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Genesis: em 1971, ganhando atenção no cenário progressivo

Resenha - Nursery Cryme - Genesis

Por Pedro Zambarda de Araújo
Postado em 10 de outubro de 2010

Uma banda que nunca havia se tornado mainstream começou a ganhar a atenção que merecia no cenário do rock progressivo em 71. Genesis, um projeto do vocalista presente Peter Gabriel, do talentoso tecladista Tony Banks e do consistente baixista Mike Rutherford ganhou destaque com o álbum Nursery Cryme. Com dois integrantes novos que fizeram a diferença na banda, eles continuaram trazendo referências da música erudita em um rock rico em nuances, mas chamando atenção. Phil Collins trouxe uma bateria pesada no bumbo e precisa nos pratos e no chimbal, enquanto Steve Hackett trouxe uma guitarra solo inspirada nas improvisações.

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O CD é curto - são apenas sete músicas. No entanto, seu conteúdo é complexo e, apesar da mistura de naturezas amenas e caóticas nas melodias, trazem temas polêmicos. A primeira faixa, Musical Box, começa com um clima sereno alimentado pela flauta de Peter Gabriel, a precisão dos metais da bateria de Phil Collins e um violão de 12 cordas cuidadosamente tocado por Tony Banks. O espetáculo se prolonga por pouco mais de 10 minutos. O tema dessa canção é sobre a própria capa do álbum: O assassinato de uma criança chamada Henry por outra criança chamada Cynthia, com uma raquete de críquete.

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A melodia mistura sensualidade e afeição com ímpetos homicidas. A peça começa com um trecho de Manipulation, instrumental escrito por Anthony Philips, e termina com as gritos elétricos da guitarra de Steve Hackett do Genesis. Why don't you touch me, touch me? / Why don't you touch me, touch me? / Touch me now, now now, now, now... A música narra a descoberta de uma caixa de música de Henry por uma enfermeira. Dentro do recipiente, toca uma música chamada Old King Cole. A mistura de sensações ao longo de Musical Box é, tal como a lenda grega da Caixa de Pandora descontrolada, um trabalho sobre reincarnação, existência e paradoxos.

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Essa abertura do CD seria famosa pelas performances inspiradas de Peter Gabriel ao vivo, encarnando os três personagens da trama. Outro fator interessante dessa peça épica é o dueto em sincronia de Gabriel e Phil Collins, que conseguia cantar junto com sua bateria elaborada.

For Absent Friends é uma peça folk, acústica, curta que destoa do restante do álbum, apesar de manter a espiritualidade das demais músicas. É a primeira canção cantada por Collins no vocal principal, no lugar de Peter Gabriel, que possui um tom mais caótico. Traz a sensação de lembrança do passado, da primeira época do Genesis, sem Collins.

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Return of Giant Hogweed é, junto de Musical Box, uma das pérolas do rock progressivo. Com a guitarra de Hackett em sincronia com o teclado de Banks na abertura, Peter Gabriel começa a cantar inspirado sobre o ataque de gigantes Hogweeds, espécies vegetais, que dizimam a civilização inglesa. É a música de mais peso no CD, com nuances em constante conflito. O final traz uma guitarra épica, bem demarcada, com uma bateria sólida mostrando o tom apocalíptico da canção.

Seven Stones traz novamente uma sensação pacífica, com uma letra que conta uma lenda de um velho marinheiro sobre sorte. O vocal de Peter em coral com os demais integrantes é inspirador, trazendo folclore inglês de uma maneira aprazível aos ouvidos. É uma pérola entre tanto material excelente produzido pelo Genesis nessa obra. A guitarra e o melotron tornam o caótico em emocionante, até o desfecho feliz.

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Harold The Barrell já não traz o clima otimista da faixa anterior, mas sim o caótico na voz de diversos personagens, de um prefeito até a mãe de um suicida e chamadas de um noticiário. E, como a corrida de um pulo, a música narra o suicídio de Harold Barrell do parapeito de um prédio, mesmo com as tentativas ofegantes de salvá-lo. O piano dramático, no final, mostra a conclusão da morte.

Harlequin novamente recupera a espiritualidade da música de Genesis, ao narrar uma dança pura, feita por crianças, simples e ordenadora. Embalada por violões, a peça é um perfeito interlúdio antes do final do álbum. Eis, então, que The Fountain of Salmacis irrompe dos pratos energéticos de Phil Collins. Peter Gabriel encarna, em sua voz, a história de Salmacis, que tenta se unir sexualmente ao semideus grego Hermafroditus. Os dois unem seus corpos, criando o mito antigo do ser hermafrodita, portador órgão genitais de cada um dos sexos. We are the one / The two are now made one / We are the one / Demi-god and nymph are now made one.

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Nursery Cryme merece ser ouvido por seus mitos ingleses, por seus mitos gregos, por sua sensualidade e pelo talento técnico virtuoso dos músicos do Genesis. Nursery Cryme é um conjunto de histórias, sensações e sentimentos. Traduz-se tanto na guitarra elétrica rasgada, quanto no baixo fluído, nos teclados e órgãos espirituosos, na bateria variada e até na performance afetada do vocalista. É um disco de músicas com profundidade.

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Sobre Pedro Zambarda de Araújo

Nascido em 1989. Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, Pedro foi apresentado ao heavy metal através da banda Blind Guardian, em meados de 2004. Ouve e aprecia outros estilos do rock, como o punk, o indie e vertentes mais variadas. Gosta de assistir e cobrir shows.Toca muito mal guitarra, mas aprecia vários tipos de instrumentos musicais.
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