Iron & Wine: Quarto álbum está cheio de grandes canções
Resenha - Kiss Each Other Clean - Iron & Wine
Por Ricardo Seelig
Fonte: Collector's Room
Postado em 11 de fevereiro de 2011
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Diz um dito popular que uma boa canção é aquela que, despida de todos os instrumentos que formam o seu arranjo final, consegue sobreviver quando tocada em uma roda de amigos, somente por um violão. "Kiss Each Other Clean", quarto álbum do Iron & Wine, é um exemplo disso.

Formado unicamente pelo cantor e compositor norte-americano Samuel Beam, o Iron & Wine chega ao seu quarto disco, e ele traz uma considerável mudança: ao contrário dos três anteriores – "The Creek Drank the Cradel" (2002), "Our Endless Numbered Days" (2004) e "The Shepherd´s Dog" (2007), todos lançados pela Sub Pop -, "Kiss Each Other Clean" é o primeiro trabalho de Beam por uma grande gravadora – no caso, a Warner.
Em entrevista à Spin, Samuel Beam revelou que "o álbum é mais focado no pop, aquele tipo de som que você ouve no carro dos seus pais quando está crescendo". Como Beam nasceu em 26 de julho de 1974, ele está se referindo ao pop do final dos anos 1970 e começo da década de 1980. Sim, "Kiss Each Other Clean" soa diferente dos trabalhos anteriores, focados no folk. Suas dez faixas trazem reminiscências da louca busca de Brian Wilson pelo pop perfeito, em composições que parecem peças de arte barroca.
"Walking Far From Home" abre o disco com belíssimas linhas vocais e um arranjo que vai se revelando aos poucos, criando um clima todo especial para o ouvinte. A aura celestial permanece em "Me and Lazarus", com direito a um sax discreto e muito bem encaixado.
"Tree By The River" é o Beach Boys da fase "Pet Sounds" atualizado para o tempo em que vivemos. Belas harmonias vocais se sobrepõe umas às outras, e o resultado final é uma canção ao mesmo tempo sofisticada e de fácil assimilação, que faria Brian Wilson abrir um sorriso de orelha a orelha.
Aliás, o cuidado com os vocais é um das características mais marcantes do disco. A bela voz de Beam se entrelaça com ela mesma, tecendo harmonias que bebem no que de melhor o pop produziu nos anos 1960 e 1970. Para quem tem uma relação muito próxima com o som destas décadas, principalmente de nomes como Beatles, Big Star, Steely Dan e até mesmo Carpenters, a sensação é arrepiante.
A ótima "Half Moon" é outro grande momento, com backings femininos contrastando com a voz de Beam. "Big Burned Hand" vem com um groove sacolejante e bebe sem medo no acid jazz, enquanto "Glad Man Singing" é um sensacional folk psicodélico que tira o ouvinte do chão, fazendo-o flutuar por um céu colorido repleto de paisagens alucinantes.
O disco fecha com os sete minutos de "Your Fake Name is Good Enough For Me", um funk lisérgico com toques de jazz que remete aos discos lançados por Stevie Wonder nos anos 1970. A parte instrumental é uma jam orgásmica irrigada pelos vocais ensolarados de Beam, encerrando o álbum da melhor maneira possível.
Enfim, uma grande canção sempre será uma grande canção, e "Kiss Each Other Clean" está cheio delas. Aproveite!
Faixas:
1 Walking Far From Home
2 Me and Lazarus
3 Tree by the River
4 Monkeys Uptown
5 Half Moon
6 Rabbit Will Run
7 Godless Brother in Love
8 Big Burned Hand
9 Glad Man Singing
10 Your Fake Name Is Good Enough for Me
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Steve Morse diz que alguns membros do Deep Purple ficaram felizes com sua saída
Iron Maiden confirma segundo show da "Run For Your Lives Tour" em São Paulo
O melhor compositor de letras de todos os tempos, segundo Axl Rose do Guns N' Roses
Regis Tadeu explica se reunião do Barão Vermelho terá tanto sucesso como a dos Titãs
Bruce Dickinson revela os três vocalistas que criaram o estilo heavy metal de cantar
O álbum conceitual do Angra inspirado no fim do casamento de Rafael Bittencourt
A melhor música do Pink Floyd para Rob Halford, que lamenta muitos não compreenderem a letra
O disco que os Beatles chamaram de o maior álbum já feito; "imbatível em muitos sentidos"
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
Thor da Marvel tenta tocar bateria com banda estourada de metalcore e dá ruim
Moonspell celebrará 30 anos de "Wolfheart" com show especial no Brasil
A banda clássica de rock em que Ozzy Osbourne era viciado: "Eles são como carne e batata"
Como um telefonema permitiu a participação do Twisted Sister no Bangers Open Air
A banda australiana que não vendia nada no próprio país e no Brasil fez show para 12 mil fãs
De Tony Iommi a Jim Martin, os guitarristas que Max Cavalera admira
Metallica: todos os álbuns da banda, do pior para o melhor
O clássico do rock que para Ronnie James Dio é "Uma das maiores canções de todos os tempos"
Nem Vanusa, nem John Entwistle: a possível verdadeira origem de "Sabbath Bloody Sabbath"

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional



