Rainbow: O verdadeiro pai do Metal Melódico
Resenha - Rainbow - Rising
Por Leandro Peroni
Postado em 10 de março de 2012
Lançado em 1976, Rising é um álbum importantíssimo não só na história do próprio Rainbow, mas também do Heavy Metal em geral. Sempre esquecido pela maioria quando se fala em álbuns clássicos, esse pode ser considerado o verdadeiro marco zero do Melodic Metal. Todas as faixas foram compostas por uma das duplas mais sensacionais já existentes na música em geral: Ritchie Blackmore e Ronnie James Dio.
Vamos ao Track List:
1- Tarot Woman: Sua introdução marcante de teclado que desemboca em palhetadas faíscantes de Blackmore junto ao clássico riff de teclado que se transforma em um pequeno solo quando a bateria de Cozy Powell entra como um tanque de guerra desgovernado, dando o andamento acelerado da composição. Quando a voz de Dio aparece cantando os primeiros versos com seu timbre peculiar, rasgado e agudo, vemos que esta não era uma banda normal, nem para a época, nem para os dias de hoje. A ponte melódica que descamba no refrão furioso mostra que o Melodic Metal aparceu muito antes do que muitos pensam.
2- Run With the Wolf: Típico Rock N' Roll cadenciado de Blackmore que mais uma vez é dominado pelos drives característicos de Dio. O refrão melódico é mais uma prova concreta que o Rainbow foi definitivamente o criador do Melodic Metal.
3- Starstruck: Já começa com um riff furioso que acaba se tornando um Hard Rock cheio de melodia e com toques de Rock N' Roll clássico. Nesse ponto já se percebe que Dio é o destaque do álbum, já que suas interpretações cheias de alma não deixam pedra sobre pedra.
4- Do You Close Your Eyes: Se ouvido atentamente, o riff pesado e rápido quando é completado pelo grito discreto de Dio, mostra que Mob Rules, a faixa título do segundo álbum de Dio no Black Sabbath, nasceu no Rainbow, de uma forma mais Hard melódica e menos Rock N' Roll. A semelhança é impressionante, até mesmo o andamento se assemelha. As partes melódicas da ponte são uma marca desse álbum e nessa música não é diferente.
5- Stargazer: Agora sim, o ápice! A introdução marcante da bateria veloz e pesada de Cozy Powell que descamba em dos riffs mais clássicos de toda a história, cortesia de Mr. Blackmore que o escreveu no violoncelo, é uma das mais belas composições de todos os tempos. Quando Dio entra cantando os primeiros versos da mística letra... melhor nem falar muito. A ponte e o refrão ganham a força de um encorpado teclado que deixa a composição quase completa. E o que são as frases de bateria da segunda parte? Assim como da música inteira. O solo inspirado de Blackmore aparece discreto com toques orientais e eruditos que aso poucos vão ganhando uma velocidade impressionante que serviu de referência para ninguém mais, ninguém menos que Yngwie Malmsteen. A música volta a toda para sua aura mística e épica, embalada pela voz estridente de mestre Dio. Nesse ponto da música as orquetrações se apoderam da música, disputando com Dio quem governaria esse épico, já que o solo de violoncelo compete ferozmente com os gritos endiabrados de Dio e seus inesquecíveis 'Oh, Oh, Oh'. E assim vai até o Fade Out acabar com a festa. Agora façam o segunite: escutem Stargazer com muita atenção e logo depois coloquem para rodar a música "Eternity" do Stratovarius... viram como o Rainbow influenciou as bandas de melódico? Talvez a criadora também do Metal Sinfônico e do Metal Épico.
6- A Light in the Black: Essa é Metal Melódico na veia! A faixa que fecha o disco é rapida e melódica, e os vocais de Dio também estão mais agudos nessa faixa. Até os sons de cravo vinods dos teclados no solo foram copiados à exaustão por centenas de bandas de Metal Melódico. O solo de guitarra antão é puro Melodic/Power, começando com uma dobra com o teclado e descambando na velocidade característica de Blackmore para depois terminar com outra dobra e com gritos enfurecidos de Dio.
O início de uma nova vertente que só tomaria forma definitiva e moderna nos anos 90 com o surgimento de milhares de seguidores de Blackmore e Dio. O Helloween foi importante no desenvolvimento do gênero? Sim, mas o Iron Maiden também foi, só que antes de todos lá estava o Rainbow: o verdadeiro pai do Metal Melódico, Sinfônico e Épico.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A única banda de rock brasileira dos anos 80 que Raul Seixas gostava
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
Graham Bonnet lembra de quando Cozy Powell deu uma surra em Michael Schenker
Regis Tadeu elege os melhores discos internacionais lançados em 2025
O álbum dos Rolling Stones que é melhor do que o "Sgt. Peppers", segundo Frank Zappa
Fabio Lione anuncia turnê pelo Brasil com 25 shows
Turnê atual do Dream Theater será encerrada no Brasil, de acordo com Jordan Rudess
O músico que Ritchie Blackmore considera "entediante e muito difícil de tocar"
O clássico absoluto do Black Sabbath que o jovem Steve Harris tinha dificuldade para tocar
Mamonas Assassinas: a história das fotos dos músicos mortos, feitas para tabloide
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
Desmistificando algumas "verdades absolutas" sobre o Dream Theater - que não são tão verdadeiras
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
Os 50 melhores álbuns de 2025 segundo a Metal Hammer
A banda fenômeno do rock americano que fez história e depois todos passaram a se odiar

Box-set do Rainbow com 9 CDs será lançado em março de 2026
A banda que vendeu muito, mas deixou Ronnie James Dio sem ver a cor do dinheiro
O músico "complicado" com quem Ronnie James Dio teve que trabalhar; "uma pessoa realmente ruim"
O que Ritchie Blackmore pensa sobre Jimmy Page como músico; "um guitarrista estranho"
Brian May escolhe os três maiores solos de guitarra de todos os tempos


