Black Sabbath: A famosa estreia do quarteto britânico
Resenha - Black Sabbath - Black Sabbath
Por Pedro Zambarda de Araújo
Postado em 21 de abril de 2011
Gravado em 48 horas, com banda ao vivo e um som incrivelmente pesado e mórbido. Foi assim que, em 13 de fevereiro de 1970, numa sexta-feira, a banda Black Sabbath lançou seu primeiro álbum homônimo. O grupo ganhou esse nome porque, segundo o baixista Geezer Butler, eles não entendiam como pessoas iam assistir filmes de terror se sabiam que iam se assustar. Pensavam em fazer um sucesso parecido com seu som diferente.
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A música "Black Sabbath" abre o CD mostrando a voz nasalada do famoso frontman Ozzy Osbourne e os acordes na guitarra elétrica que se assemelham a barulhos de trovões, acompanhados por um fundo que lembra uma tempestade. O clima de terror e o medo da figura demoníaca atraem o ouvinte logo nessa entrada. Próximo dos últimos minutos, o guitarrista Tony Iommi mostra seu talento para as improvisações e faz um solo com escalas aproveitando o retorno do seu instrumento.
Apesar de definirem o som do gênero heavy metal nesse material obscuro, "The Wizard" é uma faixa que mostra a influência de folk no som do quarteto inglês, que integra o som de gaita com guitarras ritmadas. Ozzy abandona a voz de medo e ganha um tom maleável que mostra seu talento como intérprete. "Behind the Wall of Sleep" abusa de um fraseado marcante dos instrumentos que também mostram outro talento da banda inteira como criadora de sequências marcantes.
Essas características são elevadas ao máximo em "N.I.B." (música em homenagem ao apelido do baterista Bill Ward por sua barba). Com um refrão de guitarra elétrica grudendo que surge depois de um solo de baixo de Gezzer, Ozzy começa a cantar em um ritmo blues rock, que lembra a música negra americana. O tema abordado pela canção é similar ao de "Black Sabbath", mas do ponto de vista de Lúcifer, o diabo em pessoa. Iommi mostra novamente seu dom para a criação de inovações como solista e coloca uma improvissão digna de um bom jazz no meio da música.
"Evil Woman" tem a pegada de um bom single - com uma letra deslocada do resto do CD - e sai da temática religião e espiritualidade normal do Black Sabbath. A pegada da música é bem pop, o que mostra a influência de Beatles nas interpretações de Ozzy Osbourne. A canção, originalmente, é um cover de uma banda chamada Crow, que destoa do restante do álbum.
"Sleeping Village" rouba a cena com um acústico melancólico de abertura, saindo um pouco do som elétrico. Ozzy canta a lamentação e o isolamento de uma vila interiorana. A abertura breve reflete o modo de vida que os Sabbath tinham em Birmingham, uma cidade pobre e cinza na época em que eles faziam sua rock´n´roll. A música encerra com improvisações da guitarra, bateria e baixo, mostrando a habilidade dos integrantes em quebrar regras de harmonia ou de regularidade em suas criações.
"Warning" mostra as habilidades individuais de cada integrante da banda em um grande jam de 10 minutos. Em "Wicked World", os fraseados da guitarra elétrica voltam com um Ozzy cantando em um volume mais agudo e rápido.
Apesar de algumas criações puxadas pelo jazz e pelo blues mais puro, esse material do Sabbath é bem fácil e divertido de se ouvir. Algumas construções complexas nas músicas ficam mais leves com a combinação de acordes simples que a banda escolheu. O material também é uma chance de ouvir a voz de Ozzy Osbourne no começo de carreira. É um disco de 41 anos que continua agradável para se apreciar hoje, sem perder suas qualidades.
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