Warpath: Death Metal extremo competente, e apenas isso
Resenha - Malevolent Reprisal - Warpath
Por Paulo Finatto Jr.
Postado em 07 de março de 2011
Nota: 7
Para quem acompanha o underground brasileiro, certamente é uma ideia interessantíssima comparar o que as bandas desenvolvem aqui com os discos que aparecem no exterior. Embora não possam ser considerados iniciantes, os irlandeses do WARPATH chegam ao seu segundo álbum, intitulado "Malevolent Reprisal", buscando pela primeira vez uma repercussão internacional. O death metal extremo do quinteto, por mais que não apresente nenhuma novidade para o gênero, é apenas competente na sua proposta.
A banda, que já excursionou pelo território europeu ao lado de nomes como CANNIBAL CORPSE e OBITUARY, em poucos anos se tornou a maior referência do metal extremo irlandês. Com a gravadora Underground Movement Records, o quinteto construiu o debut "Gorefare" (2008), que foi muito bem recebido no Reino Unido. Por mais que tenham mostrado qualidade na sua primeira empreitada, Darren Keogh (vocal), Joe Merriman (guitarra), Egin Dunne (guitarra), Egin Broughal (baixo) e Graham Dunne (bateria) precisavam dar um passo além. Eles sabiam disso. A saída foi promover o seu mais recente álbum, chamado de "Malevolent Reprisal", no mundo inteiro. No entanto, por mais que a banda mostre qualidade e bom gosto, o cenário extremo brasileiro é competitivo e não vai absorver o disco do WARPATH, muito pelo contrário. Eles ainda têm o que aprender com a gente quando o assunto é death metal.
Embora possua uma produção de muita qualidade, "Malevolent Reprisal" não mostra uma banda muito técnica, sobretudo para o death metal extremo proposto pelos caras. Por mais que o WARPATH evidencie uma vontade incomum para o gênero, as suas composições esbarram em fórmula que infelizmente são repetidas à exaustão. De certa forma, as referências do grindcore e até mesmo do black metal contribuíram para que houvesse essa uniformidade sonora, característica que não aparece nos discos de bandas nacionais (e excelentes) como KRISIUN e CHAOS SYNOPSIS. Nenhum músico se sobressai na execução do repertório que dura cerca de trinta minutos.
De qualquer modo, a abertura "Malevolent Reprisal" e "Bloodsoaked Bayonet" mostram muito bem os contornos extremos do disco. A performance de Darren Keogh revela um quê dos trabalhos mais podres do grindcore e cai muito bem sobre a proposta do WARPATH. Entretanto, para conquistar um reconhecimento internacional, as guitarras precisariam soar mais diversificadas, ao mesmo tempo em que Graham Dunne deveria esbanjar mais técnica com as baquetas. Não há dúvidas de que faixas como "Point Blank Execution" e "Kill at All Costs" contêm todos os pré-requisitos exigidos pelo death metal. Por outro lado, não existe nada mais comum do que é apresentado aqui. Os fanáticos pelo gênero certamente vão se empolgar com duas pancadas curtas: "The Red Mist" e "Extreme Rendition". No entanto, a impressão que o disco deixa é que o WARPATH poderia investir mais em velocidade em um instrumental mais rico em detalhes, o que faria toda a diferença para um resultado final mais satisfatório.
No encerramento do disco, "Unstoppable" repete todas as características mornas apresentas do início ao meio da obra. Entretanto, é com o cover de "Tear It Down" (HATEBREED) que o futuro do WARPATH surge com uma hipótese. A banda estaria pensando em incluir elementos ainda mais próximos do hardcore e do grindecore na sua sonoridade? A ideia aparece como uma interessante opção para diferenciar o metal extremo do quinteto irlandês de uma série de outros nomes. Em resumo, "Malevolent Reprisal" é um disco que não comete nenhum pecado, mas está muito distante de ser uma obra de impacto para o gênero. De repente em uma próxima empreitada, isso se o WARPATH insistir em um pouco mais de originalidade.
Site: www.myspace.com/warpathire
Track-list:
01. Malevolent Reprisal
02. Bloodsoaked Bayonet
03. Point Blank Execution
04. Enter My Lair
05. Kill at All Costs
06. The Red Mist
07. Extreme Rendition
08. Unstoppable
09. Tear It Down (Hatebreed)
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