
Geddy Lee e a banda cover do Led que só conseguiu tocar uma música; "não dava pra encarar"


