Dead Fish: Mais uma resenha de banda emo no Whiplash?
Resenha - Contra Todos - Dead Fish
Por Sérgio Fernandes
Postado em 10 de abril de 2011
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Provavelmente muitos dos amigos leitores pensaram algo como: "ah não, mais uma review de banda emo no WHIPLASH?" ao verem que o último CD do Dead Fish era o objeto de análise dessa matéria. Os fãs da banda capixaba bem sabem que o som praticado por Rodrigo Lima (vocal), Philippe Fargnoli (guitarra), Alyand Miele (baixo) e Marcão (bateria) não tem muito a ver com o gênero musical citado acima. Agora, se você alguma vez na sua vida associou o nome do Dead Fish ao "emo", bem, meu amigo, isso prova o que eu temia: que a maioria dos leitores aqui do site não tem o menor interesse em conhecer as músicas das bandas que tanto criticam...

Bom, não sejamos tão radicais. Na verdade tanto a banda em questão quanto o gênero musical "emo" têm algo em comum: os dois foram influenciados pelo Hard Core dos anos 80. Pronto, as semelhanças acabam por aí. E não vou generalizar a ponto de dizer que TODOS os caros amigos leitores do WHIPLASH! não tem interesse em conhecerem o som de bandas de outros estilos musicais que não o metal. Logicamente, ninguém é obrigado a ouvir de tudo, mas um pouco de bom senso é sempre bem-vindo e ter o menor conhecimento que seja sobre o objeto de sua crítica é o mínimo para se criar um bom argumento... Enfim, vamos ao que interessa...
Em "Contra todos" (2009) o Dead Fish mostra mais uma vez o porquê de ser reverenciada como a maior banda do HC brasileiro ao lado do grande Ratos de Porão. Logo na primeira faixa do play, a rápida (em todos os sentidos) "Não" dá uma pista do que virá a seguir: velocidade, guitarras bem trabalhadas, cozinha pesada e precisa e vocais rasgados, nervosos, viscerais e melódicos (alguém ai pensou em Jorn Lande? Provavelmente não, né?...).
Durante todo o CD, a banda consegue viajar por várias vertentes do Hard Core, sem perder a sua identidade. É possível sentir ecos de Bad Religion na melódica "Contra Todos", assim como se pode perceber a influência que as bandas mais antigas do gênero, como o Dead Kennedys e Black Flag, tiveram na construção do estilo do Dead Fish. Para comprovar isso, basta ouvir canções como "Shark Attack", a já citada "Não" e "A dialética".
Ainda assim, a banda não se mantém completamente presa a um só estilo e permite-se fazer alguns experimentos e viagens dentro do álbum (coisa que já haviam feito no trabalho anterior, "Um homem só" de 2006). Os mais exigentes, conservadores e cabeças-fechada, porém, não precisam se assustar: tudo é muito bem colocado dentro da proposta sonora que a banda sempre seguiu. Músicas como "Autonomia", "Venceremos", "Quente" e "Asfalto" sintetizam isso, pois mostram influências de estilos como stonner rock, metal e até mesmo rap sem perder a velocidade e a pegada características do Hard Core mais tradicional.
A produção do álbum ficou a cargo de Rafael Ramos (que já trabalha com a banda desde o CD "Zero e um" de 2004) e ajuda muito no resultado final: a atmosfera mais "seca" e orgânica do álbum "Um homem só" foi mantida, porém com uma pitada a mais de pegada, de forma a deixar o som mais cheio (o que é certa ironia, pois "Contra todos" é o primeiro álbum em que Philippe comanda – soberbamente, diga-se de passagem - todas as guitarras da banda sozinho, já que seu ex-parceiro nas seis cordas, o guitarrista Hóspede, saiu antes de começarem a compor material para o trabalho).
Vale lembrar que esse é o último (e melhor) registro de Nô, fundador e ex-baterista da banda. Além dele, Rodrigo também nos brinda com sua melhor performance em um CD do Dead Fish: com total controle da sua voz, o cara grita, berra, e consegue criar melodias firmes para interpretar as letras (todas de sua autoria) que falam de amor, esquerda e direita, metrópoles, a vida de uma banda independente na estrada, perseverança e ataques de tubarão em Olinda.
Se você gosta de peso, bateria veloz e precisa, baixo forte e marcante (casando com a bateria veloz...), linhas de guitarra bem trabalhadas e altamente criativas, vocal com pegada, sem exageros e melodia na medida certa, além de letras bem humoradas e de conteúdo, NÃO OUÇA DRAGONFORCE; ouça "Contra todos" do Dead Fish. Fica a dica.
"Contra Todos" – Dead Fish
Ano: 2009
Track List:
1 – Não
2 – Autonomia
3 – Venceremos
4 – Quente
5 – Subprodutos
6 – Asfalto
7 – Contra todos
8 – Shark attack
9 - A dialética
10 – O melhor exemplo do que não seguir
11 – Descartáveis
12 – Tupumaru
13 – Armadilhas verbais
14 – Piada liberal
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



"Come to Brazil" - 2026 promete ser um ano histórico para o rock e o metal no país
Welcome to Rockville 2026 divulga line-up oficial
O melhor cantor de baladas de todos os tempos, segundo Bob Dylan
Plantão Médico Deep Purple: 6 membros atuais e antigos que convivem com problemas de saúde
O riff do Guns N' Roses que Slash acha bem melhor do que o de "Sweet Child O' Mine"
As 3 melhores músicas do Aerosmith de todos os tempos, segundo Regis Tadeu
Bangers Open Air confirma Twisted Sister e mais 40 bandas para 2026
A postura passiva de filho de Bon Jovi com esposa que foi alvo de críticas na web
Manowar anuncia turnê celebrando álbuns "Fighting the World" e "Kings of Metal"
Com Tesla e Extreme, Mötley Crüe anuncia turnê celebrando 45 anos de carreira
Steve Vai presta homenagem a David Coverdale após anúncio de aposentadoria
O que Chorão canta no final do refrão de "Proibida Pra Mim"? (Não é "Guerra")
Pink Floyd disponibiliza versão integral de "Shine On You Crazy Diamond"
Os quatro maiores solos de guitarra de todos os tempos, segundo Carlos Santana
Site americano lista os 11 melhores álbuns de rock progressivo dos anos 1990
"Ascension" mantém Paradise Lost como a maior e mais relevante banda de gothic/doom metal
Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva


