Oficina G3: Rompendo barreiras entre o gospel e o secular
Resenha - Depois da Guerra - Oficina G3
Por Henrique de Almeida
Postado em 19 de fevereiro de 2011
Nota: 10 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
O último CD do Oficina G3, chamado Depois Da Guerra, surpreendeu a muita gente, inclusive a mim. Já havia ouvido o trabalho dos caras, com o antigo vocalista PG e mesmo com o Juninho Afram (guitarrista) nos vocais. Confesso ter achado legalzinho, mas nada revolucionário. As letras de pregação também não me cativavam muito, então nada indicava que trabalhos posteriores poderiam chamar minha atenção.
Eis que tomo conhecimento deste CD lançado em 2008. Decidi, então, dar uma chance a Afram e seus coleguinhas. Surpresa total, porque os caras conseguiram criar um trabalho que praticamente rompeu as barreiras entre o rock gospel e o rock secular, fazendo de DDG uma quase unanimidade por todos que o ouviram.
A introdução D.A.G, com a ambientação de uma guerra aliada a orquestrações, teclados e uma rifferama que marca o início do primeiro arrasa-quarteirão deste registro, "Meus Próprios Meios". De cara, duas coisas chamam a atenção: a atuação do vocalista Mauro Henrique, com muito drive e uma interpretação irretocável que realmente me impressionou à primeira ouvida; e o peso e agressividade do som dos caras, que se justifica por ser a música de abertura do disco, e aliás uma das melhores.
"Eu Sou", a música seguinte, também deixa o ouvinte batendo cabeça com as guitarras agressivas, a forte presença dos teclados e a sonoridade mais progressiva em vários momentos, chegando a lembrar muito o Dream Theater mais recente, principalmente do "Train Of Thought" para frente. O refrão irretocável e cheio de melodia é um dos grandes destaques em uma música repleta deles. Para mim, a melhor do disco e uma das marcas desse novo Oficina.
"Meus Passos" segue o disco em mais uma música que mescla muito bem os tempos quebrados e incursões de teclados do progressivo com o puro heavy metal. Continuar, a primeira balada do disco, dá uma acalmada nos ânimos e mostra que os caras também sabem diminuir o ritmo. A voz de Mauro Henrique se destaca nessa daqui, além das boas camadas de teclado e piano que dão uma emoção extra à canção.
"De Joelhos", talvez uma canções de maior louvor do trabalho, mostra a face mais agressiva das guitarras de Afram, com linhas que reforçam o peso desse novo caminho trilhado pela banda. E não é que os teclados também contribuem para que isso aconteça? Mais um ponto para os caras. "Tua Mão", mais uma balada, é também mais um bom momento, embora inferior a todas as músicas anteriores do disco.
Muros volta à carga em uma música absolutamente espetacular. Riffs poderosos, teclados viajantes e funcionais, um baixo que aparece com destaque, e Mauro Henrique outra vez mostrando porque era realmente uma das melhores opções para ser o vocalista da banda gospel mais conhecida do Brasil. Logo depois vem a faixa-título do álbum, que começa com Juninho cantando a primeira parte, sendo seguido por Mauro, que arrebenta em um dos melhores refrões do trabalho.
"A Ele" e "Incondicional" são duas baladas de puro louvor. Principalmente essa última tem bons momentos, tanto que foi escolhida para virar clipe. Parece redundância, e é, mas realmente o vocalista se destaca nessas duas canções, levando a quem acredita pensar estar em verdadeira comunhão com Deus através da música.
"Obediência" volta a deixar as coisas mais agitadas, em uma letra que deixa mais do que claras a visão religiosa de todos os integrantes. O trabalho de vozes é uma das melhores surpresas, não só desta música mas do álbum como um todo. Aliás, confesso que não vejo nenhuma banda que faça isso de forma tão qualificada quanto o Oficina G3 hoje no Brasil.
"Better" é como se fosse uma junção entre Dream Theater e Stryper: Um som progressivo, pesado, mas marcante e que leve a dita "Palavra" ao maior número de pessoas possível. "People Get Ready", cover de música de Curtis Mayfield e que ficou famosa na voz de Rod Stewart em companhia de Jeff Beck na guitarra, é uma surpresa agradável, apesar de não fazer muitas mudanças em relação à versão original. "Unconditional", a versão em inglês de "Incondicional", termina o álbum, visando claramente o mercado internacional.
Enfim, meus amigos: Aos que acreditam, um excelente trabalho musical de uma banda que marca uma nova fase em sua carreira e que, de quebra, leva a palavra de Deus alhures. Aos que não creem, um excelente trabalho musical de uma banda que com certeza verá novos horizontes à frente com este registro. Nota 10 para o Oficina G3.
Outras resenhas de Depois da Guerra - Oficina G3
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O guitarrista preferido de Mark Knopfler, do Dire Straits, e que David Gilmour também idolatra
Bangers Open Air divulga line-up da próxima edição, com In Flames, Fear Factory e Jinjer
Os 11 melhores álbuns de progressivo psicodélico da história, segundo a Loudwire
Nova música do Megadeth desbanca - temporariamente - Taylor Swift no iTunes dos EUA
Nick Holmes diz que há muito lixo no nu metal, mas elogia duas bandas do estilo
O subestimado guitarrista base considerado "um dos maiores de todos" por Dave Mustaine
A banda de forró que se fosse gringa seria considerada de rock, segundo produtora
Brent Hinds - O ícone do heavy metal que não gostava do estilo - nem de conceder entrevistas
Nicko McBrain compartilha lembranças do último show com o Iron Maiden, em São Paulo
Regis Tadeu detona AC/DC e afirma que eles viraram "banda cover de luxo"
As melhores de Ronnie James Dio escolhidas por cinco nomes do rock e metal
Danilo Gentili detona Chaves Metaleiro e o acusa de não devolver o dinheiro
As 3 teorias sobre post enigmático do Angra, segundo especialista em Angraverso
O principal cantor do heavy metal, segundo o guitarrista Kiko Loureiro
A canção proto-punk dos Beatles em que Paul McCartney quis soar como Jimi Hendrix

Oficina G3: Depois da Guerra é uma baita disco de Metal
Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
O disco que "furou a bolha" do heavy metal e vendeu dezenas de milhões de cópias


