Angra: Não há mais nada que a banda precise provar
Resenha - Aqua - Angra
Por Paulo Finatto Jr.
Postado em 26 de fevereiro de 2011
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
O futuro do ANGRA parecia incerto após o fraco "Aurora Consurgens" (2006). A banda, que se envolveu em uma série de conflitos como seu ex-empresário, por pouco não encerrou as atividades. No entanto, quatro anos se passaram e o quinteto paulista – que repatriou o baterista Ricardo Confessori – deu a volta por cima. O ótimo "Aqua" remarca o território abandonado e coloca novamente o grupo entre os principais nomes do gênero que ajudou a construir vinte anos atrás.
Depois que resolveu todas as questões que envolviam os direitos do nome da banda e o seu antigo empresário, o ANGRA retomou as suas atividades em 2009 com uma série de shows pelo país ao lado do SEPULTURA. O grupo, que se preparava para entrar em estúdio no ano seguinte, baseou o sétimo disco da sua carreira na obra "A Tempestade", de William Shakespeare. A sonoridade, que une o metal melódico às referências da música brasileira, permanece intacta em "Aqua". O disco, que ainda marca a volta de Ricardo Confessori às baquetas, possui as mesmas músicas de impacto que fizeram história a partir de "Angels Cry" (1993) até "Temple fo Shadows" (2004).
Embora tenha saído primeiramente em formato independente aqui no Brasil, "Aqua" conta com o suporte da JVC/Victor no Japão e da SPV/Steamhammer na Europa, onde o disco foi muito bem recebido até o momento. Na verdade, aqui o cenário não tem sido diferente. Os melhores momentos que marcaram a "nova" fase banda em "Rebirth" (2001) são reproduzidas nessa obra, que conta mais uma vez com a performance irrepreensível do vocalista Edu Falaschi. Os músicos, não só mais maduros no quesito técnico, esbanjam qualidade e criatividade no processo de composição do álbum. Não há dúvidas de que os quatro anos distante dos holofotes não comprometeram – e até contribuíram – para o resultado acima da média de "Aqua".
Depois da curta e introdutória "Viderunt Te Aquae", o disco abre com uma sequência verdadeiramente matadora, que desde "Holy Land" (1996) não se via em um trabalho do ANGRA. A rápida e certeira "Arising Thunder" pode ser considerada – e por que não – uma das melhores composições assinadas pela banda nos últimos dez anos. De outro lado, "Awake from Darkness" mostra o peso que a banda nunca abrir mão, assim como a cadenciada "Lease of Life", que mostra como o grupo possui uma incrível capacidade de construir músicas mais densas e emotivas. No entanto, "The Rage of the Waters" retoma o peso do disco e certamente se sobressai como um outro destaque extremamente positivo da obra.
Embora possa parecer no disco sem muito brilho, "Spirit of the Air" é competente na sua proposta de unir as características da música brasileira às influências do metal progressivo, gênero que a banda vem explorando paulatinamente desde "Temple of Shadows" (2004). As mesmas referências se encontram em "Hollow", só que com uma dose extra de peso por parte das guitarras – o que pode agradar (e muito) os fãs mais exigentes. A faixa, que não possui o mesmo impacto imediato das suas antecessoras, corre um pouco por fora para ser um dos destaques da obra, mesmo que sejam evidentes as suas qualidades.
Na sequência, "A Monster in Her Eyes" pode não chamar tanto a atenção em virtude do seu andamento denso e melancólico, mas "Weakness of a Man" mistura com maestria as influências da música brasileira em sua introdução e mostra um clima mais para cima, não melancólico como a anterior. De qualquer modo, as últimas faixas de "Aqua" não conseguem se sobressair ao trabalho apresentado na sua primeira metade, mas os fãs certamente encontrarão momentos interessantíssimos, sobretudo em "Ashes", que relembra (e muito) as composições mais lentas (e de sucesso comercial) que o ANGRA escreveu no passado. Por fim, uma versão remixada de "Lease of Life" – que parece assumir a ponta como a música de trabalho – que não traz uma nova sonoridade, apenas uma edição mais exigente.
Não há dúvidas de que o ANGRA está de volta à vida, como a letra da clássica "Nova Era" sugere. As más impressões deixadas por "Aurora Consurgens" (2006) ficaram para trás e os próximos anos, a partir desse excelente "Aqua", se mostram extremamente bem-vindos ao quinteto. Embora muitos insistam em não creditar a banda como ela merece, claramente não existe mais nada que o ANGRA precise provar. Os fãs que ainda não sabem disso vão abrir os olhos em "Aqua".
Track-list:
01. Viderunt Te Aquae
02. Arising Thunder
03. Awake from Darkness
04. Lease of Life
05. The Rage of the Waters
06. Spirit of the Air
07. Hollow
08. A Monster in Her Eyes
09. Weakness of a Man
10. Ashes
11. Lease of Life (Remixed Version)
Outras resenhas de Aqua - Angra
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A música de amor - carregada de ódio - que se tornou um clássico dos anos 2000
O melhor baterista dos últimos 10 anos, segundo Lars Ulrich do Metallica
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
A banda clássica que poderia ter sido maior: "Influenciamos Led Zeppelin e Deep Purple"
Brian May escolhe os três maiores solos de guitarra de todos os tempos
As quatro músicas do Metallica que James Hetfield considera suas favoritas
David Gilmour revela quais as quatro bandas de prog rock que ele mais detesta
Camiseta oficial de Ozzy Osbourne zoa Roger Waters por fala que irritou a todos
A banda esquecida que Eric Clapton considera os pioneiros do heavy metal
O músico que fez o lendário Carlos Santana se sentir musicalmente analfabeto
O Melhor Álbum de Hard Rock de Cada Ano da Década de 1980
As melhores músicas grunge feitas por 5 bandas de hair metal, segundo a Loudwire
Tony Iommi escolhe o maior guitarrista de todos os tempos; "meu ídolo"
A banda de rock que Xuxa adorava: "Ela pedia pessoalmente para a Marlene Mattos levar"
O álbum que Eddie Kramer acha que nunca foi igualado: "Nunca houve nada gravado como ele"

Angra: seguindo para o futuro, sem deixar o passado de lado
Angra: dez anos do mais injustiçado álbum
Para Edu Falaschi, reunião do Angra no Bangers Open Air será "inesquecível"
O disco do Dream Theater que Felipe Andreoli levava para ouvir até na escola
Do Metallica ao Angra - passando por outras bandas -, um breve resumo do "Megadethverso"
Angra traz "Rebirth" de volta e deixa no ar se a formação atual ainda existe
"Fui assistir a um show do Angra e aquilo me motivou a montar uma banda", diz Aquiles Priester
"Estou muito feliz pela banda e por tudo que conquistamos", afirma Fabio Lione
Kiko Loureiro diz o que o levou a aceitar convite para reunião do Angra no Bangers Open Air
Alírio Netto diz que estrear como vocalista do Angra no Bangers ficará marcado em sua história
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Clássicos imortais: os 30 anos de Rust In Peace, uma das poucas unanimidades do metal


